Meio Ambiente: Instituto de Botânica promove evento sobre recuperação de áreas degradadas

Será neste fim de semana em Mogi-Guaçu

qui, 26/06/2003 - 11h27 | Do Portal do Governo

Carolina De Leon – Da Assessoria de Imprensa do Meio Ambiente


O Instituto de Botânica(IBT), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, realizará neste sábado e domingo, dias 28 e 29, em Mogi-Guaçu, o “Seminário Regional sobre Recuperação de Áreas Degradadas: Subsídios para Conservação da Biodiversidade e Manutenção dos Sistemas Hídricos”. O evento, que tem o apoio da prefeitura local, ocorrerá na Faculdade Municipal Professor Franco Montoro, localizada na Estrada Municipal Cachoeira de Cima, s/nº.

O objetivo do encontro é discutir questões como a conservação dos poucos fragmentos de vegetação nativa remanescente e a recuperação de áreas degradadas na bacia do Rio Mogi-Guaçu, promovendo alternativas de produção auto-sustentáveis na região.

Os interessados poderão obter maiores informações ou fazer a inscrição no Instituto, pelo telefone (11)5073.6300, ramal 219, pelo site (www.ibot.sp.gov.br), pelo endereço eletrônico seminarioregional@yahoo.com.br, ou na Prefeitura Municipal de Mogi-Guaçu, pelo telefone (19)3861.7901 ou site (www.mogiguacu.sp.gov.br).

Programação paralela

Além do seminário, o programa prevê atividades paralelas como o curso de capacitação técnica sobre “Recuperação de áreas degradadas e tecnologia de produção de sementes e mudas de espécies florestais nativas do Estado de São Paulo” e mesas-redondas sobre o “Projeto Fapesp: ‘Modelos de Repovoamento Vegetal, para Proteção dos Sistemas Hídricos em Áreas Degradadas nos Diversos Biomas no Estado de São Paulo’ e “Avanços da Resolução SMA 21 de 21/11/2001 e novas perspectivas da legislação sob o panorama da degradação ambiental na região”.

No domingo, dia 29, os participantes dos cursos terão a oportunidade de assistir a uma aula prática sobre produção de sementes e mudas de espécies florestais nativas no Viveiro Municipal de Mogi-Guaçu, com duração de quatro horas com diferentes abordagens por pesquisadores e professores envolvidos no Projeto FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

O projeto financiado pela FAPESP é direcionado ao estudo sobre recuperação de áreas degradadas buscando suprir a carência de informações sobre a matéria. O trabalho “Modelos de repovoamento vegetal para proteção dos sistemas hídricos em áreas degradadas dos diversos biomas do Estado de São Paulo”, coordenado por Luiz Mauro Barbosa, diretor do IBt, inclui um levantamento e amostragem das áreas degradadas e em processo de recuperação, mostrando as causas e a forma como as ações de reflorestamento estão sendo desenvolvidas. A tecnologia para produção de sementes e mudas de espécies arbóreas nativas também foi contemplada neste estudo.

Os primeiros resultados dessa pesquisa revelaram que em 98 áreas amostradas, num total de 2.500 hectares, os proprietários utilizaram uma média de 30 espécies nativas, quase sempre as mesmas, sendo dois terços delas do estágio inicial de recomposição da vegetação, o que tem acarretado um declínio expressivo da biodiversidade nesses reflorestamentos.

Segundo o pesquisador, isso é resultado da falta de uma orientação técnica adequada e de um melhor conhecimento do número de espécies nativas que se deve utilizar nos modelos de reflorestamento, sobretudo para obter um equilíbrio dinâmico nas florestas. Os viveristas, por seu lado, concentravam sua produção em uma baixa diversidade de espécies, pois não tinham nenhum incentivo ou recomendação legal.

Foi por este motivo que a SMA editou a Resolução SMA 21, de 21 de novembro de 2001, que determina os números mínimos de espécies a serem utilizados nos projetos de reflorestamento conforme o tamanho da área. A resolução indicou, ainda, uma lista com 585 espécies, elencadas por técnicos do IBt, para serem utilizadas nas diferentes regiões do Estado, com informações sobre o estágio sucessional e o bioma de ocorrência das espécies.

(LS)