O Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo é a atração dos concertos de hoje e domingo da Temporada 2003, na Sala São Paulo. Sob regência de Naomi Munakata e contando com as participações especiais dos cantores Vesna Bankovic (soprano), Mônica Weber Bronzati (contralto), Rúben Araújo (tenor) e Daniel Lee (baixo), além do pianista Fernando Tomimura e do organista Nelson Silva, o grupo apresenta a ‘Petite Messe Solennele’, obra do italiano Gioacchino Rossini.
Ao contrário do que indica seu título (‘Pequena Missa Solene’), a obra dura cerca de 90 minutos e assemelha-se mais a uma cantata com trechos de ópera do que uma missa majestosa. Conforme afirma o pesquisador de música lírica Sérgio Casoy, isto se deve ao fato de que o solemnis refere-se a uma missa cantada e petite, ao tamanho da formação instrumental necessária: dois pianos e um harmonium. ‘Apesar de Rossini não ter abandonado o bom-humor e a ironia que foram seus companheiros fiéis durante toda a vida, o título escolhido nada tem de jocoso’, completa Casoy.
Em sua forma original, a Missa não havia sido concebida para grandes espaços. Ao escrevê-la, aos 71 anos, o mestre tinha à sua disposição, além da técnica que dominava tão bem, uma grande experiência acumulada que lhe permitiu produzir um trabalho rico em nuances cromáticas, com ousadas harmonias e modulações inesperadas, oscilando entre tons maiores e menores. Cultura, habilidade e inspiração combinaram-se para a criação de uma obra cuidadosamente projetada.
Rossini não chegou a ver sua Petite Messe ser cantada em nenhuma igreja. Apesar de seu grande desejo de que isso acontecesse, recusava-se a permitir que as vozes femininas fossem substituídas por meninos do coro, que freqüentemente desafinavam. As últimas gravações feitas pelo legendário tenor Enrico Caruso, na derradeira sessão de 16 de setembro de 1920, foram justamente duas passagens da Petite Messe solennelle, as árias Domine Deus e Crucifixus, nessa ordem. Assim, ironicamente e bem ao feitio de Rossini, o último registro da voz do maior tenor de ópera do mundo é uma ária religiosa para soprano.
A soprano iugoslava Vesna Bankovic graduou-se em 1997 como cantora lírica na Universidade de Música de Bucareste, na Romênia. Como solista, apresentou-se com a Orquestra de Câmara da RTV Romênia, Orquestra da Ópera Nacional e Continuo Early Music Ensemble. Em São Paulo, foi solista e integrante do Coral Studio e, no ano de 1999, fez parte do corpo docente do Festival Eleazar de Carvalho, em Fortaleza. Atualmente, é a monitora do naipe de sopranos do Coro da Osesp. Já a contralto paulista Mônica Weber Bronzati é graduada pela Faculdade de Artes Alcântara Machado (FAAM). Foi monitora do Coral e Madrigal desta instituição e do Coral Municipal de Santo André. Já apresentou-se em Roma e Nápoles, na Itália e, atualmente, integra o Coro de Câmara e o Coro Sinfônico da Osesp e é orientada pelo professor Marcos Thadeu.
Rúben Araújo também formou-se na FAAM e estudou com a soprano Anne-Marie Auger, em Paris. Dedica-se particularmente ao repertório de música antiga e, como solista, destacam-se participações no Magnificat, no Oratório de Páscoa, e em cantatas de Bach; no Messias de Händel e em A História da Ressurreição de Cristo de Schütz. Nascido na Coréia, Daniel Lee emigrou aos 15 anos para o Brasil, graduando-se na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. Estudou canto ainda na Coréia e na Itália. Conquistou o 1o lugar no Concurso Internacional de Canto Francisco Mignone, no Rio de Janeiro, e venceu o Concurso Bidu Sayão, em Belém.
Pianista, bacharel em música pela USP, Fernando Tomimura tem participado de importantes produções musicais como concertista, recitalista e camerista. É professor da Universidade Livre de Música Tom Jobim e da Escola Municipal de Música de São Paulo. Com o Quarteto de Cordas Cidade de São Paulo, fez a estréia brasileira do Quinteto para Piano e Cordas, de Béla Bartók, no Teatro Municipal de São Paulo. Nelson Silva formou-se em piano no Conservatório João Baptista Julião, em Sorocaba. Gravou pelo selo Paulus o CD Música brasileira para Órgão, primeiro registro abrangente do repertório originalmente composto para o instrumento. No momento atua em concertos e gravações nos principais espaços culturais brasileiros.
Coro da OSESP
Hoje, dia 27, às 21h
Domingo, dia 29, às 17h
Complexo Cultural Júlio Prestes – Sala São Paulo (1501 lugares)
Praça Júlio Prestes, s/ nº – Luz
Bilheteria: 3337-5414
Estacionamento: R$ 5,00. Entrada pela Rua Mauá, nº 51
Ingressos: De R$ 16,00 a R$ 52,00
Estudantes c/ carteirinha e idosos acima de 60 anos pagam meia Ingressos p/ cartão de crédito: Ticketmaster (11) 6846-6000
Acesso à portadores de deficiência física
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