Metropolitanos: CPTM começa a reembolsar bilhetes tipo integração

Devolução de dinheiro será para os usuários que possuem bilhetes tipo F04, F11 e F16

qua, 23/11/2005 - 18h50 | Do Portal do Governo

A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) iniciou, nesta quarta-feira, dia 23, o processo de devolução de dinheiro aos usuários que possuem bilhetes tipo F04, F11 e F16, todos de integração com os ônibus das regiões de Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi e Osasco, cujo recebimento foi suspenso pelas empresas locais devido ao grande número de bilhetes falsos recebidos pelas mesmas no início do mês.

Estão preparadas para realizar a troca as estações da Linha B, no trecho entre Presidente Altino e Itapevi. O reembolso será de R$ 3,60 para bilhetes novos e de R$ 1,71 para os que já foram utilizados no sistema da CPTM.

Ontem, a companhia já começou a trocar os bilhetes dessas mesmas séries adquiridos no formato vale-transporte, por empresas. Todos os funcionários das estações que efetuam a troca receberam treinamento especial para identificar possíveis bilhetes fraudados. Os bilhetes recolhidos serão enviados para análise.

Irregularidades

A suspeita de irregularidades levou a Gerência de Operações (GOC) da companhia a realizar perícia técnica em 236.759 bilhetes integrados, divididos em quatro lotes: 46.080, 63.600, 54.423 e 72.656, respectivamente. Essas unidades foram individualmente analisadas, resultando na confirmação de 37.544 bilhetes falsificados (15,8%).

As peças falsas – sem tarja e mensagem magnética, com apenas uma faixa impressa na mesma cor – seriam facilmente detectadas nas linhas de bloqueio da CPTM. Mas nos ônibus, as diferenças não estavam sendo identificadas.

Os bilhetes magnéticos utilizados pela CPTM no Sistema de Controle de Arrecadação e de Passageiros (SCAP), comercializados nas bilheterias das estações, nos ônibus integrados e nos postos de venda de vale-transporte, são confeccionados na Casa da Moeda do Brasil e na CEDINSA S.A., em cartolina com características gráficas distintas para cada tipo de bilhete, com numeração seqüencial controlada por série e tipo de bilhete e com uma pista magnética composta.

Entre os bilhetes adulterados apreendidos existem diferenças de layout, como a cor e o tipo de letra usado na inscrição “Ônibus”, além de outros indícios de fraude.

Riscos

A CPTM alerta sobre os riscos aos quais os usuários se submetem ao comprar bilhetes fora das estações. Além de alimentar o comércio ilegal, não têm garantia alguma em relação à proveniência dos mesmos. Quando apreendidos nos pontos de bloqueio eletrônico, as catracas, esses bilhetes são analisados. Constatando-se qualquer irregularidade, o portador do material pode ser encaminhado às autoridades policiais para prestar esclarecimentos.

Dessa forma, quem compra bilhetes clandestinos está sujeito até a ser indiciado por receptação de mercadoria roubada, enquanto que os vendedores são enquadrados criminalmente.

Os profissionais da área de segurança da companhia também realizam operações especiais com o intuito de coibir esse tipo de infração, muitas vezes comandada por quadrilhas que atuam, principalmente, nos arredores do sistema. Durante as blitze, os agentes, apoiados no Decreto Federal 1.832, apreendem os bilhetes vendidos irregularmente por vendedores ambulantes em frente às estações.

Essa estratégia de “apertar o cerco” conta ainda com um outro recurso. As imagens capturadas nas 83 estações comerciais da rede, 24 horas por dia, em tempo real, servem de referência para que o pessoal da segurança da CPTM, em conjunto com Polícia Militar e Polícia Civil possam identificar em que unidades a prática de falsificação de bilhetes é mais comum. E assim, tem sido possível prender os responsáveis por esse tipo de crime.