Medicina: Precisão em dobro para diagnóstico de câncer de tireóide

nd

qui, 20/09/2001 - 16h46 | Do Portal do Governo

Exames combinados aprimoram diagnóstico de câncer de tireóide

Meses atrás, com dois nódulos na tireóide, Neide G.W., de 60 anos, encontrava-se na iminência de submeter-se a uma cirurgia desnecessária. A biópsia do nódulo maior, feita a partir de uma amostra do tecido extraída por uma agulha fina, não foi conclusiva sobre a possibilidade de tratar-se de câncer. O procedimento mais comum nesses casos, dado o tamanho do nódulo, de dois centímetros de diâmetro, é a extração parcial ou total da tireóide.

A paciente escapou do bisturi graças a um novo método de diagnóstico de câncer de tireóide desenvolvido pelo especialista em ultra-sonografia, Eduardo Kiyoshi Tomimori, e a endocrinologista Rosalinda Camargo, médicos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Em vez de usar apenas um parâmetro ao decidir pela cirurgia, os pesquisadores formularam um método que leva em conta dois indicadores: ultra-som e biópsia. Combinando esses dois tipos de exames, conseguiram um índice de acerto de 76% na detecção de câncer de tireóide.

Segundo Rosalinda, os casos duvidosos não serão negligenciados: ‘É pouco provável que um paciente passe pela dupla avaliação com diagnóstico falsamente negativo’. Nas cirurgias recomendadas a partir do método tradicional de diagnóstico (palpação e punção somente do maior nódulo), a suspeita de câncer é confirmada em, no máximo, 20% dos casos operados.