Meninas que vão representar o Brasil na ONU embarcam esta noite para Nova Iorque

As jovens do Projeto Guri participarão da Sessão Especial em Favor da Infância, que vai até o dia 10

sex, 03/05/2002 - 9h21 | Do Portal do Governo


Jovens do Projeto Guri participarão da Sessão Especial em Favor da Infância, que vai até o dia 10

Elaine Cristina Mathias de Paula e Duane Egle Santos, ambas com 17 anos, vão representar oficialmente o Brasil na Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas em Favor da Infância. Elas embarcam na noite desta sexta-feira, dia 3, para Nova Iorque, onde participarão dos eventos que terão início neste domingo, dia 5, e vão até o dia 10. As duas participam do Projeto Guri, um dos principais programas sociais do Governo do Estado, voltado à integração e elevação da auto-estima de crianças e adolescentes com idades que variam de 8 a 18 anos, a partir do ensino musical básico e formação de pequenas orquestras. O programa reduz a vulnerabilidade, a agressividade e a violência entre os jovens.

‘O convite para participar do Fórum Especial da ONU (Organização das Nações Unidas) foi feito pelo Unicef (Fundo da Nações Unidas para a Infância) ao Itamaraty, que repassou o convite ao Ministério da Educação. O ministro Paulo Renato indicou, então, o Projeto Guri como representante oficial do Governo Brasileiro’, explicou a coordenadora de eventos do Guri, Griz Axcar, que será a intérprete das meninas durante a viagem.

Elaine mora em Pindamonhangaba, região do Vale do Paraíba, e está no Guri há três anos. Duane, vive em Osasco, na Grande São Paulo, e participa do projeto há um ano e oito meses. As duas optaram pelo aprendizado de violino. Elas contam que conheceram o instrumento quando entraram no programa. ‘Eu me inscrevi para aprender cavaquinho ou violão. Quando ouvi o som do violino, adorei o som e troquei de instrumento na hora’, empolga-se Duane. ‘Eu aprendi a apreciar música clássica depois que entrei no projeto’, conta Elaine.

Elas foram escolhidas para participar da reunião por um processo seletivo, que incluiu redação sobre o tema ‘juventude’ e dinâmica de grupo. Nenhuma das duas sabia qual era o objetivo das avaliações. ‘Até hoje não acredito. No mesmo dia que fiz a entrevista, sem saber para o que era, me deram a notícia de que eu tinha sido escolhida para representar meu País na ONU. Foi uma surpresa’, lembrou Elaine. A Sessão Especial aconteceria a partir do dia 14 de setembro do ano passado, mas os atentados terroristas de 11 de setembro adiaram os planos.

Entre os temas sugeridos para discussão, aparecem questões como violência, drogas e desemprego. ‘Pretendo mostrar que não é só o Brasil que tem problemas. Em todo o mundo tem isso. E aqui tem muita gente boa, muita gente interessada no País’, define Elaine.

Duane demorou muito para acreditar que iria para Nova Iorque numa missão tão importante. ‘Vamos representar o Governo do meu País. Eu penso que vão refletir o país em nós. É uma responsabilidade bem grande’, destacou. Ela acredita que não há fórmula mágica para solucionar questões como a violência ou as drogas. ‘Esse são problemas que abrangem o mundo inteiro, não são coisas que podemos resolver sozinhos num relance de pensamento. Precisamos ouvir e pensar em alguma solução possível’. Investir na qualidade da educação, tanto em casa quanto na escola, é o melhor caminho para melhorar a vida dos jovens, na opinião das meninas.

Cíntia Cury

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