Lu Alckmin libera recursos e avalia projetos de geração de renda, na Região de Bauru

Projetos de geração de renda ajudam a resgatar a cidadania das pessoas

seg, 20/06/2005 - 12h23 | Do Portal do Governo


A presidente do Fundo Social de Solidariedade de São Paulo (Fussesp), Lu Alckmin, presidiu na quinta-feira, dia 16, no Ginásio de Esportes Planur, em Duartina, a reunião de avaliação dos projetos de Geração de Renda implantados em municípios da região de Bauru. Na ocasião ela anunciou a liberação de R$10 mil para cada uma das 25 primeiras-damas presentes na cerimônia. A verba servirá para ampliar ou implantar programas que possam capacitar a população carente.

Durante o encontro, Lu Alckmin foi recepcionada com apresentações da Fanfarra Municipal e do Grupo de Violinistas “Musicrescer”, famoso na região por suas atuações. Além disso, foram realizadas exposições dos projetos de Capacitação e Geração de Renda e Padarias Artesanais desenvolvidos em cada um dos municípios. Lu Alckmin elogiou com a evolução e o crescimento de programas iniciados em 2001. Ela destacou que as presidentes de Fundos Municipais que assumiram os postos este ano têm a oportunidade de desenvolver novos projetos a partir de experiências que estão dando certo.

A primeira-dama, Eliane Simão, relatou que as experiências apresentadas durante a reunião são exemplos a ser seguidos. “É uma ótima oportunidade para o intercâmbio entre as primeiras-damas que buscam e defendem um interesse comum”, disse.

Lu Alckmin aproveitou para informar que a Receita Federal repassou 200 toneladas de tecido ao Fundo de Solidariedade de São Paulo. Ela destacou que parte desse tecido será doado às presidentes de Fundos Municipais que comprarem máquinas de costuras para capacitação. Com isso, o programa atingirá duas metas: capacitar e viabilizar a doação das peças produzidas aos mais necessitados de cada cidade durante a Campanha do Agasalho 2005, lançada no dia 3 de maio, no Palácio dos Bandeirantes.

O prefeito de Duartina, Enio Simão, também estava presente.

Avaliação e troca de experiências

Durante o encontro de avaliação dos resultados obtidos a partir do programa de capacitação e geração de emprego e renda do Fussesp, muitos relatos foram feitos, permitindo a troca de experiências entre as participantes.

Em Duartina, o “Padaria e Cia” é um dos principais programas de geração de emprego e renda do Fundo Municipal de Solidariedade. Além de capacitar a comunidade, o Fundo também distribui os pães produzidos para a merenda em escolas, creches e asilos da região, em parceria com a prefeitura. De acordo com Eliane Simão, esta história teve início com a doação de kits do programa Padarias Artesanais. Ela conta que o curso de produção de pães era um dos mais procurados pela população, por isso resolveu investir os R$ 8 mil reais, repassados pelo Fussesp em meados de 2001, em equipamentos para a cozinha. Atualmente, são capacitadas 30 pessoas por semana e mais de 800 já passaram pelo programa.
Eliane não vai parar por aí. “Pretendo comprar novas máquinas para montar uma oficina de costura, pois a região tem muitas fábricas de roupas”, disse referindo-se aos R$ 10 mil que receberá da presidente do Fussesp. Hoje as mulheres da cidade bordam bolsas para fábricas de Ibitinga e o objetivo do Fundo Municipal de Solidariedade é que elas possam elas mesmas confeccionarem e venderem as peças para o comércio da região.

Sandra Fernandes Rodrigues, presidente do Fundo Municipal de Avaí, conta que em sua cidade existe uma aldeia indígena composta por cinco tribos. Lá foi instalada uma Padaria Artesanal onde índias foram capacitadas para repassar seus conhecimentos à comunidade. Durante a semana, elas ensinam a fazer pães, e, no final de semana, produzem para distribuir na comunidade e nas escolas. As receitas dos pães tem como base batatas e mandiocas, tradicionais alimentos na cultura indígena.
Conserlene Sompré, 30 anos, uma das capacitadoras e também vice-diretora da Escola Estadual Indígena Nimuenda, explica que de acordo com as tradições indígenas, “todos os trabalhos realizados aqui são comunitários, e o exemplo disso é que para fazer o pão, reunimos no mínimo 10 mulheres”. Ela ainda diz que “o programa além da confecção do pão, também serviu como instrumento para sociabilizar os integrantes da comunidade”.

