Do Portal da Unesp
Há 30 anos, uma criança que nascesse com menos de 1,5 kg de peso teria, na região de Botucatu, chance mínima de sobrevivência. As que viessem ao mundo com menos de 1 kg, então, não tinham praticamente nenhuma possibilidade de vida. Esse panorama começou a mudar, em 1973, com a abertura da atuação da Unidade Neonatal do Departamento de Pediatria do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da UNESP, campus de Botucatu. Hoje, as crianças com menos de 1,5 kg têm 90% de garantia de sobrevivência e, entre as que nascem com menos de 1 kg, 60% têm condições de viver normalmente.
Em comemoração aos 30 anos de atuação, a Faculdade promoveu, em março, uma jornada de palestras e homenagens. Entre elas, a Unidade Neonatal passou a ter o nome “Professora Doutora Cleide Enoir Petean Trindade”, em homenagem à sua criadora, médica do Departamento de Pediatria da FM-Botucatu. “Até 1975, aproximadamente 150 gestantes por ano procuravam o Departamento de Obstetrícia para dar à luz, número que passou, no final dos anos 1990, para 2 mil. Esta homenagem é um marco em minha carreira. Foi um orgulho ter colocado as primeiras pedras naquilo que a Unidade representa hoje”, concluiu Cleide, na ocasião.
Para dar condições de sobrevivência aos prematuros de risco, foi inaugurada, em 1986, a UTI Neonatal, responsável, na época, por 128 atendimentos anuais. Atualmente a UTI cuida de cerca de 500 recém-nascidos por ano. “A Unidade conta hoje com tecnologia moderna para atender principalmente bebês prematuros e com baixo peso”, diz a chefe da Unidade Neonatal, a neonatologista Lígia Maria Souza Rugolo.
O trabalho de formação de residentes resultou na criação de um núcleo acadêmico, que propiciou a elaboração de um quadro de pesquisadores que, mais tarde, se tornariam profissionais de relevo na área. Um exemplo é a pediatra Cleide Suguihara, que foi residente na Unidade Neonatal. Hoje lecionando na Universidade de Miami (EUA), ela é referência em medicina pediátrica no Exterior e fez, no evento, uma exposição sobre os avanços da neonatologia nos últimos 30 anos.
V.C.
