Metropolitanos: A manutenção da limpeza no interior de trens CPTM depende dos usuários

A cada dez horas são recolhidos treze sacos de lixo de dentro dos trens

qui, 21/07/2005 - 10h37 | Do Portal do Governo

Todos os dias os trens são colocados à disposição da população de forma impecáveis. Pouco tempo depois a situação é totalmente contrária. Afinal, os ‘maus usuários’ insistem em jogar diversos materiais no interior dos trens, mesmo ouvindo mensagens de conscientização.

Para se ter uma idéia, em apenas um dia de tabulação, no período das 7h às 17h20, um total de 13 sacos de lixo de 100 litros foram recolhidos por equipes na Estação Francisco Morato, terminal da Linha A. Na Estação Itapevi, Linha B (Júlio Prestes-Itapevi), em pouco mais de oito horas de limpeza, os faxineiros encheram seis sacos de 60 litros com o que coletaram nos salões de passageiros das composições. Nas outras quatro linhas da companhia, o acúmulo de objetos atirados no chão seguiu proporções semelhantes.

Entre os itens mais encontrados, periodicamente, figuram sacos plásticos, papel de embalagens (balas, salgadinhos, chocolates), garrafas de água, latinhas de refrigerante e jornal. Para a usuária Suelen Cristina Rosa, 20 anos, a falta de educação de algumas pessoas contribui para isso. ‘É um relaxo deixarem o trem no estado em que encontro quando embarco. Esse povo precisa ter mais consciência, pois não adianta um monte de gente limpando se tem muito mais gente sujando’, comenta.

Essa é uma batalha que empresa tenta vencer insistentemente, envolvendo as gerências de Operação de Estações (GOP) e de Circulação e Controle Operacional (GOC). Para tanto, um esquadrão de limpeza formado por cerca de 1,8 mil funcionários, distribuídos pelas plataformas das estações terminais, lavadores de trens, pátios e oficinas, está sempre a postos.

A operação de ‘guerra’ contra o lixo começa nas próprias plataformas. Ao término de cada viagem – são aproximadamente 1,6 mil por dia – os trens passam por uma varrição rápida, nas estações finais das linhas, processo que varia de sete e 20 minutos, dependendo do horário e local.

Os trens ainda são submetidos à limpeza em locais estratégicos, onde há pátios, oficinas e abrigos de manutenção. Na linha A, Lapa, Jundiaí e Francisco Morato; na linha D, Luz, Mauá e Rio Grande da Serra; nas linhas B e C, Presidente Altino e Carapicuíba; nas Linhas E e F, Eng° São Paulo, Itaim Paulista, Manoel Feio, Brás, Mogi das Cruzes e Calmon Viana. Executam esse serviço, ao longo do dia e de madrugada, cerca de 170 empregados, entre faxineiros e encarregados.

‘Lava-trens’

Além disso, a cada dez dias, ou de acordo com a necessidade da operação, as composições são encaminhadas a um dos três lavadores da companhia: Jundiapeba (Linhas E e F), Presidente Altino (linhas B e C) e Barra Funda (linhas A e D), para uma limpeza mais profunda, que ocorre nos turnos matutino e noturno. Todos os dias, em média são lavadas três unidades – caso de Jundiapeba e Barra Funda – e duas em Presidente Altino.

Nesses locais, primeiro as composições são varridas e o lixo é recolhido. Depois, ocorre a lavagem interna e externa. A passagem pela escova do lavador garante o devido acabamento ao processo. Os vidros, bancos, pega-mãos e outros acessórios do interior das composições também ficam limpos com o uso de produtos especiais. No total, cerca de 140 funcionários, entre faxineiros e encarregados, estão envolvidos com essas tarefas, nos dois períodos.

Comércio ambulante

Para combater o comércio ilegal de mercadorias, a CPTM mantém equipes especializadas (GAM – Grupo de Apoio Móvel), que percorrem os trens e as estações diversas vezes por dia, em toda a malha ferroviária da rede. Vestidos à paisana, os profissionais se portam como usuários, agindo apenas diante de anormalidades ou no flagrante de venda ilegal.

No primeiro semestre, os agentes recolheram cerca de 760 mil unidades de mercadorias, em 24.282 ações. Os produtos apreendidos são contabilizados, descritos em formulário próprio e encaminhados a entidades assistenciais.

Segundo Leopoldo Augusto Correa Filho, gerente de Segurança da companhia, ‘esse trabalho é realizado ostensivamente, pois a presença dos ambulantes potencializa as possibilidades dos usuários mal educados jogarem embalagens e resíduos dos produtos comercializados clandestinamente no interior das composições, nas vias e demais áreas do sistema’.

Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos

F.C.