A Unidade de Fígado do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo fez esta semana o transplante de fígado número 500, que representa um recorde, já que nenhum hospital do mundo realizou tal número de transplantes desde o aparecimento das drogas inibidoras da rejeição, em 1985.
Foi nesse ano que o professor Silvano Mário Atilio Raia realizou o primeiro transplante, no Instituto do Coração, iniciando uma série de operações bem sucedidas.
Mais recentemente, além dos transplantes convencionais, a partir de fígados de cadáveres, iniciou-se um novo tipo de transplante, que consiste na retirada de parte do fígado de um doador vivo (cerca de 60%).
Uma vez em funcionamento, o fígado cresce até atingir o tamanho normal. Ao mesmo tempo, o fígado do doador recompõe as células, voltando progressivamente ao tamanho normal.
A realização do 500º transplante coincidiu com a decisão do Governo de autorizar o pagamento desse novo tipo de cirurgia, denominado de hepactotomia, através do Sistema Único de Saúde.
Segundo o professor Sérgio Mies, diretor da Unidade de Fígado, o pagamento desse novo tipo de procedimento médico-cirúrgico constitui um estímulo para todos os transplantadores de fígado do País. O transplante de fígado representa a última esperança dos portadores de moléstias graves, sem qualquer outra possibilidade de cura.
A Unidade de Figado funciona no Instituto Central do Hospital das Clínicas.