Música: Violinista Cláudio Cruz se apresenta com a Osesp

Será nos dias 1, 2 e 3 de setembro de 2005

seg, 22/08/2005 - 13h25 | Do Portal do Governo

Tocando pela primeira vez com Osesp, depois de encantar platéias de todo mundo, a violinista apresenta o Concerto para Violino nº1, do russo Sergei Prokofiev, nos dias 1, 2 e 3 de setembro, na Sala São Paulo. Completam o programa a peça Kaballah, do brasileiro Marlos Nobre e o Concerto para Orquestra, do húngaro Béla Bártok

Regente – Cláudio Cruz iniciou-se ao violino com seu pai, o luthier João Cruz. Posteriormente recebeu orientação de Erich Lehninger, Olivier Toni, Joseph Gingold, Chaim Taub e, nos Estados Unidos, de Kenneth Goldsmith. Vencedor de diversos concursos no Brasil, foi premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte em 1985 e 1997, recebeu o Prêmio Carlos Gomes e o Grammy Latino 2002. Estreou na Europa em 1991 como solista da Orquestra de Câmara de Berlim, sendo aclamado como “grande intérprete de Mozart” pelo jornal Berliner Morgenpost. Tocou na França, Itália, Alemanha, Áustria, Hungria, Croácia, Uruguai, Argentina, Chile e Estados Unidos. Em sua discografia constam a gravação de obras de Henrique Oswald, Villa-Lobos, Edino Krieger e Ronaldo Miranda; três CDs com a Orquestra de Câmara Villa-lobos; e, com o Quarteto Amazônia, as gravações de quartetos de Villa-Lobos e Lorenzo Fernandez; peças de Alexandre Levy, Carlos Gomes e Alberto Nepumoceno; composições da croata Dora Pejacević e um CD com tangos de Piazzolla.Em intensa atividade como maestro, foi titular da Sinfônica de Ribeirão Preto, Diretor Musical da Orquestra de Câmara Villa-Lobos entre outras. Atualmente, além de primeiro violino do Quarteto Amazônia, spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Cláudio Cruz é Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Campinas.

Solista – MIDORI violino

Nascida em Osaka, fez sua estréia aos 11 anos, como artista convidada de Zubin Mehta no concerto de Fim de Ano da Filarmônica de Nova York, em 1982. Suas apresentações equilibram-se entre recitais, música de câmara e atuações com orquestras de grande prestígio. Na temporada de 04/05 destacam-se as apresentações nos Festivais de Tanglewood, Cape Cod Chamber Music, Sun Valley e Bath; seis turnês de recitais pelos EUA, Europa e Ásia; e concertos por toda a Europa e Américas. Em 1992, fundou a Midori & Friends, e depois a Music Sharing e a Partners in Performance, organizações sem fins lucrativos que levam programas de educação musical para milhares de crianças desfavorecidas nos Estados Unidos e Japão. Mas seu compromisso com a cooperação e atendimento comunitários vai além dessas organizações, incluindo o trabalho em masterclasses por todo o mundo; os University Residencies Program e Orchestra Residencies Program; e os cargos no corpo docente da Manhattan School of Music e como ocupante da Jascha Heifetz Chair na Thornton School of Music. O CD mais recente lançado por Midori é uma gravação dos Concertos de Mendelssohn e de Bruch com a Filarmônica de Berlim e Mariss Jansons pela Sony Classical, para quem ela grava exclusivamente. O violino de Midori é um Guarnerius del Gesu ex-Huberman de 1734, que está sob empréstimo vitalício pela Fundação Hayashibara.

