No máximo em três meses, começa um capítulo decisivo da história da primeira vacina gênica desenvolvida no Brasil: os testes em seres humanos. A formulação criada e aperfeiçoada ao longo de dez anos pelo bioquímico Célio Lopes Silva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, originalmente para prevenção e tratamento da tuberculose, será aplicada em um grupo restrito de 18 pessoas, em fase avançada de câncer de cabeça e pescoço, que não respondem mais a nenhum outro tratamento.
Nessa fase, cuja execução foi aprovada em agosto pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), pretende-se avaliar se o composto apresenta efeitos tóxicos, ainda não verificados em animais de laboratório, qual a melhor dosagem e se realmente pode conter o avanço de tumores. ‘Os resultados, se positivos, devem servir para guiar outros estudos clínicos (em humanos) da vacina gênica’, comenta Silva.
Planejada detalhadamente ao longo deste ano, a próxima etapa da pesquisa pode representar uma evidência mais concreta de que essa vacina de DNA, como também é chamada, funciona como medicamento, atuando quando uma doença já se instalou no organismo, e não apenas como uma tradicional vacina, de caráter preventivo. Na verdade, os estudos mais recentes nessa área ampliam o significado da palavra vacina, que hoje não representa só algo que evita uma doença, mas também algo que pode curar.
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