Música: Confira a programação da Osesp para a próxima semana

O violonista Fábio Zanon toca com a Osesp o concerto para violão do brasileiro Francisco Mignone

seg, 30/05/2005 - 16h04 | Do Portal do Governo

Considerado um dos mais importantes violonistas brasileiros da atualidade, Fábio Zanon toca com a Osesp nos dias 9, 10 e 11 de junho. Os concertos serão realizados na Sala São Paulo e, além da obra de Mignone, completam o programa a Sinfonia nº4, de Prokofiev; e Zapata, Imagens para Orquestra, de Leonardo Balada

Regente – John Neschling é Diretor Artístico e Regente Titular da Osesp. Nasceu no Rio de Janeiro em 1947. Seguiu a vocação para regência com Hans Swarowsky, em Viena, e com Leonard Bernstein, em Tanglewood. Dentre os concursos internacionais de regência que venceu, destacam-se os de Florença (1969), da Sinfônica de Londres (1972) e do La Scala (1976). No Brasil, assumiu a direção dos teatros municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro e na Europa, foi diretor artístico do Teatro São Carlos (Lisboa), do Teatro de Sankt Gallen (Suíça), do Teatro Massimo (Palermo) e da Ópera de Bordeaux, além de ter sido regente residente na Ópera de Viena. Em 1996, na Ópera de Washington, conduziu Il Guarany, com Plácido Domingo no papel de Peri. À frente da Osesp desde 1997, somou importantes conquistas e fez turnês pela América Latina, Estados Unidos, Europa e por todo Brasil. Nas últimas duas temporadas, regeu diversas orquestras, como: Sinfônica da RAI de Turim, Orquestra Nacional da Bélgica, Orchestre de la Suisse Romande, Orquestra da Rádio Nacional Polonesa, etc. Dedica-se também à composição para cinema e teatro, sendo o autor das trilhas dos filmes Pixote, O Beijo da Mulher-Aranha, Lúcio Flávio – o Passageiro da Agonia, Gaijin, Os Condenados, Desmundo e da minissérie Os Maias.

Solista – FABIO ZANON – violão
Convidado regular de teatros como o Royal Festival Hall e Wigmore Hall, em Londres; Carnegie Recital Hall, em Nova York; Sala Verdi, em Milão; Musikhalle, em Hamburgo; Ateneo, em Madri; e KKR, em Lucerna; a carreira internacional de Fabio Zanon consolidou-se em 1996, após vencer o 30° Concurso Francisco Tarrega, na Espanha, e o 14° Concurso da Fundação Americana de Violão, nos EUA. Sua gravação da obra completa para violão de Villa-Lobos já é considerada uma referência: “Quando se pensava ter ouvido todas as gravações possíveis e imagináveis de Villa-Lobos, aparece uma outra que é de cair de costas.” (American Record Guide). Seu CD Guitar Recital foi escolhido pela revista britânica Grammophone como o melhor do ano de 1998. Fabio Zanon iniciou os estudos musicais com o pai, prosseguindo-os com Antônio Guedes, Henrique Pinto e Edelton Gloeden. Em 1990 mudou-se para Londres, onde estudou com Michael Lewin na Academia Real de Música e completou sua formação em regência pela Universidade de Londres. Retomando a atividade concertística em 1995, estreou no Wigmore Hall de Londres com grande sucesso. Estreou no Carnegie Hall, de Nova York, em 1999.

Repertório – LEONARDO BALADA
Barcelona (Espanha), 22 de setembro de 1933
ZAPATA: IMAGENS PARA ORQUESTRA
Duração aproximada: 21 minutos
Ano da composição: 1987

Compositor espanhol radicado nos Estados Unidos, Leonardo Balada é um dos mais bem sucedidos autores musicais contemporâneos. Regentes do porte de Lorin Maazel, Mariss Jansons, Mstislav Rostropovich e Neville Marriner têm conduzido suas peças sinfônicas com orquestras como a Filarmônica de Nova York, Pittsburgh Symphony, BBC de Londres etc. Nascido em Barcelona em 1933, imigrou para os Estados Unidos em 1956, onde se graduou na Juilliard School. Desde 1970, reside em Pittsburgh onde se tornou Professor de Composição. Algumas de suas peças mais conhecidas (Guernica, Maria Sabina e Steel Symphony) foram escritas ao estilo da vanguarda da década de 1960, mas, a partir dos anos 70, o autor incorporou essas técnicas a uma linguagem extremamente pessoal, no campo da música étnica, refletindo em suas composições temas de sua Espanha natal, bem como melodias conectadas a tradições folclóricas dos Estados Unidos e diversos outros países. Zapata – Imagens para Orquestra pertence a essa fase posterior de obras étnicas. Trata-se de uma suíte sinfônica em quatro movimentos, escrita em 1987, a partir da ópera Zapata, que data de 1984. Segundo o autor, as visões surrealistas herdadas de Dali aparecem especialmente na Valsa inicial, com a superposição de diferentes parâmetros melódicos, e na Marcha que se segue, deixando entrever a melodia popular La Cucaracha entre hinos revolucionários, numa gigantesca colagem.