Repertório – KABBALAH, OP.96
MARLOS NOBRE – Recife, 18 de fevereiro de 1939
Duração aproximada: 10 minutos
Ano da composição: 2004

Marlos Nobre é um dos compositores brasileiros vivos mais atuantes e que ocupa, sem dúvida, um lugar de destaque no cenário da música contemporânea mundial. Nascido em Recife, estudou no Conservatório Pernambucano de Música e teve aulas de harmonia e contraponto com o Padre Jaime Diniz. Mas é no campo da composição que Marlos Nobre nos apresenta um naipe invejável de professores, como H.J. Koellreutter, Camargo Guarnieri, e também Alberto Ginastera, Olivier Messiaen, Riccardo Malipiero, Aaron Copland e Luigi Dallapiccola. Marlos Nobre trabalhou ainda com Alexandre Goehr e Günther Schüller e estudou música eletrônica em Nova York com Wladimir Ussachevsky. A obra Kabbalah, escrita em 2004, traz no título uma palavra proveniente do Hebraico, que em uma tradução direta significa “receber”. Refere-se ao estudo que prepara o homem para receber todos os graus e planos de vida como uma única realidade. É também uma teoria e prática associada ao emprego da numerologia e das letras. Daí advém a possibilidade de relação com a criação musical: os números (quer sob forma de ritmos, de compassos, de tempos, de andamentos) e as letras (que representam determinadas notas e acordes) serviram, em toda a história da música ocidental, de pretextos para as composições e para apresentar determinados simbolismos, como é o caso do “3” da maçonaria, da Trindade, etc. Bartók utilizou em suas composições os números áureos (série de Fibonacci) e Bach os empregou em praticamente toda sua obra. É nesta tradição que se insere a Kabbalah de Marlos Nobre. A obra foi estreada em 2004, no 35o Festival Internacional de Inverno de Campos de Jordão pela Orquestra Acadêmica do Festival.

CONCERTO PARA VIOLINO Nº 1 EM RÉ MAIOR, OP.19
– SERGEI PROKOFIEV – Sontsovka (Rússia), 23/04/1891 – Moscou (Rússia), 05/03/1953
Duração aproximada: 22 minutos
Ano da composição: 1916-17

Prokofiev começou os estudos de piano em 1902 e, dois anos mais tarde, entrava para o Conservatório de São Petersburgo, tendo estudado, dentre outros, com Rimsky-Korsakov. Sua primeira sonata para piano data de 1907 e seu primeiro concerto de 1911. Trata-se de um compositor extremamente criativo e original, dono de um vocabulário sonoro imediatamente reconhecível. Suas melodias e harmonias podem obedecer aos cânones mais tradicionais ou utilizar as novas técnicas e modalidades da modernidade européia. Sua obra pode ser vista como produto e, ao mesmo tempo, continuidade dos trabalhos de Mussorgsky, Borodin e Tchaikovsky. Em 1917 a Revolução modificaria completamente as estruturas de sua terra natal e o compositor resolveu procurar o refúgio do Cáucaso. Foi neste período que ele compôs e finalizou suas Terceira e Quarta Sonatas para Piano, a Sinfonia clássica nº 1 e, ainda no verão de 1917, o Concerto para Violino nº 1 em Ré maior, Op.19. Estreada em 18 de outubro de 1923, na Ópera de Paris, pelo violinista Marcel Darrieux, sob regência de Serge Koussevitzky, o concerto foi escrito para uma orquestra de porte médio com um pequeno grupo de percussão. Ele possui uma narrativa particular e lógica, própria ao idioma de Prokofiev: inicia-se de forma ‘etérea’, adquire aceleração e tensão e novamente se acalma, em um modelo orgânico que se aplica tanto ao movimento inicial quanto aos três movimentos da obra em seu todo. Trata-se de uma peça que tem recebido muita atenção e cujas gravações mais recentes ,demonstram a maleabilidade e a abertura que as composições de Prokofiev proporcionam tanto aos intérpretes quanto aos seus ouvintes.

