Governador verificou se as medidas adotadas ajudaram a minimizar o nível da espuma de detergente sobre o rio Tietê.
Existe no município uma represa, cuja queda d’água atinge mais de 25 metros, contribuindo para a formação de espumas.
‘Se tivéssemos 100% de esgoto tratado não teríamos detergente no rio. Não é só a Sabesp que tem de cuidar do esgoto, mas também os municípios autônomos da região do ABC, que e destinam 180 toneladas de esgoto do rio Tamanduateí para o Tietê’
Segunda fase do Projeto Tietê conta com investimentos de R$ 1,1 bilhão, entre financiamentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e recursos do Governo estadual.
O governador Geraldo Alckmin passou a manhã deste sábado, dia 5, no município de Pirapora do Bom Jesus, localizado na Grande São Paulo, onde foi verificar se as medidas adotadas ontem ajudaram a minimizar o nível da espuma de detergente sobre o rio Tietê, que recebe resíduos de esgotos doméstico e industrial. Quando estes detritos se chocam com a queda d’água da represa da cidade,cuja altura é de 25 metros, formam-se as espumas. Para solucionar o problema, a Sabesp e a EMAE estão monitorando os horários da vazão d’água e dos aspersores (chuveirinhos),que estão instalados na barragem do córrego do Caracol. A resolução contribuiu para a diluição das espumas neste sábado.
Com a operação coordenada, os horários do volume da água passaram a ser o seguinte: na madrugada para 40 metros/segundo; de manhã para 60 metros. A intensidade será aumentada ao longo da tarde até atingir 150 metros/segundo, voltando a 40 metros, a partir da meia noite até às 7h. Este processo será feito diariamente. A presença do sol foi outro fator fundamental que contribuiu para a diminuição das espumas no dia de hoje. Com esse trabalho, elas não ultrapassarão mais o nível de uma ponte, que atravessa a cidade, contribuindo para a melhora do trânsito e da saúde dos moradores.
A solução definitiva para o problema é a construção de uma estação de tratamento de esgoto no município, autorizada ontem pelo governador. No valor de R$ 3 milhões, a obra vai aumentar a quantidade de água dos aspersores. Os serviços serão realizados em agosto e levarão 11 meses para serem concluídos. Além da estação, serão implantados 5 quilômetros de rede coletora, 1,5 quilômetro de coletor tronco e três estações elevatórias.Também será instalada uma turbina na queda d’água que vai ajudar na geração de energia elétrica e na diminuição das espumas.
Outra medida necessária para se acabar de uma vez com problema é o tratamento do esgoto na Grande São Paulo, que conta com 17,5 milhões de habitantes, residentes numa área com grande falta de água.
“Se tivéssemos 100% de esgoto tratado na Região Metropolitana não teríamos detergente no rio. Não é só a Sabesp que tem de cuidar do esgoto, mas também os municípios autônomos da região do ABC, que não tratam o seu, e destinam 180 toneladas de esgoto do rio Tamanduateí para o Tietê”.
Alckmin lembrou que há um ano o Estado está executando a segunda fase do Projeto Tietê, que irá levar rede de esgoto para mais de 400 mil residências da Região Metropolitana, o que vai beneficiar 2 milhões de pessoas. A segunda fase do Projeto Tietê conta com investimentos de R$ 1,1 bilhão, entre financiamentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e recursos do Governo estadual. Pirapora do Bom Jesus vai receber ainda do Governo do Estado uma remessa de medicamentos, além de verbas para a área da saúde.
O problema de poluição do rio no município ocorre há 30 anos, porém a situação se agravou a partir da década de 1990, depois que a constituição paulista proibiu o Governo de bombear a água do rio Tietê para a represa Billings.
