Meio Ambiente: Projeto promove recuperação de mata ciliar e a inclusão social de jovens em Sumaré

Já foram plantadas 4.600 mudas de 77 espécies na região

qua, 03/11/2004 - 14h11 | Do Portal do Governo

A Secretaria do Meio Ambiente do Estado(SMA)apresentou em Sumaré, na região de Campinas, os resultados de o projeto “Pioneiros da Mata Ciliar”, de recuperação da mata ciliar na microbacia do Córrego Taquara Branca.

O “Pioneiros da Mata Ciliar” é um desdobramento do projeto-piloto implantado no ano passado, na mesma microbacia, com recursos da Fundação Florestal, órgão da SMA, provenientes da compensação ambiental das obras de prolongamento da Rodovia dos Bandeirantes, e é desenvolvido com o apoio de jovens carentes, moradores de assentamentos, na região.

Entre os resultados ambientais e sociais obtidos pelo projeto, que teve início em 16 de fevereiro de 2004 e tem duração prevista de um ano, destaca-se a recuperação de 4,5 hectares, com plantio de 4.600 mudas de 77 espécies selecionadas para a manutenção da biodiversidade, incluindo plantas frutíferas como banana, amora e seriguela para atrair a fauna.

Foi realizada ainda uma experiência na área plantada, conduzida pelos jovens, para analisar diferentes tipos de adubação, com a utilização da fórmula NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), carvão e um biofertilizante chamado “bokashi”, numa das primeiras iniciativas de plantio orgânico em matas ciliares.

Nas oficinas de capacitação, com aulas em campo ministradas pelos professores da ESALQ, o grupo aprendeu como coletar sementes e produzir mudas nativas, visitou viveiros em Piracicaba. Hoje os jovens mantém um viveiro no “Assentamento II”, onde há uma pequena sementeira para germinação das sementes coletadas.

Uma prática de campo adotada foi a cobertura de solo com a palha de arroz que sobra da produção do assentamento, promovendo a proteção e enriquecimento do solo e evitando sua queima na lavoura.

As aulas teóricas ministradas tratam de temas como ecologia, história da região, botânica, biodiversidade, os diferentes ecossistemas e agroecologia. Para enriquecer a formação dos jovens, o grupo dispõe de um curso teórico e prático de jardinagem e paisagismo, administrado por profissionais da Secretaria do Meio Ambiente, que já resultou no plantio de um canteiro na entrada do assentamento.

O grupo é composto por oito jovens e adolescentes, um coordenador de campo e duas estagiárias. Cada um dos participantes recebe uma bolsa-auxílio, que contribui para o aumento da renda familiar, inclusão social e melhoria na qualidade de vida, sem contar a elevação da auto-estima dos adolescentes. Além disso, verifica-se maior engajamento nas atividades e nas tomadas de decisões sobre as atividades do projeto, como também na vida pessoal, social e escolar dos jovens envolvidos. “Desde que comecei a participar do projeto não dependo de meu pai e de minha mãe. Passei a ser independente, porque eu compro roupas e vou a festas com meu próprio dinheiro. ‘Agora ajudo meu pai todo mês, porque pago a conta de água e luz todos os meses”, declarou um dos participantes
, desenvolvido por jovens carentes e filhos de assentados da região. Para isso, eles receberam capacitação e ganham uma bolsa.

Durante a apresentação, a secretária-adjunta do Meio Ambiente do Estado, Suani Teixeira Coelho, ressaltou a necessidade de expandir o projeto para outras cidades da Região Metropolitana de Campinas, apontando a importância do projeto em função da área de matas ciliares a serem recuperadas. “Temos um milhão de hectares de mata ciliar derrubados. Por essa razão, a união entre o Poder Público e a iniciativa privada é essencial.”

O prefeito de Sumaré, Dirceu Dalben, lembrou que as parcerias são fundamentais para o desenvolvimento dessas ações e pediu para que empresários sigam o exemplo da empresa 3M, que ofereceu oito bolsas de R$ 150,00 aos jovens envolvidos nas ações. “Queremos ampliar em dez o número de módulos na cidade”, disse o prefeito, referindo-se aos grupos de alunos que freqüentam o Horto Florestal Municipal para participar das oficinas.

O programa está sendo desenvolvido em parceria com a prefeitura local, Sociedade Humana Despertar –SHD, 3 M do Brasil e o Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ, da Universidade de São Paulo.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria do Meio Ambiente/Wanda Carrilho/L.S.