FRANCISCO MIGNONE
São Paulo, 03 de setembro de 1897 – Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1986
CONCERTO PARA VIOLÃO E ORQUESTRA
Duração aproximada: 25 minutos
Ano da composição: 1975

Sentimental, polivalente e extremamente eclético, Francisco Mignone foi uma das principais figuras da música brasileira no século XX. Com extrema inteligência e inabalável bom humor, Mignone percorreu inúmeros estilos e gêneros composicionais, do nacionalismo arraigado à música de sabor europeu. Seu catálogo de obras é vasto. Desse gigantesco painel criativo é possível destacar obras de imagens fortes e orquestração brilhante, como a ópera O Chalaça, o balé Quincas Berro d’Água, além de Festa das Igrejas e o celebrado Maracatu do Chico-Rei – estes últimos gravados e lançados recentemente em CD pela Osesp. É também possível apontar delicadas miniaturas, como os Estudos para Violão ou as inesquecíveis Valsas de Esquina, para piano, reflexos de seu relacionamento intelectual com Mário de Andrade, que o influenciou definitivamente a abraçar, em perspectiva estética, a causa da música brasileira. Mignone compôs seu Concerto para Violão e Orquestra em 1975, dedicando-o a Antônio Carlos Barbosa Lima, que o estreou dois anos mais tarde, em Washington. Construída delicadamente em três movimentos, a peça tem instrumentação pequena, com orquestração cuidadosamente planejada para fazer brilhar o violão solista, nos três sólidos movimentos. O primeiro alterna baixos dramáticos com melancolia seresteira, o segundo movimento flutua num Sol maior sertanejo, estabelecendo reminiscências, de Gershwin a Béla Bartók. Vigorosamente rítmico, o terceiro caracteriza-se por sua criativa mistura de choro, baião, xaxado e embolada.

SERGEI PROKOFIEV
Sontsovka (Ucrânia), 23 de abril de 1891 – Moscou (Rússia), 5 de março de 1953
SINFONIA Nº 4 EM DÓ MAIOR, OP. 112
Duração aproximada: 38 minutos
Ano da composição: 1930-1947

Clareza de idéias, escrita transparente, dinamismo irresistível. Essas são características marcantes da produção musical de Sergei Prokofiev, compositor russo que estabeleceu uma aura neoclássica no início da música moderna. Correm histórias e lendas sobre sua rigidez com horários determinados para compor e seu esquema de trabalho metódico, mas personalíssimo. Prokofiev escrevia temas bem simples, diretos e regulares, porém, com hábeis cromatismos, novas propostas ou inusitadas harmonias. Tudo isso conferia à sua música uma originalidade ímpar. O catálogo de obras do compositor é amplo e requintado, inclui obras-primas como a série de Sonatas para Piano, a Sonata para Violino e Piano, os Concertos para Piano, o esplêndido balé Romeu e Julieta, entre outras. Prokofiev compôs uma série de sete sinfonias, batizando a primeira delas de Sinfonia Clássica. A Sinfonia nº 4 foi composta para comemorar os 50 anos da Boston Symphony Orchestra, que estreou a obra em 1930, sob regência de Serge Koussevitzky. Dramática, com quase 40 minutos de duração, a peça está bem distante da delicada elegância clássica que se observa na Sinfonia nº 1. Em quatro poderosos movimentos, usa contrastes violentos em instrumentação mais densa, sem nunca perder de vista a clareza e a simplicidade que se tornaram sua marca registrada. O compositor utiliza motivos de seu balé O Filho pródigo e emprega (no terceiro movimento) um tema que desenvolveria, seis anos mais tarde, em Pedro e o Lobo. Prokofiev revisou sua Quarta Sinfonia em 1947, dando-lhe o opus 112.

Osesp – Mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, a orquestra foi fundada em 1954 pelo maestro Souza Lima. Foi dirigida durante 24 anos por Eleazar de Carvalho e, a partir de 1997, por John Neschling. Em julho de 1999, instala-se definitivamente na Sala São Paulo, sede própria e marco de sua reestruturação. Além dos 30 programas e 100 concertos anuais em média na Sala São Paulo, turnês nacionais e internacionais e gravação de CDs com distribuição mundial, há também uma série de atividades fora dos palcos com o apoio da administração estadual. Entre elas estão o Centro de Documentação Musical, a Coordenadoria de Programas Educacionais e a Editora Criadores do Brasil.

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
– JOHN NESCHLING regente
– FÁBIO ZANON violão

Repertório:
– LEONARDO BALADA – Zapata: Imagens para Orquestra
– FRANCISCO MIGNONE – Concerto para Violão e Orquestra
– SERGEI PROKOFIEV – Sinfonia nº 4 em Dó maior, Op.112

– Quinta 09/06, às 21h – Sexta 10/06, às 21h e Sábado 11/06, às 21h
– Preços: de R$ 25 a R$ 79 – Aposentados, pessoas acima de 60 anos, estudantes com carteirinha da Une e Ubes e professores da rede pública estadual pagam 1/2 (somente na bilheteria da Sala São Paulo) – 90 minutos. Ingressos avulsos para o Ensaio Geral Aberto da Osesp, dia 09/06, às 9h30. Preço: R$5. Estacionamento: 650 vagas – R$ 5 – Sala São Paulo (1501 lugares) – Pça. Júlio Prestes, s/nº (11) 3337-5414
– Ingressos p/ cartão de crédito: Ticketmaster (0xx11) 6846-6000 (SP)

OSESP AO VIVO – na Rádio Cultura FM 103.3 – Gravações exclusivas realizadas na Sala São Paulo, com apresentação do maestro John Neschling, diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Todos os sábados, às 16h30 e reapresentações aos domingos, às 12h.