Mais uma favela é foco de ação integrada do Fundo Social de Solidariedade

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qua, 12/12/2001 - 16h26 | Do Portal do Governo


Moradores da Favela da Caixa d’ Água, localizada no bairro de Cangaíba, Zona Leste da Capital receberão até a próxima sexta-feira, dia 14, doações de alimentos, roupas, brinquedos e enfeites natalinos arrecadados pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado (Fussesp) por meio da iniciativa privada.

A distribuição será feita pela Sociedade Amigos de Engenheiro Goulart, que conta com cerca de 2.000 famílias carentes cadastradas. A comunidade foi visitada nesta quarta-feira, dia 12, pela presidente do fundo, Maria Lúcia Alckmin.

A iniciativa do vai além das doações, informou Maria Lúcia. “Queremos identificar as entidades e os líderes que trabalham com a comunidade para ajudar na implantação de projetos de capacitação das pessoas”, explicou. O objetivo, segundo ela, é formar agentes multiplicadores para criar oportunidades de geração de emprego e renda à população carente.

O projeto do fundo social complementa uma iniciativa integrada por várias secretarias e órgãos do Governo do Estado, coordenados pela Secretaria de Segurança Pública.

Conhecido como Ação Integrada em Áreas de Risco, o trabalho foi criado há cerca de seis meses nas favelas Alba (Zona Sul) e Morro da Macumba (Zona Leste) e está resgatando a cidadania de moradores que vivem em áreas violentas.

Além da instalação de uma base da Polícia Comunitária, a iniciativa já levou vários serviços estaduais à comunidade, como a emissão de RGs e a distribuição gratuita de medicamentos. O princípio é trabalhar em parceria com os líderes comunitários para envolver todos os moradores no projeto.

“Aqui nesta favela vamos iniciar o trabalho, que terá um formato próprio conforme a necessidade do bairro e os índices de criminalidade apontados pela Polícia”, disse Janaína Paschoal, assessora da Secretaria de Segurança Pública.

Exclusão social e falta de lazer

Segundo o presidente da Sociedade Amigos de Engenheiro Goulart, Lúcio Bonato, as famílias cadastradas já são atendidas pelos programas Viva Leite, Alimenta São Paulo, Jovem Cidadão e Alfabetização de Adultos.

No entanto, muito moradores precisam de qualificação profissional para sair da exclusão sócio-econômica em que vivem por decorrência do desemprego.

Outro problema da região, de acordo com o delegado seccional, Nelson Guimarães, é a falta de opções de lazer aos jovens. “As crianças e adolescentes saem da escola e ficam pelas esquinas por não terem o quê fazer”, comentou, acrescentando que os menores aprendem a fumar e, posteriormente, a consumir drogas, tornando-se presas fáceis para traficantes. ”Estamos tentando reverter esse quadro através dessas ações sociais”, finalizou.

Gislene Lima