Meio Ambiente: Projeto da Fundação Florestal é indicado para prêmio das Nações Unidas

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qui, 01/08/2002 - 18h23 | Do Portal do Governo

Projeto comunitário de produção de ostras, em
Cananéia, é selecionado para prêmio das Nações Unidas (ONU)

O Projeto de Ordenamento da Exploração de Ostra do Mangue do Estuário de Cananéia, reunindo 48 membros de comunidades caiçaras nesse município localizado no extremo Sul do Litoral paulista, foi selecionado para o Prêmio Iniciativa Equatorial 2002, cujos seis vencedores serão anunciados na Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10, que se realizará em Johannesburgo, na África do Sul, de 26 de agosto a 4 de setembro próximos.

O projeto, coordenado pela Fundação Florestal, órgão da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, ao lado de outros 24 de diversas partes do mundo, foi selecionado pela Iniciativa Equatorial que envolve o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, Governo do Canadá e outras instituições. Instituído com a finalidade de identificar iniciativas de parcerias comunitárias, cujo objetivo seja a redução da pobreza por meio do uso sustentável da biodiversidade, o prêmio será outorgado a seis projetos, que receberão US$ 5 mil cada um. Dos 25 projetos selecionados, onze são da América Latina.

O Brasil, que inscreveu 44 projetos, teve quatro incluídos nessa seleção: Projeto de Ordenamento da Exploração de Ostra do Mangue do Estuário de Cananéia, Associação Viva Verde da Amazônia, Bolsa Amazônia e Projeto Couro Vegetal da Amazônia.

Dois representantes de cada projeto selecionado foram convidados para participar da Rio+10, onde serão anunciados os ganhadores do prêmio. A Television Trust for the Environment produzirá vídeos de cinco minutos sobre os projetos selecionados para serem apresentados no encontro das Nações Unidas, em Johannesburgo, e para exibição no programa ‘Earth Report‘, da BBC.

A luta contra a exclusão

O projeto coordenado pela Fundação Florestal que levou à constituição da Cooperativa dos Produtores de Ostras de Cananéia, hoje com 48 cooperados, foi iniciado em 1996 na esteira de diversas ações da Secretaria, como Macrozoneamento do Litoral Sul e da proposta de criação da Reserva Extrativista do Bairro Mandira.

O objetivo do projeto é a organização dessa comunidade, integrada por descendentes de escravos, que sobrevivia da coleta de ostras e de uma agricultura rudimentar. Com recursos de diversas instituições, a cooperativa construiu uma estação depuradora de ostras, com o qual foi possível obter o certificado do Serviço de Inspeção Federal – SIF.

Mais recentemente, conseguiu financiamento do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade para a implantação de um plano de negócios e adquiriu um veículo para a distribuição do produto, com o qual pretende alcançar também o mercado da Capital, expandindo sua atuação hoje restrita ao litoral.

Hoje, de simples coletores os cooperados passaram também a engordar ostras, conseguindo estocar o produto para o período de entressafra, procurando estabilizar a oferta ao longo do ano. Em 2000, a produção foi de 15.405 dúzias, passando a 39.225 dúzias em 2001.

Newton Miura
Da Secretaria do Meio Ambiente