Preservar os fragmentos de floresta de mata atlântica que ainda resistem no solo paulista é uma das prioridades do novo presidente da Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo – Fundação Florestal, o biólogo e professor Paulo Nogueira Neto. Um dos precursores do ambientalismo no Brasil, ele pretende buscar entendimento com os demais órgãos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente para chegar a resultados mais positivos em benefício da preservação ambiental.
Antes mesmo de assumir a presidência da Fundação Florestal, o biólogo coordenava um projeto dentro da instituição sobre unidades de conservação. Um grupo de estudos coordenado pelo professor analisou um levantamento feito pelo Instituto Florestal, que apurou a existência de 485 fragmentos florestais com áreas superiores a 100 hectares, localizando e apontando trechos da mata atlântica que devem ser protegidos.
‘Examinamos essas áreas e detectamos que cerca de 110 delas já poderiam ser transformadas em unidades de conservação’, diz o professor. A intenção agora é propor ao Estado, por intermédio da Secretaria do Meio Ambiente, que essas matas de propriedade particular sejam declaradas ‘áreas de relevante interesse ecológico’.
Com essa providência, acredita o presidente da Fundação Florestal, o Estado estará dando um passo definitivo para salvar grande parte desses fragmentos com toda a sua biodiversidade, ajudando os proprietários a preservar melhor essas matas.
‘Não se trata de desapropriar, mas de proporcionar a essas florestas uma proteção mais intensa’, explica.
Reflorestamento é meta a cumprir
Criada em 1986, a Fundação Florestal é o órgão de fomento da Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo. Tem por finalidade incrementar ações para conservação, manejo e ampliação das florestas pertencentes ao Estado e trabalha em íntima colaboração com o Instituto Florestal.
Os recursos para que a instituição possa cumprir suas finalidades vêm da comercialização de produtos florestais, como a madeira em toras, resinas, sementes, mudas, madeira processada e tratada; material extraído de áreas reflorestadas, onde o trabalho de replantio foi iniciado há cerca de 40 anos.
‘O problema é que as árvores cortadas não estão sendo repostas, porque os recursos da fundação são insuficientes’, explica o biólogo. Mas ele acredita numa solução em parceria com a iniciativa privada. ‘Com um plano bem-feito, o Estado pode reflorestar essas áreas sem gastar um tostão’, assegura.
Já existem parcerias da instituição com órgãos governamentais, associações ambientalistas, consórcios de municípios e mesmo com a iniciativa privada. Nessas atividades conjuntas, a Fundação Florestal orienta atividades como coleta de sementes e produção de mudas, fornecendo tecnologia para a produção e conservação de florestas.
Sirlaine Aiala
Da Agência Imprensa Oficial do Estado