Nova etapa de rebaixamento da calha do rio Tietê vai acabar com as enchentes na Marginal

Após a conclusão da obra, o Rio Tietê suportará chuvas de até 80 metros cúbicos por segundo

qua, 10/04/2002 - 15h06 | Do Portal do Governo


A Marginal do Rio Tietê, uma das principais vias de tráfego da Capital, não terá mais problemas de enchentes após a conclusão da 2ª fase de rebaixamento da calha do Tietê. As obras de rebaixamento, que começaram nesta quarta-feira, dia 10, vão permitir que o Rio Tietê suporte chuvas de até 80 metros cúbicos por segundo. Atualmente, sua capacidade de vazão permite receber chuvas inferiores a 50 metros cúbicos por segundo.

As enchentes na Marginal Tietê provocam a formação de intensos congestionamentos de veículos na Capital, que atrapalham a vida dos paulistanos ou de quem passa por São Paulo. Segundo o governador Geraldo Alckmin, que fez o acionamento da retro-escavadeira, dando início aos trabalhos, o trecho de 24,5 quilômetros que será rebaixado permitirá que o rio não saia da sua calha. Ele destacou que chuvas superiores a 80 metros cúbicos por segundo só ocorrem a cada 25 anos em São Paulo.

A obra será de responsabilidade do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), ligado à Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras. O secretário Mauro Arce lembrou que a 1ª fase de rebaixamento foi realizada entre junho de 1998 e dezembro do ano 2000. “Foi rebaixado o trecho entre a Barragem Edgard de Souza, em Santana do Parnaíba, até o Cebolão”, recordou. Na época, o Governo do Estado obteve R$ 859 milhões em financiamento do Japan Bank International Cooperation (JBIC) para a obra. Arce informou que foi possível economizar R$ 500 milhões na execução da primeira fase. “O JBIC aceitou continuar a obra com os recursos que foram poupados”, afirmou.

Para a 2ª etapa, o Banco Japonês está financiando R$ 498 milhões e o Tesouro Estadual entrou com R$ 190 milhões. Será rebaixado o trecho entre o Cebolão e a Barragem da Penha, com aprofundamento médio de 2,5 metros. Para isso, serão removidos cerca de 6,8 milhões de metros cúbicos de solo e rochas. A largura do Rio também será ampliada em aproximadamente 45 metros. “Com isso, a vazão aumentará de 640 para 1.048 metros cúbicos por segundo, na altura do Cebolão”, afirmou Arce.

O prazo para conclusão da 2ª fase é de 30 meses. “Mas com as obras começando hoje, no próximo verão já será possível obter resultados, minimizando as possibilidades do rio transbordar”, analisou Alckmin.

Novos piscinões

Apenas o rebaixamento da calha do Rio Tietê não será suficiente para acabar com o problema de enchentes na Capital. Para isso, o Estado está investindo na construção de novos piscinões. “São Paulo abriga mais de 17 milhões de pessoas e é uma cidade muito impermeabilizada. Todas as várzeas foram ocupadas por asfalto e os piscinões podem ser considerados as várzeas modernas”, analisou o governador.

O Governo já entregou oito piscinões, sendo seis na Bacia do Tamanduateí e dois na do Pirajussara. “Outros oito estão em execução. Sete no Tamanduateí e um no córrego do Pirajussara”, informou Alckmin. Além disso, já está em processo de licitação a construção de mais dois piscinões na Bacia do Pirajussara.

Despoluição dos rios

Simultaneamente às obras de combate às enchentes, o processo de despoluição dos rios da Capital terá continuidade. Alckmin anunciou que ainda neste mês será assinado o contrato para a 2ª fase do Projeto Tietê, que elevará de 80% para 95% o número de residências com coleta de esgotos na Região Metropolitana. “Serão investidos US$ 400 milhões para a execução de 800 quilômetros de rede coletora”, afirmou.

Rogério Vaquero