Lu Alckmin preside reunião e libera recursos para a região de Jales

Programas de capacitação e geração de renda resgatam a cidadania da população carente

qua, 06/07/2005 - 16h43 | Do Portal do Governo


A presidente do Fundo Social de Solidariedade de São Paulo, Lu Alckmin, realizou nesta terça-feira, dia 05, no Clube dos 100, em Urânia, uma reunião de avaliação dos projetos de Geração de Renda implantados em 24 municípios da região de Jales. Na ocasião, ela anunciou a liberação de R$ 10 mil reais para cada cidade ampliar ou implantar programas que capacitam a população carente. O prefeito de Urânia, Joaquim Pires da Silva, a presidente do Fundo Municipal de Solidariedade, Neuseli Maria de Brito Pires, estavam presentes, além de presidentes de Fundos Municipais da região.

Avaliação e troca de experiências

Além da avaliação dos resultados obtidos com o programa de capacitação, geração de emprego e renda do Fundo Social, o encontro promove a troca de experiências das presidentes de fundos municipais, por meio de relatos de atividades e conhecimento dos programas criados em cada cidade para seus moradores.

Lu Alckmin também informou que a Receita Federal repassou 200 toneladas de tecido para o Fundo Social. Os municípios que adquirirem máquinas de costura com a verba repassada podem receber parte dessa doação. Assim o programa atinge duas metas: capacitar pessoas e utilizar a produção para atender os necessitados de cada cidade, meta da Campanha do Agasalho 2005, lançada no dia 3 de maio no Palácio dos Bandeirantes.

O Fundo Municipal de Aparecida D’Oeste montou um programa de geração de renda chamado “Unidade de Reciclagem”. São várias famílias que se revezam semanalmente para que todos tenham oportunidade de trabalho. Eles permanecem na roça durante quatro meses e o restante do ano vivem com o que ganham no programa. Waldivíneo Ferreira, 42 anos, diz que o trabalho com reciclagem é muito digno. Dá segurança de renda, um local fixo para as atividades e consequentemente uma renda estável de aproximadamente R$ 360,00. ‘Podemos viver hoje com a certeza do amanhã. Espero que muitas outras pessoas tenham a mesma oportunidade que eu tive e que também sejam felizes’, diz Waldivíneo.

Outro exemplo de sucesso com material reciclado acontece em Três Fronteiras com o programa “Lixo Útil”. O Fundo Municipal iniciou o programa com 12 pessoas, que moravam no lixão. Hoje elas levam uma vida completamente diferente. A prefeitura recolhe o lixo, previamente separado, e leva para o espaço do Lixo Útil. Lá, as pessoas fazem a reciclagem, prensam e vendem as pranchas para firmas interessadas, incluindo empresas de outros municípios da região. O programa está resgatando a dignidade de pessoas que hoje moram em casa de alvenaria e ganham em média R$ 350,00 por mês.

Os programas de capacitação e geração de renda, implantados com os R$ 8 mil, voltados para o mercado de confecções, está ocupando um lugar de destaque em vários municípios do Estado de São Paulo. O motivo é o sucesso do atendimento e capacitação na demanda que o mercado exige. Em Dolcinópolis, por exemplo, o Fundo implantou o “Gerando Rendas – Confecções”. Trata-se de uma cooperativa de 20 mulheres que montam camisas masculinas para a marca MCMC Camisaria, uma confecção de Jundiaí. Elas produzem de 6 a 8 mil peças por mês e chegam a receber neste período, até R$ 600,00. Com os R$ 10 mil a serem liberados pelo Fundo Social, a intenção é ampliar a oficina.

Em Urânia, a Cooperativa de confecção de roupas tem trazido um retorno tão positivo que pretendem dividir o tempo e montar novas turmas para o trabalho. Hoje são 15 mulheres capacitadas em modelagem e operação de máquinas industriais confeccionando roupas. Elas recebem encomendas de grandes empresas como a C&A, a V2 e Wellwbugg. A média de produção mensal chega a atingir 4.500 peças e a renda chega aos R$450,00 por mulher. Lá. o Fundo Municipal também pretende ampliar a oficina.

O Costur-Art do município de São Francisco também é uma cooperativa que atua com 16 mulheres. Elas costuram para uma confecção chamada Joiale, sediada na Capital. São pessoas simples que não podiam trabalhar em suas casas por não terem os equipamentos necessários. Aniderce de Lima, 38 anos, é uma delas. Ela conta que sua vida mudou completamente porque hoje tem a oportunidade de trabalho e de uma renda (cerca de R$ 300 reais), que faz a diferença no orçamento da família. Segundo Maria Aparecida Soares Valera, presidente do Fundo Municipal de Solidariedade, o programa capacita e dá oportunidades a muitas mulheres. “Elas saem de lá empregadas em confecções localizadas em Jales e no próprio município”.

No setor da alimentação, os programas de geração de renda são sempre presentes e apresentam resultados amplamente positivos e promissores. Em Rubinéia, o Fundo Municipal implantou os programas ‘Nosso Pão’ e ‘Salgado Quatro Estações’, no distrito de Esmeralda. O local, que fica à 58 quilômetros da cidade, é pobre e não tem muitas opções de emprego. Creuza Senna de Oliveira trabalha no posto de saúde durante a semana e aos fins de semana, atua como voluntária na Padaria Artesanal. Como multiplicadora, ela repassa conhecimentos em panificação para a população carente. Segundo Creuza, o povoado de Esmeralda tem 533 habitantes e não tem indústrias. Por isso, o programa Padaria Artesanal foi uma alternativa de renda para as mulheres, além de proporcionar uma alimentação familiar mais nutritiva.

