Com mais de 30 anos de idade, já idosa, em se tratando de uma fêmea de hipopótamo, Tetéia voltou a ter um filhote no Zoológico de São Paulo, surpreendendo biólogos e veterinários, para os quais há vários anos ela já estaria no correspondente animal da menopausa humana. A última vez que Tetéia tinha procriado foi há 13 anos, em junho de 1988.
O filhote muito saudável e que nasceu dentro da água, também mama submerso, mergulhando por baixo da mãe. Quem explica é a bióloga Kátia Cassaro, do Setor de Mamíferos.
Segundo ela, as pernas dos hipopótamos são tão curtas, que em terra firme o úbere quase toca no chão, não deixando espaço para o filhote mamar. É por isso que para alimentar a cria a fêmea fica boiando, enquanto o filhote mergulha para alcançar as tetas.
Dez descendentes
Tetéia foi um dos primeiros animais a serem recebidos pelo Zoológico, e é o mais velho ainda exposto. Ela chegou em 1974, já adulta, enviada pela “Granja Sierra de Cordoba”, instituição argentina, e se deu tão bem que, ao longo de sua permanência no Zoo paulista teve dez filhotes, tornando-se um dos hipopótamos fêmea mais prolíficas em cativeiro.
Os filhotes de Tetéia, nascidos após uma gestação de 227 a 240 dias, foram todos amamentados por um prazo que varia de 4 a 6 meses e como não há interesse em manter animais com alta consanguinidade no Zoo, foram sendo permutados com vários zoológicos brasileiros, à medida em que se tornavam adultos.
Já idosa, embora ainda possa viver uns 10 anos, pois um hipopótamo longevo chega a 40 anos, Tetéia deixou de ser a hipopótamo – matriz do Zoológico, função que passou para Colonia, mas num dos contatos que teve com o macho Karenin, emprenhou novamente, e agora deu à luz seu décimo filhote, que pode ser visto pelos visitantes do Zoo, a maior parte do tempo dentro da água, ao lado da mãe.
Mais de duas toneladas
Para manter o peso de mais de 2.000 quilos, Tetéia consome grande quantidade de ração peletizada, que prefere quando misturada com abóbora. Sua dieta inclui também algumas frutas, que lhe fornecem a variedade de vitaminas de que precisa, e muito capim.
Originários da África Central, os hipopótamos chegam a medir 4,5 metros, tem 1,5 de altura no ombro e na natureza passam a maior parte do dia dentro de lagos ou rios, saindo à noite para pastar.
Embora na África haja uma lenda de que por vezes os hipopótamos suam sangue, o que acontece é que esses animais tem glândulas na pele, que segregam um óleo com um forte pigmento vermelho, mas que é gorduroso e muito mais denso que o sangue.
