Meio Ambiente: 31ª estação de qualidade do ar da Cetesb é instalada em Paulínia

Inauguração será nesta quita-feira, dia 9, às 10 horas

qui, 09/06/2005 - 10h55 | Do Portal do Governo

A CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental inagurou hoje, dia 9, a segunda estação automática de monitoramento da qualidade do ar no município de Paulínia. A nova estação, que está sendo instalada no Parque Armando Ferreira, situado no bairro Granja Maria, é a 31ª estação telemétrica da CETESB no Estado e foi adquirida com recursos provenientes de um TCA – Termo de Compensação Ambiental, estabelecido pelo DAIA – Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental, órgão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA, na Licença Prévia da empresa Degussa Brasil Ltda., implantada no município de Paulínia. De acordo com a Resolução CONAMA 237/97, o empreendedor deve aplicar 2,5% do valor investido na planta industrial, na implementação de programas que visem o controle ambiental. Seguindo essa orientação, a Degussa investiu R$ 1,8 milhão na aquisição da nova estação e na compra de acessórios necessários para a manutenção da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar da CETESB.

Em Paulínia, está instalada a maior refinaria de petróleo do Brasil, além de outras indústrias de grande porte, e por isso a nova estação irá monitorar não só os parâmetros de Óxido de Nitrogênio, Ozônio e Material Particulado, como também, Carbono Elementar e Orgânico (fuligens originadas em processos de combustão) e Compostos Orgânicos Voláteis (Benzeno, Tolueno e Xileno). Tanto o Carbono Elementar como o Orgânico são partículas minúsculas, inaláveis, e que portanto podem ser prejudiciais ao sistema respiratório. Além disso, conforme explica o gerente da Divisão de Tecnologia de Avaliação da Qualidade do Ar da CETESB, Jesuíno Romano, o Carbono Elementar tem a propriedade de adsorver outros compostos gasosos presentes no ar, eventualmente perigosos, introduzindo-os no trato respiratório.

‘É a primeira vez no Brasil que uma rede de monitoramento de qualidade do ar está equipada para monitorar o Carbono Elementar e Orgânico. Em relação aos Compostos Orgânicos Voláteis, essa é a segunda estação que dispõe desse equipamento, o outro fica na estação de Cubatão, outra região predominantemente industrial’, informou Maria Lúcia Guardani, gerente do Setor de Telemetria da CETESB e responsável pelo funcionamento de toda a rede de monitoramento.

O TCA da Degussa foi originado no processo de licenciamento da unidade industrial para a produção de ‘Negro de Fumo’, produto usado como carga reforçante na fabricação de borracha, pois permite a melhoria das qualidades físicas e dinâmicas em pneus e outros artigos de borracha. Este produto também é utilizado nas indústrias de tintas, pigmentos, plásticos, fibras, construção civil, elétrica e de papel. A indústria de pneus absorve cerca de 70% da produção total. O ‘Negro de Fumo’ é composto por carbono quase puro (95-99,5%), correspondendo a um pó preto, que é produzido através do processo de decomposição termo-oxidante de hidrocarbonetos derivados de petróleo (óleo raro), em reatores fechados, processo esse conhecido como craqueamento pirolítico.

‘Como o local escolhido para a nova estação fica próximo a uma região bastante industrializada, que apresenta um número significativo de fontes de poluição atmosférica, o monitoramento tem por objetivo avaliar o impacto da qualidade do ar dessas fontes. Além disso, trata-se de uma área que apresenta tendência de crescimento residencial, com a implantação de grandes condomínios’, informa José Cláudio de Moraes, Técnico Ambiental da agência da CETESB em Paulínia, responsável pelo acompanhamento do processo
de Licenciamento da Degussa.

Moraes ressalta a importância do monitoramento da qualidade do ar nessa região, que servirá como ferramenta para a CETESB nortear suas ações. ‘A agência recebe reclamações diversas sobre poluição do ar. Com este monitoramento será possível o fornecimento de respostas mais precisas à população da região, além de termos um indicador adicional para o auxílio na tomada de medidas de controle ‘ afirmou.

De acordo com Jesuíno Romano, com base no relatório anual de qualidade do ar da CETESB, os dados registrados em 2004 pela estação de monitoramento instalada no centro da cidade de Paulínia – a primeira estação da rede automática, que começou a funcionar em fevereiro de 2000 – , mostram que o poluente que se destaca, à semelhança de outras regiões do estado, é o Ozônio.

Com relação a esse poluente, houve no ano passado 30 ultrapassagens do padrão legal de qualidade em Paulínia, o que, entre outras consequências, deu base para a declaração de 11 Estados de Atenção, pela CETESB. As ocorrências mais frequentes, segundo o especialista da CETESB, se deram durante a Primavera e o Verão.

Também ainda conforme Romano, as concentrações de Material Particulado, embora não tenham registrado ultrapassagens de padrão, registraram uma média próxima do padrão, evidenciando que já existe uma certa contaminação atmosférica por esse poluente. Os outros poluentes tiveram concentrações bem baixas.

Da Assessoria de Imprensa da CETESB