Museu do Ipiranga promove eventos gratuitos no aniversário da cidade

Além de exposições, filmes e música, os visitantes poderão contemplar a beleza do prédio todo iluminado

qui, 16/01/2003 - 10h37 | Do Portal do Governo

O Museu Paulista da Universidade de São Paulo, conhecido como Museu do Ipiranga, programou diversos eventos gratuitos em comemoração aos 449 anos da cidade de São Paulo. No próximo dia 25, o público terá mais tempo para conferir todas as atividades porque o museu ficará aberto das 8 até as 18 horas.

Às 9 horas, será inaugurada a mostra Louça Paulista, com peças de faiança e porcelana de fábricas de louça estabelecidas na Grande São Paulo até o final dos anos 30. Serão exibidos objetos do acervo do próprio museu e de empréstimo do Museu de Mauá, Fundação Pró-Memória de São Caetano e de colecionadores particulares.

“O museu quer chamar a atenção e despertar o interesse para a faiança e porcelana paulistas como um dos elementos da sociedade do começo do século 20, das quais sobraram poucos exemplares e que ainda são pouco valorizadas. As firmas que existem hoje e fazem os dois produtos, como a Schimidt, são do início do século passado”, explica a diretora do museu, a professora de história da USP Raquel Glezer.

Além da exposição, haverá o lançamento, às 9h30, do Suplemento Especial sobre Louça Paulista, publicação da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, e distribuição de três mil exemplares para o público.

Memória em vídeo

Três filmes serão exibidos em cinco horários diferentes (9h30, 10h30, 11h30, 13h30, 15h30), no auditório. O vídeo Museu Paulista da USP explica os trabalhados feitos pela entidade, o acervo e as pesquisas empreendidas.

O filme São Paulo Antiga: uma Encomenda da Modernidade mostra como um dos quadros históricos foram pintados no século 20 a partir de fotos da Coleção Militão de Azevedo produzidas entre 1862 e 1885.

O outro é o curta-metragem Poses do 19th – 9 minutos, ganhador do Grande Prêmio de Cinem’Art de Curta-Metragem, no Festival Audiovisual Internacional de Museus e Patrimônio, Icomi, entidade vinculada à Unesco. No curta, as 1.338 fotos do fotógrafo Militão de Azevedo ganham movimento pela sucessão rápida de imagens e mostram a arquitetura, hábitos, vestimenta e os comportamentos sociais. A trilha sonora dá ritmo às imagens e os comentários esclarecem curiosidades como “cadeira é poder”, ao expor, nas fotos de família, 89% dos homens sentados e as mulheres e crianças orbitando ao seu redor.

Música no museu

O recital de violões Duo Bartoloni – Fábio & Giacomo Bartoloni – começa às 16h30 com obras originais e adaptações. Pai e filho vão apresentar ao público repertório musical que incluem Gnattalianade Giacomo e Buarquiana de Edmundo Villani-Côrtes.

Outra atração é a venda de publicações do próprio museu como Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material e Cadernos de História de São Paulo com descontos promocionais na loja localizada no piso térreo, das 9 às 16h45. Os interessados poderão adquirir ainda cartões postais, camisetas, bonés e fitas de vídeo institucionais.

O público esperado é de duas mil pessoas, segundo a diretora. As atividades ocorrem nesta data fazem parte do projeto “São Paulo: a cultura é presente”, da Secretaria de Estado da Cultura, desenvolvido pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.

Porcelanas e faianças, símbolos da industrialização

A maioria dos utensílios usados no Brasil, até meados do século 19, era produzida em pequenas quantidades artesanalmente ou importada do exterior, em especial, da Europa. O visitante pode ver exemplares de porcelanas que pertenciam à nobreza paulista e aos barões do café como o Visconde de Indaiatuba e Barão de Jundiaí no acervo permanente do museu. Os objetos de utilidade para essas famílias eram encomendados no exterior e vinham com o brasão da família.

A primeira fábrica paulista, a Santa Catharina, de Romeo Ranzini, instala-se no bairro da Água Branca, em 1912. Em seguida vieram a Fábrica Grande (Mauá, 1914), Adelinas (São Caetano, 1935), RR (segunda fábrica de Romeo Ranzini), Louças Cláudia Matarazzo (São Caetano, 1935).

Todas produziam faiança, um tipo de louça branca esmaltada, de qualidade inferior à porcelana. Há poucos estudos a seu respeito, sua preservação foi precária e há poucos exemplares remanescentes. Chegou para substituir o ferro e o barro e mudar os padrões artísticos e de gosto. Por ter menor custo, foi muito usada pela camada média da sociedade até começar a produção de vidros e plásticos.

Serviço
Museu Paulista (Ipiranga) – www.mp.usp.br
Correio eletrônico – mp@edu.usp.br
Parque da Independência, s/no – Ipiranga – São Paulo (SP)
Tel. (11) 6165-8000
Nos dias normais, as visitas são feitas de terça a domingo, das 9 às 16h45. O ingresso custa R$ 2,00 e é grátis para menores de cinco e maiores de 60 anos. No terceiro domingo do mês a entrada é gratuita.

Claudeci Martins
Da Agência Imprensa Oficial

A.M.