Metrô: Restauração do Memorial Armênia será concluída até o próximo dia 24

Estação Armênia (antiga Ponte Pequena) do Metrô foi inaugurada em setembro de 1975

seg, 11/04/2005 - 19h45 | Do Portal do Governo

Os trabalhos de restauro do Memorial Armênia, nos acessos Norte e Sul da estação Armênia do Metrô (Linha 1-Azul), prosseguem em ritmo acelerado para que estejam prontos até o próximo dia 24, data de evocação dos 90 anos do genocídio do povo armênio.

O Memorial Armênio, de autoria da artista plástica Josely Carvalho, é um tributo aos armênios sobreviventes do primeiro genocídio do século passado, ocorrido durante a Primeira Guerra Mundial, quando foram exterminados cerca um milhão e meio de pessoas.

‘Instalado em 1995, o Memorial tem um grande valor sentimental para nós armênios. A obra é um trabalho realizado com muita sensibilidade por uma artista de renome internacional, Josely Carvalho’, destaca o arcebispo da Igreja Apostólica Armênia no Brasil, Datev Karibian.

Para a autora, Josely Carvalho, a obra é uma metáfora da incompetência do ser humano em viver de bem um com o outro. ‘Aceitar as diferenças é fundamental. As diferenças só adicionam, não precisamos eliminar aquilo que não é igual’, ressalta a artista.

Conjunto de obras

O conjunto de obras que compõem o Memorial Armênia conta com duas esculturas em barro, inspiradas na simbologia armênia dos khatchakar (um no acesso Norte e outro no acesso Sul da estação do Metrô), com desenhos e inscrições em baixo-relevo. Com as obras de restauro, todo esse conjunto ganhará a proteção de uma cerca de vidro transparente, de onde as pessoas poderão apreciar a escultura, que surge do espelho d´água.

Ao subir as escadas do acesso Norte, o usuário do Metrô se deparará com placas de vidros jateados, que trazem inscrições dos cantos de vahakn, que documentam a história oral da Armênia. No acesso Sul, as placas de vidros reproduzem a poesia de Diana der Hovanessian, norte-americana de descendência armênia, que fala do genocídio.

A proposta de recuperação do Memorial Armênia é refazer a obra dentro das necessidades de hoje, integrá-la com a nova realidade do seu entorno, que como outras áreas da cidade vive em constante mutação, enfatiza a artista.

Hoje, a maioria da comunidade armênia, que chegou ao local na segunda década do século passado, deixou o bairro para fixar-se em outros pontos da cidade. Dos antigos moradores, ficaram as três igrejas erguidas por eles, que até hoje são muito conhecidas e freqüentadas pelo público da região.

A estação Armênia (antiga Ponte Pequena) do Metrô foi inaugurada em 26 de setembro de 1975, quando foi entregue o trecho Norte da Linha 1, de Liberdade a Santana. A alteração da denominação oficial da estação ocorreu em 12/11/1985, 10 anos após a inauguração, a pedidos da comunidade armênia ali instalada.

Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô
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