Também de Esmeralda, Silvana Fioshi de Paula, 28 anos, e Maria José dos Santos do Vale, 37 anos, preparam salgados, congelados e balas. Duas vezes por semana elas percorrem em torno de 53 km para vender seus produtos em Rubinéia e em Ilha Solteira. Elas estão no programa há quatro anos e são conhecidas nos pontos de venda como ‘as meninas dos salgados’. Contam que no início foi difícil, pois viviam distante e tinham muita vergonha de oferecer os produtos. Agora, a situação se inverteu e elas contam que mudaram completamente. Sentem-se felizes por terem saído da roça, de viajarem e conhecerem outras pessoas. ‘Agora, com o dinheiro que ganhamos, ajudamos a pagar as contas, compramos muitas coisas para nossos filhos, cuidamos de nossos cabelos, de nossa pele e também compramos roupas bonitas!’. Elas ganham em torno de R$ 150,00 por mês. É o verdadeiro resgate da auto-estima.

Em Rubinéia foi implantado o programa Tecendo Histórias, uma oficina de costura que dá oportunidade para mulheres da região passarem pela capacitação e fabricarem roupas para as marcas C&A e Acostamento, de São José do Rio Preto. Fátima Flora de Brito, 42 anos, coordena o programa e conta que lá, as mulheres ganham de R$ 300 a R$ 600,00 por mês, dependendo da encomenda.

Em Nova Canaã Paulista, o programa é o Gerando Renda em Família. Um sitiante doou o terreno, a prefeitura doou o material e os homens da comunidade construiram o espaço para a implantação do programa. Com os R$ 8 mil, o fundo comprou os equipamentos e montou uma cozinha, onde 12 mulheres fabricam compotas, doces, geléias e macarrão, além de venderem sob encomenda e no comércio da região. Elas também participam de feiras expondo suas mercadorias em diversos lugares, como a Feira Agropecuária de Campinas, em 2004. E chegam a ganhar, no mínimo, R$ 150,00 por mês. Por se tratar de um município de baixo IDH, o programa é fundamental, tanto para gerar renda quanto para proporcionar alimentação nutritiva com os insumos disponíveis.

Os três Kits de Casas de Brinquedos estão distribuídos em locais de população carente e atendem crianças de 7 a 14 anos, alternando o período de atendimento com o período escolar.

Em Santa Fé do Sul, o fundo implantou o programa Adoçando a Vida com Trabalho. Como o município é uma Estância Turística e tem o cultivo de fruticultura, utilizaram os R$ 8 mil na implantação de uma cozinha com o objetivo de produzir doces em compota, cristalizados e em pasta, além dos desidratados. A capacitação inicial foi realizada pelo Sebrae-Tec. Hoje são 20 pessoas envolvidas que vendem de forma domiciliar e sob encomenda. O objetivo do Fundo Municipal é alcançar o maior número do mercado consumidor. Para tanto, irão aplicar os R$ 10 mil na ampliação do programa, o que permitirá a venda dos produtos no Galpão do Agronegócio, da Secretaria Municipal da Agricultura, que apoia pequenos comerciantes.

Para Lu Alckmin, os projetos Geração de Renda “levam ética, cidadania, saúde e dignidade às pessoas carentes. Seguem o enfoque principal do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, que é desenvolver programas que visam, principalmente, ações que exercitam a solidariedade educacional, possibilitando a capacitação de agentes multiplicadores, geração de emprego e ampliação de renda”. Lu Alckmin credita o sucesso desse trabalho ao empenho e à participação das primeiras-damas dos municípios, às líderes comunitárias, profissionais da área da educação e aos vários parceiros dos Programas. Os beneficiários são os 645 municípios do Estado, as 1.900 entidades sociais da capital e as associações de favelas cadastradas no Fussesp.

Ao longo do período em que está à frente do Fundo Social, Lu Alckmin vem desenvolvendo, além do programa Geração de Renda, o projeto Padarias Artesanais e outras ações que contam com a participação da iniciativa privada, da sociedade civil e de parcerias governamentais. Entre eles, destacam-se: Casa de Brinquedos, Jogos Regionais dos Idosos, Campanha do Agasalho e Semana da Solidariedade.

Municípios que participam do encontro

Os 24 municípios da região de Jales participantes do evento são: Aparecida D’Oeste, Aspásia, Dirce Reis, Dolcinópolis, Estrela D’Oeste, Jales, Marinópolis, Mesópolis, Nova Canaã Paulista, Palmeira D’Oeste, Paranapuã, Pontalinda, Rubinéia, Santa Albertina, Santa Clara D’Oeste, Santa Fé do Sul, Santa Rita D’Oeste, Santa Salete, Santana da Ponte Pensa, São Francisco, São João das Duas Pontes, Três Fronteiras, Urânia, Vitória Brasil.

Municípios já visitadas
Municípios que já realizaram o evento são: Taciba, Adamantina, Araçatuba, Jaú, Duartina, Sud Menucci e Itu.

Assessoria de Imprensa