Música: Osesp recebe o pianista Arnaldo Cohen para concertos na Sala São Paulo

Tchaikovsky e Respighi fazem parte do repertório de hoje e sábado

qui, 12/06/2003 - 16h56 | Do Portal do Governo

Solista e camerista de ampla trajetória no circuito europeu, o pianista carioca Arnaldo Cohen é o convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) nas récitas de hoje e sábado, na Sala São Paulo, sob a regência de John Neschling. A peça escolhida para sua participação é o ‘Concerto nº 17 em Sol Maior, KV 453’, de Wolfgang Amadeus Mozart. Completam o repertório duas obras em primeira audição com a Osesp: ‘Suíte nº 4 em Sol Maior Op. 61 – Mozartiana’, de Piotr I. Tchaikovsky e ‘Festas Romanas’, de Ottorino Respighi.

Cohen é referência internacional por seu trabalho. Já se apresentou com a Royal Philharmonic, a Orchestre de la Suisse Romande e a Santa Cecília de Roma, entre outras, sob a batuta de maestros como Kurt Sanderling, Kurt Masur, Yehudi Menuhin e Edo de Waart. Formado em piano, violino e engenharia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tornou-se violinista profissional do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e continuou a estudar piano com Jacques Klein. Em Viena, estudou com Bruno Seidhofer e Dieter Weber. Venceu o Concurso Internacional Busoni e mudou-se definitivamente para a Europa quando tornou-se músico no Concertgebouw, de Amsterdã.

Sua estréia em Nova York aconteceu na temporada 1996/1997, num recital no Frick Museum. Recentemente, realizou recitais em Detroit, tocou com a Sinfônica de Vancouver sob regência de Sergiu Comissiona e com a Filarmônica de Calgary dirigida por Mario Bernardi. Suas últimas gravações concentram-se no repertório de Liszt e em obras de Schumann e Brahms.

A obra que Cohen interpreta com a Osesp nestes concertos faz parte de um ciclo composto por Mozart que originou a melhor fase do classicismo musical vienense. Este período rendeu ao instrumento solista uma nova dimensão de ‘música sinfônica’, na qual as partes da orquestra se tornam mais complexas e independentes e estabelecem uma fusão com as passagens solo. O Concerto KV 453 foi composto para ser executado por uma aluna de Mozart, filha de um abastado funcionário público que ‘pagou regiamente’ pela obra, como registrou Mozart. O compositor não poupou tecnicamente a discípula: ‘este concerto foi escrito para fazer o intérprete transpirar’, escreveu, em carta ao pai da aluna.

Tanto a ‘Suíte’ de Tchaikovsky como as ‘Festas’ de Respighi aparecem nestas récitas em primeira audição com a Osesp. Em 1887, no ano do centenário da ópera Don Giovanni, Tchaikovsky resolveu homenagear Mozart, com releituras de quatro de suas peças, quase um século depois. Assim o russo compôs a ‘Suíte nº4 em Sol Maior Op. 61’, que, ao contrário da sinfonia, trata-se de um conjunto de peças orquestradas sem maiores conexões temáticas ou de tonalidade: duas danças, o ‘Ave Verum Corpus’ e variações para piano sobre uma ária da ópera ‘Os peregrinos de Meca’, de Christoph Glück.

Numa formação de sopros, cordas e vários instrumentos de percussão -entre eles: matracas, caixas de madeira, tam-tam e tambores -‘Festas Romanas’ é a última das três peças compostas por Respighi em pleno regime fascista (entre 1916 e 1928). A obra traz referências a uma série de comemorações da capital italiana, como romarias, colheita da uva, distribuição de presentes e os antigos jogos do Circus Maximus.

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Dia 12, às 21h
Dia 14, às 16h30

Complexo Cultural Júlio Prestes – Sala São Paulo (1501 lugares)
Praça Júlio Prestes, s/ nº – Luz
Bilheteria: 3337-5414
Estacionamento: R$ 5,00
Entrada pela Rua Mauá, nº 51
Ingressos: De R$ 16,00 a R$ 52,00
Estudantes c/ carteirinha e idosos acima de 60 anos pagam meia
Acesso à portadores de deficiência física

Secretaria de Estado da Cultura do Estado de São Paulo
Assessoria de Imprensa – (011) 3351-8162/8163/8164/8165

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