Mulheres são destaque na formatura de 167 novos delegados de Polícia

O governador em exercício Cláudio Lembo entregou os diplomas para os formandos

sex, 11/03/2005 - 21h16 | Do Portal do Governo


A presença cada vez maior de mulheres em profissões antes vistas como masculinas não chamam mais a atenção. O diferencial agora, é que elas chegam antes, mais qualificadas, mais seguras, e mostram tudo isso em resultados concretos.

Érica Marcelina Cruz, de apenas 24 anos, é um bom exemplo: ela foi a primeira colocada no concurso para delegados do Estado de São Paulo. Ela e mais duas colegas, deixaram para trás 18.841 inscritos, e ficaram na frente dos 167 aprovados. Foram 51 mulheres aprovadas no último concurso.

Érica recebeu seu título de delegada das mãos do governador em exercício, Cláudio Lembo, nesta sexta-feira, dia 11, durante a formatura do curso técnico-profissional específico de carreira dos 167 novos delegados de polícia, na Delegacia Geral de Polícia, em São Paulo.

Lembo foi representar o governador Geraldo Alckmin, em missão nos Estados Unidos, escolhido como patrono da turma denominada “Centenário da Polícia Civil Dr. Maurício José Lemos Freire”, em comemoração aos cem anos de criação da instituição.

O destaque das mulheres chamou a atenção de Lembo. “É um acontecimento notável, pois creio que irá humanizar a polícia de São Paulo por meio da sensibilidade feminina. Fico feliz em vê-las conquistando cada vez mais espaço, particularmente, nas carreiras de Estado, pois de certa forma deve mudar a estrutura e a mentalidade burocrática,’ disse o governador.

Érica, nascida em Botucatu, interior de São Paulo, é formada pela Universidade Mackenzie e tem os estudos como hobby. Para a nova delegada, que encontrou em cursos preparatórios para concursos a vocação para o cargo, uma das coisas mais importantes para carreira que escolheu são os estudos.

“Muitas vezes as mulheres não procuram estes cargos por achar que o uso da força é fundamental, no entanto, acho o contrário. Na função de delegado, como apaziguador por exemplo, o intelecto pode ser bem mais importante”, comenta Érica. Sobre o preconceito da participação de mulheres em posições dentro da polícia, acredita que muito deste sentimento vem das próprias mulheres. “Elas acreditam que perderão a feminilidade, ou que estarão expostas demais à ações violentas.”

Os aprovados no concurso passaram por treinamento de sete meses e meio. Matérias como inteligência policial, crimes na internet, crime organizado, psicodinâmica e estratégias de atendimento ao público fizeram parte do currículo.

Classificada em segundo lugar, Ana Paula Marconato, de 25 anos, formada pela Universidade São Francisco, destacou as matérias de relacionamento humanos como ponto forte do curso. “Escolhi ser delegada para estar mais próxima do povo, poder ajudá-lo no momento em que ele sabe que seu último recurso de ajuda é buscar auxílio legal na delegacia”, explica. Para ela, que foi apresentada ao mundo policial por uma amiga investigadora, desenvolver seu trabalho ajudando a sociedade será a grande satisfação profissional.

Os novos integrantes da Polícia Civil já sabem para que departamentos irão, apenas não têm conhecimento das localidades, que serão informadas por meio de notificação na próxima semana.

Fernanda Canto