Música: Violinista cubano Andrés Cárdenes é destaque em concertos da Osesp

Solista se apresentará com a orquestra nesta quinta e sábado

qui, 22/05/2003 - 11h20 | Do Portal do Governo

Da Secretaria de Estado da Cultura


A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo traz para as récitas desta quinta-feira e de sábado, dias 22 e 24, o violinista cubano Andrés Cárdenes, como solista do “Concerto para violino” do compositor catalão Leonardo Balada. O programa tem ainda na primeira parte, “Marabá – Poema Sinfônico”, de Francisco Braga, e é completado pelo “Requiem, Op.48”, de Gabriel Fauré, este com a participação do Coro da Osesp e dos solistas brasileiros Andrea Ferreira (soprano) e Inácio de Nonno (barítono). A regência é de John Neschling.

Além de violinista, Cárdenes também ocupa as funções de spalla, regente e professor. Como recitalista, apresentou-se na maioria dos grandes centros culturais, como Nova York, Washington, Paris, Londres, Cidade do México e Moscou. A partir da temporada 1999-2000 assumiu o posto de Diretor Artístico da série Nuance, com a Orquestra de Câmara da Sinfônica de Pittsburgh. Recebeu uma indicação ao Grammy em 1991, e, em 1997, o título de embaixador Cultural da Unicef. Com sua família, fundou a Orquestra de Câmara de Culver City, na Califórnia, onde é diretor artístico e musical.

“Marabá – Poema Sinfônico”, do compositor, regente, administrador e professor Francisco Braga, figura entre as obras mais importantes da alta música romântica produzida no Brasil. O poema sinfônico possui uma história de constante execução por parte das orquestras brasileiras, e chegou a ser executado sob a regência de Richard Strauss, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em outubro de 1927. Baseado no indigenismo, lendas e paisagens naturais, “Marabá” começou a ser composto em 1856, com a publicação do livro “Primeiros Cantos”, escritos por Gonçalves Dias, emprestando à melodia deste a diversificação métrica proposta pelo autor do livro.

Já o Concerto para Violino e Orquestra, do catalão Leonardo Balada, é composto de três movimentos e tem como característica a não interrupção do discurso entre eles. Seu material básico é proveniente de perfis melódicos tradicionais da Catalunha, tratados de modo não convencional. Encomendado pela Universidade Carnegie Mellon dos Estados Unidos, onde Balada é professor, o Concerto para Violino teve sua estréia no Carnegie Hall de Nova York, interpretado por Fritz Siegal e pela orquestra da universidade, sob regência de Werner Torkanowsky.

Finalizando o programa, o Requiem, Op. 48, de Gabriel Fauré, foi alvo de críticas na época de sua composição pois não expressa o terror diante da morte. Ao contrário, segundo o próprio Fauré, o Requiem representa a morte da mesma forma como ele a vê: “uma venturosa libertação, uma aspiração à felicidade do mundo, e não uma experiência dolorosa”. Proporcional à sua idéia, o compositor inseriu como último movimento da obra uma antevisão do Paraíso e um fim apaziguador. Seguindo a tradição de composição ocidental, Fauré imprime cada inflexão dramática do texto, alcançando um outro nível de sugestão sinestésica, próprio das grandes obras de arte.

Apresentações
Quinta-feira, dia 22, às 21 horas
Sábado, dia 24, às 16h30

Complexo Cultural Júlio Prestes – Sala São Paulo (1501 lugares)
Praça Júlio Prestes, s/ nº – Luz. Bilheteria: 3337-5414
Estacionamento: R$ 5,00 (entrada pela Rua Mauá, nº 51)
Ingressos: De R$ 16,00 a R$ 52,00 (estudantes com carteirinha e idosos acima de 60 anos pagam meia-entrada)
Acesso facilitado para portadores de deficiência física

(LRK)