O ano de 2003 se caracterizou por um inverno muito seco, com poucos ventos e ocorrência de inversões térmicas em baixa altitude. As conseqüências das condições meteorológicas adversas aparecem nos níveis de concentração da poluição atmosférica registrados principalmente no período de maio a setembro, como mostra o Relatório de Qualidade do Ar 2003, que a CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental apresentou nesta quinta-feira, dia 15 e que pode ser consultado no site www.cetesb.sp.gov.br
O relatório foi apresentado pelo presidente da CETESB, Rubens Lara, que destacou o trabalho dos técnicos da instituição, entre os quais o diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental, Lineu Bassoi, e os gerentes Carlos Eduardo Komatsu e Jesuíno Romano, responsáveis pelos estudos.
O presidente da CETESB anunciou que, dentro de 60 dias, será assinado um convênio com a Agência Nacional do Petróleo – ANP, pelo qual as duas instituição vão desenvolver estudos para alterar a composição da gasolina para promover a redução do teor de olefinas, responsáveis pela formação de compostos que dão origem ao ozônio.
Segundo Lara, além dessa providência, o Governo do Estado está empenhado em implementar o Programa de Inspeção Veicular, cuja definição depende do Ministério das Cidades que vai regulamentar a atividade. A CETESB defende a realização das inspeções em âmbito regional, agregando tanto a questão das emissões de poluentes como a verificação dos itens de segurança dos veículos.
Condições meteorológicas
Durante um terço do tempo, em 2003, as condições meteorológicas foram classificadas como ‘desfavoráveis para a dispersão da poluição’. No total foram 41 dias, contra uma média de pouco mais de 30 dias registrada nos últimos anos.
Em razão desse quadro, a Região Metropolitana de São Paulo registrou um maior número de ultrapassagem de padrão para alguns poluentes como é o caso do monóxido de carbono (CO), com 22 ultrapassagens registradas no ano passado, embora não tenha sido atingido o nível de Atenção em nenhum dia.
Ozônio
Ainda não é possível estabelecer uma tendência para o ozônio (O3), poluente que apresenta o maior número de ultrapassagens em todas as estações medidoras da CETESB em diferentes épocas do ano. Em 2003 foram registradas 72 ultrapassagens, sendo 18 delas só no mês de fevereiro; em 2002 foram 82 ultrapassagens, mas o mês com maior incidência foi outubro, com 22 ultrapassagens.
O ozônio está sendo detectado em diferentes regiões, como São José dos Campos, Paulínia, Sorocaba e Cubatão, além da Capital. Está presente também em Americana, como mostram os dados registrados pela CETESB, por meio de uma estação móvel.
Como na Região Metropolitana de São Paulo, as condições meteorológicas desfavoráveis para a dispersão de poluentes também resultaram na piora da qualidade do ar em Cubatão, em 2003. Nesse município foram registradas 64 ultrapassagens do padrão de partículas inaláveis, na estação de medição de Vila Parisi, contra 15 ultrapassagens em 2002. Os níveis foram igualmente baixos nos anos anteriores: 26 vezes em 1999, 28 em 2000 e 25 em 2001.
Da Cetesb
C.A.
