Meio Ambiente: Secretário dos Transportes apresenta avaliação do Rodoanel no CONSEMA

Dados constam da Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Rodoanel

ter, 17/08/2004 - 18h47 | Do Portal do Governo

Será muito pequena a contribuição do Rodoanel Metropolitano Mário Covas para a expansão da ocupação do solo urbano na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), em comparação com a expectativa de crescimento sem a continuidade de suas obras.

Da mesma forma, o receio de um impacto significativo sobre as áreas de mananciais e demais áreas protegidas existentes no anel peri-urbano não só não tem fundamento, como, ao contrário, na faixa de domínio do Rodoanel, a expectativa é de melhora da qualidade ambiental.

Também melhora a qualidade do ar: primeiro, por reduzir-se a geração de poluentes, graças aos ganhos de velocidade dos veículos, e, em segundo, por transferir parte da carga poluente para locais onde a sua dispersão será facilitada.

Esses e outros dados constam da Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Rodoanel, apresentada nesta terça-feira, dia 17, na 202ª Reunião Ordinária do Plenário do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA), pelo secretário de Estado dos Transportes, Dario Rais Lopes.

O documento contém os resultados dos estudos realizados com o objetivo de avaliar a viabilidade ambiental do Rodoanel, bem como questões estratégicas associadas à sua implementação gradativa, por trechos, num horizonte de 15 anos. Entre outras informações, o estudo contém as diretrizes para definição e seleção de traçados e para elaboração dos estudos de impacto ambiental para os novos trechos do Rodoanel.

Após a apresentação do secretário dos Transportes, o secretário do Meio Ambiente e presidente do CONSEMA, professor José Goldemberg, sugeriu que o documento fosse encaminhado para análise da Comissão de Avaliação de Impacto Ambiental do órgão e apresentado, já com as conclusões de seus membros, na próxima reunião mensal do conselho.

Benefícios do empreendimento

Entre outros temas contemplados na avaliação efetuada pelo secretário dos Transportes, destacam-se a avaliação estratégica do empreendimento, com a identificação e análise dos efeitos potenciais na Região Metropolitana de São Paulo relacionados à implementação do Rodoanel, e a viabilidade de sua implantação por trechos, indicando a prioridade, a flexibilidade de implantação e a independência entre eles, além das recomendações para gestão do Programa Rodoanel, identificando as ações de responsabilidade do empreendedor e as ações articuladas de políticas públicas. O estudo inclui a proposta de constituição de um Sistema de Gestão Ambiental do empreendimento rodoviário.

Conforme a AAE, os benefícios para o sistema de transportes e a logística do Estado e da Região Metropolitana de São Paulo trazidos pela continuidade do Programa do Rodoanel são claros. As projeções no estudo “apontam para um desvio de cerca de metade dos fluxos de caminhões, que têm origem ou destino fora da RMSP.

O Rodoanel também atrairá cada vez mais os fluxos de caminhões com origem e destinos em pontos distantes dentro da própria região metropolitana, especialmente à medida que se aprofundar o fenômeno da modificação locacional da logística da metrópole para sua vizinhança imediata. Com isso, estabelecer-se-á naturalmente a importante segregação entre o tráfego de carga de longa distância, que recorre a caminhões cada vez maiores, do transporte urbano de carga, no qual convém reduzir o tamanho dos veículos, por razões de eficiência dos transportes e de qualidade de vida.”

O documento diz que será muito pequena a contribuição do Rodoanel para a expansão da ocupação do solo na RMSP em comparação com a expectativa de crescimento sem a sua continuidade: “Para taxas acumuladas de crescimento da população até 2020, que podem chegar a 80% em algumas zonas do anel peri-urbano utilizado nessa avaliação, só em poucos casos a contribuição acumulada do Rodoanel ultrapassa 0,2%.”

No que se refere à qualidade da água, assunto vital na região atravessada pelo programa, o estudo mostra que a contribuição será positiva, tanto devido às medidas para controle de sedimentos e cargas difusas, quanto pela preservação de longo trecho de várzea responsável pela auto-depuração de importante afluente do reservatório Guarapiranga.

O estudo defende também o mesmo ponto de vista em relação ao transporte de produtos perigoso enfatizando que o simples fato de um veículo transitar no Rodoanel, em lugar da malha viária metropolitana, reduz em pelo menos três vezes o risco de acidentes.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria do Meio Ambiente/Mário Senaga/L.S.