Meio Ambiente: Ambientalista ressalta capacidade de regeneração da Mata Atlântica

nd

seg, 24/06/2002 - 17h23 | Do Portal do Governo

No período de 1990 a 1995, ocorreu o desmatamento de 84.600 hectares de Mata Atlântica, no Estado de São Paulo. No entanto, uma área de aproximadamente 67.000 hectares apresentou um elevado grau de recuperação, com a ocorrência de espécies características desse domínio vegetal.

Segundo o presidente do Instituto Socioambiental, João Paulo Capobianco, em reunião realizada na Secretaria Estadual do Meio Ambiente, com representantes de organizações não-governamentais – ONGs, a capacidade de regeneração revelada nos domínio de Mata Atlântica é uma constatação alentadora diante da devastação que esse tipo de cobertura sofreu desde a descoberta do Brasil, em 1500, mas especialmente no século passado. ‘Um programa de fomento, disse, com os conhecimentos e técnicas disponíveis, permitiria a recuperação de áreas mais extensas para compensar o déficit
florestal hoje existente em nosso Estado.’

O ambientalista lembra que a ratificação do Protocolo de Kyoto, pelo governo brasileiro, representa o desejo de que o acordo entre em vigor antes mesmo da realização da Rio+10, em Johannesburgo, na África do Sul.

Isso possibilitaria a implementação de programas de reflorestamento para recompor matas nativas, para a comercialização de créditos por seqüestro de carbono, beneficiando empreendimentos florestais em nosso país.

Devastação

A Mata Atlântica cobria, à época do descobrimento do Brasil, uma área de 1.306.421 km2, que correspondia a 15% do território brasileiro. Hoje, em conseqüência da devastação sofrida, restaram apenas 7,61% da área original, ou 99.466 km2, que correspondem a 2,90% do território. Em São Paulo, dos 197.823 km2 originais restam somente 17.916 km2, ou 7,61% da Mata Atlântica que cobria o Estado há cinco séculos.

Estes dados foram relatados pelo presidente do Instituto Socioambiental, João Paulo Capobianco, advertindo para a situação em que se encontram os remanescentes de Mata Atlântica no Brasil. Os maiores contínuos ainda se encontram em São Paulo, na região do Vale do Ribeira.

O professor Paulo Nogueira-Neto, presidente da Fundação Florestal, órgão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, também presente ao debate, ressaltou que está sendo desenvolvido um trabalho para salvar 485 fragmentos florestais já identificados no Estado de São Paulo, numa área que se estende de Jundiaí ao Rio Paraná.

Esses fragmentos deverão ser transformados em ARIEs – Áreas de Relevante Interesse Ecológico, que não exigem desapropriações, tratando-se de tombamentos em que o proprietário poderá desenvolver algumas atividades
como ecoturismo, ou mesmo criações de gado em pequena escala.

Da Secretaria do Meio Ambiente