Meio Ambiente: Projeto Biota-Fapesp é tema de série na TV Cultura

Quatro documentários mostram imagens de projetos sobre o mapeamento e a caracterização da biodiversidade do Estado de São Paulo para definir políticas

sex, 31/05/2002 - 13h46 | Do Portal do Governo

No período de 3 a 6 de junho, a TV Cultura, da Fundação Padre Anchieta, apresentará diariamente, às 19h30, a série BIOTA. Os documentários mostram o estágio atual das pesquisas do BIOTA-FAPESP, programa de pesquisas criado em 1999 pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo para inventariar e caracterizar a biodiversidade do Estado, definindo mecanismos para sua conservação e uso sustentável. A série tem quatro capítulos: O Instituto Virtual da Biodiversidade, O caminho das águas, A Mata Atlântica ainda respira e Os mistérios do Cerrado.

O primeiro episódio mostra o Instituto Virtual da Biodiversidade, formado por cerca de 400 pesquisadores de instituições de pesquisa paulistas para a implementação da Convenção sobre a Diversidade Biológica, assinada pelo Brasil durante a ECO-92 e ratificada pelo Congresso Nacional em 1994. Esta rede está conectada por meio do site do Programa (www.biota.org.br) e do Sistema de Informação Ambiental/SIA (www.biota.org.br/sia). Todos os projetos têm um conjunto de objetivos comuns e utilizam uma forma padronizada de registrar a coleta de material biológico.

O segundo episódio, O caminho das águas, enfoca algas, macroinvertebrados, peixes de água doce e o processo de degradação dos rios. O programa trata também da importância da pesca para as comunidades ribeirinhas do Vale do Ribeira, dos benefícios e perigos da piscicultura, e termina com os resultados do projeto que estuda organismos de diversos ambientes do litoral norte do Estado, já que o destino final desses rios poluídos e alterados é o mar.

A Mata Atlântica ainda respira e mostra que, apesar da cobertura florestal do Estado ter sido significativamente reduzida a 7%, sua biodiversidade ainda é uma das mais ricas do planeta. Estudos sobre a estrutura e variedade de espécies de plantas em áreas ainda consideradas intactas de Mata Atlântica são complementados com trabalhos sobre a importância de processos como a dispersão de frutos e sementes para a regeneração da Mata e outros voltados para a inevitável perda de espécies, que resulta da fragmentação dos maciços florestais que outrora recobriam o Estado. Além da devastação resultante da expansão cafeeira a partir do século XIX, da expansão das áreas urbanas e, mais recentemente, da especulação imobiliária no litoral, a Mata Atlântica sofre também as conseqüências da extrema poluição atmosférica na região do Pólo Petroquímico de Cubatão. Os efeitos destas alterações na composição de gases da atmosfera também são objeto de estudo do BIOTA, pois a compreensão destes processos é fundamental para a conservação, o manejo e, se possível, a recuperação dos fragmentos de floresta remanescentes.

A série termina com Os mistérios do Cerrado, área de vegetação que guarda segredos importantes, como o reabastecimento do maior reservatório subterrâneo de água doce do País, o aqüífero Guarani. A devastação e a fragmentação do Cerrado em São Paulo só ocorreram nas últimas décadas do século 20, mas foram avassaladoras. Hoje, os mais de 20 mil fragmentos de Cerrado, dos quais menos de uma centena têm mais de 400 hectares, ocupam menos de 1% da área do Estado. Entretanto, a diversidade de princípios ativos torna sua flora muito interessante para a pesquisa de novos fármacos. E este é o tipo de uso econômico que garante a sustentabilidade do recurso natural.

Estabelecer as bases para um novo modelo econômico, tendo o uso sustentável da biodiversidade como sustentáculo é, sem dúvida, o maior desafio do Programa BIOTA/FAPESP.
 

Da Assessoria de Imprensa da Fapesp