Meio Ambiente: PNUD e BrasilConnects entregam prêmio a projeto de ostreicultura de Cananéia

Ação permitiu aumentar a produção de ostras e melhorar a qualidade de vida preservando o meio ambiente

sex, 18/10/2002 - 11h46 | Do Portal do Governo

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a BrasilConnects, entidade sem fins lucrativos que procura preservar e apoiar os bens culturais e ecológicos do Brasil, entregaram nesta quinta-feira, dia 17, em São Paulo, prêmios no valor de 30 mil dólares cada, aos quatro projetos brasileiros finalistas do Programa Iniciativa Equatorial e cuja premiação foi anunciada durante a Conferência da Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), em Johannesburgo.

O projeto de Ordenamento da Exploração de Ostra do Mangue do Estuário de Cananéia, desenvolvido pela Fundação Florestal, órgão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA), envolvendo uma comunidade de quilombolas do Litoral Sul paulista, foi um dos premiados, após ter concorrido com outras 420 iniciativas, apresentadas por 77 países, sendo que 27 eram do Brasil. A premiação da Iniciativa Equatorial, para projetos de desenvolvimento sustentável, se dá por ocasião do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, programado pela ONU.

A premiação da Iniciativa Equatorial contou com a presença da diretora executiva da Fundação Florestal, Antonia de Ávila Vio; João Carlos Veríssimo, presidente executivo do BrasilConnects; do representante do PNUD no Brasil, Augusto Jucá, e do secretário brasileiro do Fórum de Mudanças Climáticas, Fabio Feldman.

O presidente da Cooperostra, Francisco de Sales Coutinho, que esteve pessoalmente na sede da BrasilConnects para receber o prêmio, anunciou que, com os novos recursos recebidos pelo PNUD, a cooperativa deverá aumentar a participação no mercado paulista, procurando atingir, com seus produtos, particularmente os consumidores (restaurantes e supermercados) da Capital.

A cooperativa conta, hoje, com 48 cooperados que, em 2000, produziram 15.405 dúzias de ostras, passando a 39.225 dúzias em 2001. Com a organização da produção e a aplicação de novas tecnologias, conseguiram dobrar os lucros e preservar o mangue de Cananéia. A dúzia da ostra, que rendia R$ 0,80 a R$ 1,00 no modelo extrativista, passou a render R$ 1,70 após a formação da Cooperostra, em 1994. Com o apoio técnico de órgãos da SMA e do Instituto de Pesca, os produtores fizeram planos de manejo e construíram uma estação de tratamento e depuração de ostras, adequando a produção a normas sanitárias.

Além do projeto de ostreicultura de Cananéia, também foram premiados o Projeto de Couro Vegetal da Amazônia, desenvolvido por seringueiros e partir da fibra do côco; o Bolsa Amazônica, que abrange a produção de polpa de açaí à farinha de banana, óleos vegetais, cosméticos e papel de fibra de madeira; e a Associação Viva Verde, uma associação de 40 mulheres do município de Solves, na Amazônia, que produzem remédios e cosméticos à base do óleo de árvores aromáticas da região.

Para a diretora de Projetos da BrasilConnects, Regiane Queiroz, é importante perceber que os esforços de comunidade inseridas em áreas de relevância para a conservação da biodiversidade estão obtendo sucesso e provendo as suas necessidades, sem devastar, degradar ou destruir o patrimônio natural de suas regiões. ‘Além disso, estes projetos ajudam no fortalecimento dos conhecimentos tradicionais, construindo paradigmas para um novo e necessário modelo de desenvolvimento econômico e social dos povos e das nações’.

Renato Alonso
Da Assessoria de Imprensa da Secretaria do Meio Ambiente