Música: Pianista catarinense Pablo Rossi é convidado da Osesp

Apresentação será relizada sob a regência de Roberto Minczuk

ter, 29/06/2004 - 18h09 | Do Portal do Governo

Nos dias 1º e 2 de julho, a Osesp executa obras de Haydn e Mahler. O convidado é o pianista Pablo Rossi, considerado uma das revelações da música clássica brasileira. As apresentações serão uma prévia da abertura do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, no dia 3 de julho.

Os amantes da música clássica que não puderem estar presentes na abertura do Festival Internacional, no dia 3 de julho, poderão assistir, em primeira mão, o concerto de abertura, que será apresentado pela Osesp, na Sala São Paulo. As apresentações dessa semana têm como principal destaque o jovem pianista Pablo Rossi, de apenas 15 anos. As obras escolhidas retratam um pouco da famosa música erudita austríaca, com peças de Haydn e de seu admirador Gustav Mahler.

Regente – Roberto Minczuk iniciou-se musicalmente aos seis anos na Igreja Assembléia de Deus Russa do Brasil, onde o pai, José Minczuk, era diretor musical. Aos nove, foi estudar trompa. Estreou como solista no Teatro Municipal de São Paulo. Aos 13, já ocupava o posto de primeira trompa da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. No ano seguinte, estudou na Juilliard School, em Nova York. Aos 15, formou e regeu a Orquestra da Igreja Evangélica Ucraniana em Nova Jersey. Aos 16, estreou no Carnegie Hall com a Filarmônica Jovem de Nova York e, aos 20, já graduado, foi convidado por Kurt Masur a integrar a Orquestra Gewandhaus de Leipzig, na Alemanha. Aperfeiçoou-se com Eleazar de Carvalho, foi regente titular da Sinfônica de Ribeirão Preto, assistente de Kurt Masur na Filarmônica de New York e, desde 1997 é Diretor Artístico Adjunto e Regente Adjunto da Osesp.

Solista – Pablo Rossi nasceu em Florianópolis em 1989 e iniciou os estudos musicais aos seis anos. Aos sete ganhou o concurso para piano Jovens Intérpretes, de Lages, e passou a ter aulas com Olga Kiun. Recebeu o prêmio revelação no XXXII Festival de Inverno de Campos do Jordão e foi primeiro lugar no X Concurso de Piano Artlivre 1997 e 2000; no VII Concurso Nacional Magda Tagliaferro; no IX Concurso Nacional de Piano em Governador Valadares; no XIII Concurso Internacional na cidade de Córdoba, Argentina; no XI Concurso Internacional de Piano ‘Perfecto García Chornet’, na Espanha; e no I Concurso Nacional Nelson Freire para Novos Talentos Brasileiros. A convite da Sociedade Rachmaninov, foi ao Conservatório Tchaikovsky de Moscou participar das masterclasses de Alexander Mndoyants e Viktor Merdjanoff. Apresentou-se com a Orquestra de Câmara Solistas de Londrina, a Orquestra Sinfônica do Paraná, a Camerata Florianópolis, a Sinfônica de Santa Catarina, a Sinfônica de Ribeirão Preto, a Orquestra Sinfônica Brasileira, além de realizar recitais em cidades como São Paulo, São José dos Campos, Macaé e Curitiba, Pablo Rossi já lançou um CD com obras de Chopin, Bartók, Schumann, Tchaikovsky, Rachmaninov, Shostakovich e Nepomuceno.

Repertório – Concerto para piano, em Ré maior, Op. 21 HOB XVII:11, de Joseph Haydn, é a terceira e última obra dos Concertos para Teclado e Orquestra, compostos pelo autor no final do século XVIII. A fluência melódica faz pensar que, justamente, nesse período, Haydn se consagrara à composição de várias óperas. Isso é sensível no segundo movimento, especialmente melódico. O final, demonstra a atenção que Haydn sempre consagrou ao folclore e às formas populares. Eles são, ambos, introduzidos por um vivace, no primeiro movimento, admiravelmente equilibrado em seus contrastes. Como curiosidade, vale comentar que em 1820 foi publicado o primeiro estudo sobre um compositor no Brasil: Notícia Histórica da Vida e das Obras de José Haydn. Seu autor foi Joachim Lebreton, ou Le Breton, que viera ao Rio de Janeiro junto com a chamada “Missão artística francesa”, em 1816. Havia sido escrito na França, em 1810; a edição brasileira ocorreu depois da morte de seu autor, em 1819. Haydn nascera na Áustria e tinha origens muito modestas. Trabalhou durante boa parte da vida para o príncipe Esterházy, nobre húngaro de imensas posses. Não possui nenhum dos traços, portanto, do atormentado e sombrio gênio romântico. Mas, teve uma importância crucial para a constituição das formas musicais que se desenvolveriam durante o século XIX e se prolongariam até hoje.

