Meio Ambiente: Programa de Coleta Seletiva e Educação Ambiental vai envolver toda rede estadual de e

Iniciativa foi lançada nesta quarta-feira, dia 20

qua, 20/11/2002 - 20h32 | Do Portal do Governo

A partir de agora, os cuidados com o meio ambiente fazem parte, oficialmente, da pedagogia nas escolas da rede estadual, tendo como um dos eixos o tratamento, a coleta e a destinação final do lixo. A nova prática será possível graças a parceria selada nesta quarta-feira, dia 20, entre as Secretarias Estaduais do Meio Ambiente e da Educação, que lançaram o Programa de Coleta Seletiva e Educação Ambiental.

A iniciativa, que começa em 390 escolas de 19 municípios, envolvendo cerca de 117 mil alunos, será gradativamente ampliada até atingir as 6.100 escolas do Estado de São Paulo. As Associações de Pais e Mestres (APMs) vão subsidiar o programa, comprando material específico para a coleta seletiva do lixo, de acordo com as especificações do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama.

As cidades envolvidas nesta primeira etapa são: Americana, Santa Bárbara D’ Oeste, Bragança Paulista, Bom Jesus dos Perdões, Capivari, Tietê, Cordeirópolis, Iracemápolis, Rio Claro, Santa Gertrudes, Charqueada, São Pedro, Iaras, Santo André, Cubatão, São José dos Campos, São Vicente, Sumaré e Capela do Alto.

O programa faz parte de um processo de educação ambiental e de sensibilização da comunidade sobre os problemas decorrentes do desperdício dos recursos naturais e da poluição causada pelo lixo. Além de contribuir para melhoria da qualidade de vida da população, a iniciativa vai fortalecer a abordagem da temática ambiental no projeto pedagógico das escolas estaduais.

Funcionamento

Na prática, técnicos da Coordenadoria de Educação Ambiental, da Secretaria do Meio Ambiente, promoverão cursos de capacitação dos professores, diretores, supervisores, assistentes técnicos pedagógicos e dirigentes de ensino. Esses profissionais transmitirão todo conhecimento sobre coleta seletiva, reciclagem e reaproveitamento do lixo a aproximadamente 6 milhões de alunos matriculados na rede estadual de ensino.

Para isso, os educadores receberão um ‘kit’ de divulgação, com cartazes sobre o tema Tempo de decomposição de alguns materiais na natureza, além de publicações como o Guia Pedagógico do Lixo, Coleta Seletiva na Escola e Lixo: uma possibilidade de todos nós, e Ações técnicas e educativas em relação à questão do lixo são importantes.

‘Mas quem promoverá a verdadeira mudança são vocês, educadores, que terão a responsabilidade de formar a consciência ambiental nos alunos e melhorar a qualidade de vida’, afirmou o secretário do Meio Ambiente, José Goldemberg, para uma platéia com cerca de 600 educadores.

A mesma opinião foi compartilhada pelo secretário da Educação, Gabriel Chalita. Ele defendeu o conceito de ‘escola-cidadã’, acrescentando que a idéia é estimular a criação de programas voltados ao resgate de valores ligados à vivência da cidadania. ‘Dessa forma, o aluno poderá ter um comportamento pró-ativo, responsável e cooperativo. Além disso, cabe a escola não só ensinar, mas auxiliar a formar o cidadão’, observou.

Situação dos resíduos

O Estado de São Paulo produz hoje cerca de 20 mil toneladas/dia de lixo, segundo dados do último inventário anual de resíduos sólidos produzido pela CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental e apresentado no evento, pelo engenheiro Fernando Volmer.

Apesar do grande volume produzido, o lixo doméstico gerado tem sido melhor disposto no ambiente, em comparação com os dados levantados no inventário produzido entre 1997 e 1998. Em 2000 (ano-base do último inventário), o número de aterros inadequados reduziu em 31,1%.

No entanto, este último relatório apresenta uma estatística social preocupante: o aumento do número de catadores nos aterros, com o registro da presença de 3.238 catadores adultos e 448 adolescentes e crianças, com idade até 14 anos, totalizando cerca de mil pessoas a mais que no ano anterior.

Estes dados reforçam ainda mais a necessidade de se implantar programas de reciclagem e reaproveitamento do lixo gerado. Dados levantados por uma comissão da ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química – indicam a existência de 180 empresas de reciclagem instaladas na Grande São Paulo, em 39 municípios. Juntas, respondem por aproximadamente 13 mil toneladas/mês de material reciclado. Os plásticos pós-consumo são responsáveis por 49% do total gerado, hoje em torno de 6,5 mil toneladas mensais.

Coleta Seletiva e Reciclagem

Um total de 35% dos detritos que acabam indo para os aterros são compostos por materiais que poderiam ser reutilizados ou reciclados, afirma Irene Sabiá, da Coordenadoria de Educação Ambiental. ‘Numa sociedade em que a cultura do descarte seletivo ainda é incipiente, não resta dúvida’, observa a pedagoga, ‘de que a escola, formadora das novas gerações e incentivadora da educação cidadã, pode exercer um papel importante na reversão desse quadro’.

O material de capacitação distribuído pela SMA mostra, claramente aos alunos, a diferença entre coleta seletiva e reciclagem. Destaca que a coleta seletiva, além de ser um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, funciona também como um processo de educação ambiental, sensibilizando a comunidade sobre os problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo.

A publicação ainda explica que a reciclagem, além de ser um processo de transformação de um material, gera economia de matérias-primas, água e energia, é menos poluente.

A iniciativa também alivia os aterros sanitários, cuja vida útil é aumentada, poupando espaços preciosos da cidade que poderiam ser usados para outros fins como parques, casas e hospitais, entre outros.

Das Assessorias de Imprensa
das Secretarias do Meio Ambiente e da Educação

GL