Meio Ambiente: Pesquisador do INPE propõe redução das emissões de carbono em 60%

Carlos Nobre considerou modesta a proposta de redução de 5% até 2012

qui, 19/09/2002 - 20h21 | Do Portal do Governo

As emissões de CO2 (dióxido de carbono) em todo o mundo aumentam 1,5 ppm (partes por milhão) ao ano, mantendo atualmente o índice de 370 ppm. Esta a informação do pesquisador Carlos A. Nobre, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, que defende a redução dessas emissões em 60%.

Carlos Nobre considerou modesta a proposta de redução de 5% até 2012, formulada pelo Protocolo de Kyoto. Ainda assim afirma que seria importante cumprir o protocolo, para demonstrar que é possível reduzir as emissões de CO2.

Contudo, se o pior acontecer e for alcançado, o índice de 550 ppm desse poluente na atmosfera, volume que o especialista considera o máximo suportável, a temperatura no planeta se elevaria entre 1 e 2°C, sem trazer conseqüências muito sérias à sobrevivência das espécies, argumentou.

Essa situação não provocaria o imediato derretimento de geleiras polares, continuou, lembrando que a elevação do nível dos oceanos já observada decorre da expansão da água aquecida. Defendendo a proteção de florestas nativas como mecanismo de redução de CO2, Nobre ressaltou que se o Brasil conseguisse reduzir o ritmo de desmatamento da Amazônia em 15% ao ano, garantiria a mesma redução de carbono no ar que poderia ser obtida através do plantio de 40 mil km2 de florestas de crescimento rápido.

O seminário, que se estende até o 100º Dia Nacional da Árvore, no próximo sábado, dia 21, coincidindo com a chegada da primavera brasileira, está acontecendo na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade, em Rio Claro, considerada a matriz do moderno sistema brasileiro de reflorestamento à base de eucalipto.