A segunda obra deste programa é a Sinfonia nº5, em Dó sustenido menor, de Gustav Mahler. Todos os que amam a música e o cinema não deixam de associar o quarto movimento desta sinfonia à horizontalidade da laguna de Veneza, graças ao filme de Visconti, Morte em Veneza. Esse trecho musical é, certamente, o mais célebre do compositor, criando um foco romântico, introspectivo e noturno, apoiado nas cordas. A Quinta sinfonia foi escrita em 1901 e 1902 e estreada em Colônia no ano de 1904 sob a direção do próprio compositor. Até 1909, porém, Mahler modificou-a continuamente. O grande maestro Bruno Walter, amigo pessoal e supremo intérprete de Mahler, analisa: “com a Quinta Sinfonia, começa em Mahler um estilo polifônico mais desenvolvido, que trazia novos problemas à sua técnica de instrumentação”. Depois de um ciclo de três sinfonias que incorporavam vozes humanas, a Quinta inicia um novo tríptico, no qual Mahler emprega unicamente os instrumentos da orquestra. Com exceção do adagietto, a Quinta transborda de forças enérgicas, mesmo na marcha fúnebre inicial, que abre com apelos amplos e poderosos. Com freqüência, Mahler citava outras peças suas e as de outros compositores, transformando essas referências em matéria sonora para sua própria criação; é assim que incorpora lembranças da Sinfonia nº 100 – Militar, de Haydn, nesse primeiro movimento. Mahler, austríaco também, reverenciava o velho mestre, que fora o verdadeiro iniciador do gênero sinfônico. Bruno Walter conclui, a respeito dessa obra: “Com a Quinta Sinfonia inicia-se uma nova etapa do desenvolvimento de Mahler, e a Quinta é uma dessas obras-primas que nos mostram um criador no apogeu de sua existência e de sua arte.”

Ensaio Geral Aberto – Vale lembrar que no dia 1º de julho teremos um Ensaio Geral Aberto, a partir das 9h. Ingressos à venda (R$ 3) na bilheteria para alunos e professores de música e público em geral. Mais informações no telefone (11) 3337-5414.

Osesp – Mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, a orquestra foi fundada em 1954 pelo maestro Souza Lima. Foi dirigida durante 24 anos por Eleazar de Carvalho e, a partir de 1997, por John Neschling. Em julho de 1999, instala-se definitivamente na Sala São Paulo, sede própria e marco de sua reestruturação. Além dos 40 programas e 90 concertos anuais em média na Sala São Paulo, turnês nacionais e internacionais e gravação de CDs com distribuição mundial, há também uma série de atividades fora dos palcos com o apoio da administração estadual. Entre elas estão o Centro de Documentação Musical, a Coordenadoria de Programas Educacionais e a Editora Criadores do Brasil.

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
– Roberto Minczuk, regente
– Pablo Rossi, piano

Repertório:
– JOSEPH HAYDN – Concerto para piano em Ré maior, Op. 21 Hob XVIII:11
– GUSTAV MAHLER – Sinfonia nº5 em dó # menor


Quinta-feira, dia 1º, às 21 horas; Sexta-feira, dia 2, às 21 horas;
– Preços: de R$ 22,00 a R$ 70,00 – Aposentados, pessoas acima de 60 anos, estudantes com carteirinha da Une e Ubes e professores da rede pública estadual pagam 1/2 (somente na bilheteria da Sala São Paulo).
– Estacionamento: 650 vagas – R$ 5,00
– Sala São Paulo (1.501 lugares)
– Pç. Júlio Prestes, s/nº
– (11) 3337-5414
– Ingressos p/ cartão de crédito: Ticketmaster (11) 6846-6000 (SP)