CONCERTO PARA ORQUESTRA
– BÉLA BÁRTOK – Sînnicolau Mare (Hungria), 25/03/1881 – Nova York (EUA), 26/09/1945
Duração aproximada: 37 minutos
Ano da composição: 1946

Nascido e educado em Budapeste, Bartók parecia destinado a uma carreira de pianista quando, por volta dos 20 anos, descobriu a música folclórica de sua nativa Hungria. Muitos foram os compositores que utilizaram a música folclórica para enriquecer a linguagem musical, mas Bartók foi além, utilizou-a como forma de expressão universal, como essência, sem preconceitos, sem a separação entre o que seria ‘erudito’ ou ‘popular’. Na época em que escreveu seu Concerto para Orquestra ele estava mal, tanto física e emocional quanto profissionalmente. Tendo imigrado para Nova York em 1940, devido à capitulação de seu país para os nazistas, entrou em colapso financeiro e criativo. Foi quando dois compatriotas, o violinista Josef Szigeti e o regente Fritz Reiner lhe conseguiram a encomenda de uma obra para a Orquestra Sinfônica de Boston. Ele escreveu a peça em oito semanas e depois a orquestrou. Sua estréia, em dezembro de 1944, foi um retumbante sucesso de público e crítica e, finalmente, atraiu a atenção para as demais obras do compositor. A partir daí recebeu muitas encomendas, mas morreria em setembro do ano seguinte. O Concerto para Orquestra é uma espécie de ‘testamento’ musical que combina elementos de toda a prática e memória do compositor: utiliza materiais retirados de Bach, de Schoenberg, de Shostakovich e emprega melodias, ritmos e harmonias do folclore. De fato, Bartók efetuou nesta obra uma grande síntese de diversos idiomas musicais e inovou ao abordar os próprios instrumentos da orquestra como se fossem os solistas de um concerto tradicional. Sua escrita, tal como a de Bach, une de forma exímia o cerebral e o lírico, e tem a virtude de aliar seus vôos imaginativos a uma grande economia de meios. São estas as grandes linhas que fazem do Concerto para Orquestra uma das grandes obras do repertório orquestral do século XX.

Osesp – Mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, a orquestra foi fundada em 1954 pelo maestro Souza Lima. Foi dirigida durante 24 anos por Eleazar de Carvalho e, a partir de 1997, por John Neschling. Em julho de 1999, instala-se definitivamente na Sala São Paulo, sede própria e marco de sua reestruturação. Além dos 30 programas e 100 concertos anuais em média na Sala São Paulo, turnês nacionais e internacionais e gravação de CDs com distribuição mundial, há também uma série de atividades fora dos palcos com o apoio da administração estadual. Entre elas estão o Centro de Documentação Musical, a Coordenadoria de Programas Educacionais e a Editora Criadores do Brasil.

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
– CLÁUDIO CRUZ regente
– MIDORI violino

– Repertório:
MARLOS NOBRE – Kabbalah, Op.96
SERGEI PROKOFIEV – Concerto para Violino nº 1 em Ré maior, Op.19
BÉLA BÁRTOK – Concerto para Orquestra

– Quinta-feira, dia 1º de setembro, às 21h;
– Sexta-feira, dia 02 de setembro, às 21h
– Sábado, dia 03 de setembro, às 16h30
– Preços: de R$ 25 a R$ 79 – Aposentados, pessoas acima de 60 anos, estudantes com carteirinha da Une e Ubes e professores da rede pública estadual pagam 1/2 (somente na bilheteria da Sala São Paulo) – R$5 Ensaio Geral Aberto, no dia 01/09, às 9h30
– Estacionamento: 650 vagas – R$ 5
– Sala São Paulo (1501 lugares)
– Pça. Júlio Prestes, s/nº (0xx11) 3337-5414
Ingressos p/ cartão de crédito: Ticketmaster (11) 6846-6000 (SP)

OSESP AO VIVO – na Rádio Cultura FM 103.3 – Gravações exclusivas realizadas na Sala São Paulo, com apresentação do maestro John Neschling, diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Todos os sábados, às 16h30 e reapresentações aos domingos, às 12h.