Metrô: Mulheres totalizam 46% da demanda, têm instrução maior e renda menor que os homens

Desde o início da operação comercial, em 1974, o Metrô realiza, a cada dois anos, estudo de caracterização do perfil socioeconômico dos usuários

sex, 30/04/2004 - 10h11 | Do Portal do Governo

O último estudo de caracterização do perfil socioeconômico dos usuários do Metrô e de seus hábitos de viagem (período 2001-2003) revelou que a maioria é constituída de homens (54%), na faixa etária dos 18 aos 34 anos (53%), com ensino médio completo (51%), pertencentes à classe média (69%) e com renda familiar de R$ 2.400,00. Desse universo, 84% são usuários habituais, pois utilizam o transporte 3 dias ou mais da semana, e 65% deles fazem as viagens exclusivamente a trabalho.

Desde o início da operação comercial, em 1974, a Companhia do Metropolitano realiza, a cada dois anos, o estudo. O conhecimento dessas variáveis possibilita ao Metrô, entre outros aspectos, a elaboração de políticas alinhadas às características pessoais dos usuários, bem como às suas necessidades de deslocamento, além de subsidiar o planejamento do transporte, revelando as mudanças dos seus desejos de viagens.
 
Com relação aos aspectos operacionais, esse estudo permite ao Metrô a implantação de novas estratégias, a definição de políticas de relacionamento com o público, de treinamento e reciclagem de empregados, alinhando a prestação dos serviços às necessidades dos usuários.

As mulheres, os jovens e os idosos

As mulheres representam 46% dos usuários, têm um nível de instrução um pouco maior que os homens, ganhos mais baixos e usam, mais do que os homens, o transporte metroviário para tratamento de saúde.

No segmento dos jovens (faixa etária entre 14 e 24 anos), que constituem 29% da demanda do Metrô, a maioria circula na linha 1/Azul (Jabaquara-Tucuruvi), 53% utilizam o sistema metroviário a trabalho e 23% para ir à escola, sendo que 58% deles custeiam a viagem, o que provavelmente restringe a utilização nos finais de semana.

Os idosos, usuários com mais de 60 anos, representam 7% da demanda e embora as mulheres idosas prevaleçam na população, no sistema metroviário o percentual de homens idosos é ligeiramente maior. Os rendimentos familiar e individual estão em cerca de 4 salários mínimos e 40% desses idosos utilizam esse transporte para trabalhar, o que caracteriza um percentual elevado de pessoas mais velhas, normalmente homens, que precisam garantir o sustento da família.

Novos itens pesquisados
 
Pela primeira vez, o estudo referente ao período 2001-2003 pesquisou os usuários de finais de semana para verificar se há alguma diferença entre aqueles que usam o Metrô nos dias úteis e os usuários ocasionais, nos finais de semana. Também foi pesquisado o que os usuários habituais fazem no fim de semana e como se deslocam, possibilitando o desenvolvimento de ações que tornem o uso do Metrô nesses dias mais atrativo.
 
Outro novo ponto levantado é o gasto mensal com transporte, que associado ao subsídio recebido pelos usuários, juntamente com outras variáveis como idade, tipo de ocupação, vínculo de trabalho, permite verificar a sustentabilidade do uso do Metrô pela população.

Principais resultados

De um modo geral, o estudo referente a 2001/2003 aponta que as variáveis pesquisadas sofreram poucas alterações. As principais mudanças ocorreram com os rendimentos médios familiar e individual dos usuários, com queda de 17% e 23%, respectivamente.

No Metrô, a queda dos rendimentos é compensada, em parte, pelos subsídios recebidos pelos usuários para seu uso. Do total de deslocamentos, 49% são custeados integralmente ou parcialmente pela empresa/patrão. Graças a esse benefício, o gasto médio mensal com os transportes está em cerca de R$ 80,00.

A análise do subsídio recebido pelos usuários (gratuidade e auxílio das empresas/patrões) mostra que o benefício está concentrado nos segmentos de renda mais baixa, principalmente os que estão na faixa de renda individual entre 2 e 4 salários mínimos, e é obtido em maior proporção pelos empregados subalternos e de escritório, categorias com rendimentos menores.

Hábitos de finais de semana
  
A maioria das menções dos usuários relativas ao que costumam fazer nos fins de semana recaiu em atividades fora de casa, em espaços públicos. As outras respostas mais expressivas referiram-se a atividades mais reclusas, como fico em casa (22%), vou à casa de amigos (15%) e trabalho (13%).

Nos fins de semana constatou-se a presença maior de usuários não habituais (30% contra 16%), porque as viagens por motivo de trabalho ficam no patamar de 41%, sendo que nos dias úteis chegam a 65%. As viagens a passeio/visitas são superiores nesses dias (26%, sendo 3% nos dias úteis).

Do Departamento de Imprensa da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô

(AM)