Outro município que investiu na multiplicação dos pães foi Lençóis Paulistas, com o programa “Gera Gira Sol”, que contou com três kits de Padarias Artesanais assim que foi criado. Maria Joana Andreotti Marise, presidente do Fundo Municipal, diz que o programa já capacitou mais de mil pessoas entre jovens e adultos em situação de risco. Com os R$ 10 mil que receberá do Fussesp, Maria Joana pretende investir num novo segmento para atender a demanda de mão de obra da região. “Pretendo implantar uma oficina de costura para proporcionar uma nova oportunidade de capacitação”, informa.

A presidente do Fundo Municipal de Lucianópolis, Selma Barbosa da Costa, investiu na ampliação do Programa Padarias Artesanais. “Percebi que as mulheres ficaram muito entusiasmadas”. Com o crescimento do programa ampliamos o espaço, que conta com 12 mulheres. Além de capacitar a população, elas ainda vendem o que produzem para casas comerciais. “Agora o objetivo é usar a verba de R$ 10 mil para montar um buffet e atender encomendas de outros municípios”, diz Selma. Como o município tem apenas 2.200 habitantes e a mão de obra para mulheres é escassa, o Sabor’Ear passou a ser uma grande oportunidade na região.

Isso pode ser confirmado por Gisele Aparecida Brandão, que estava desempregada e sem perspectivas. Desde que entrou para o programa sua vida passou por uma verdadeira mudança. “Resgatei minha auto-estima, comecei a me sentir útil e perceber que poderia melhorar muito a minha vida!”, afirma Gisele.

Com 1.700 habitantes, o município de Paulistânia não tinha a tradição de cultivar legumes e verduras. Ao receber a verba repassada pelo Fussesp, o Fundo Municipal comprou equipamentos e, em parceria com a prefeitura, montou uma Horta Comunitária.
Famílias, em situação de rodízio, cultivam vários tipos de legumes e verduras em seis canteiros. Elas ficam instaladas no local durante um ano e depois cedem lugar para outra família. Durante o período em que permanecem na horta comunitária, elas vendem a produção e chegam a ter uma renda mensal de R$ 120,00. Já passaram por lá cerca de 25 famílias.
Ivone Aparecida Lemos, uma das integrantes do programa, tem 25 anos, é arrimo de uma família de oito pessoas. Sua mãe sofreu um AVC e seu irmão de seis anos é hemofílico. Ela conta emocionada que conseguiu melhorar a qualidade de vida de todos, inclusive dar um tratamento mais adequado aos dois. Hoje, a alimentação é mais sadia e as contas são pagas. dívidas. Com brilho nos olhos Ivone relata: “para mim, a horta significou muita coisa. Deixamos de passar necessidades. Sinto-me muito feliz trabalhando lá”. E quando fala do seu dia a dia deixa passar uma intimidade com o seu trabalho: “a gente coloca a mão e ‘folfeia’ a terra para a plantação… e dá uma emoção quando tudo começa a nascer que é difícil a explicar a felicidade que dá….”. Ivone ainda sai pelas ruas para vender as verduras e legumes: são pés de rúcula e alface, beterraba, cenoura, entre outros. “é tudo fresquinho, natural, gostoso e nutritivo”, costuma dizer aos clientes.

Em Pirajui, mulheres que vivem em assentamentos costumam plantar mandioca, produto de cultivo fácil e barato. Baseado nisso, um grupo de mulheres foi até o Fundo Municipal de Solidariedade pedir apoio para a o processamento da mandioca em farinha. Diante da situação, Sônia de Camargo, primeira-dama da cidade, resolveu investir a verba de R$ 8 mil, repassada pelo Fussesp, na compra dos principais equipamentos para a produção de farinha.
A pequena fábrica foi instalada no assentamento, que mesmo sem energia elétrica (um mini trator era usado para girar a máquina), começou a produção em maior escala.

Municípios que participam do encontro

Os 25 municípios da região de Bauru participantes do evento são: Agudos, Arealva, Avaí, Balbinos, Bauru, Cabrália Paulista, Cafelândia, Duartina, Getulina, Guaiçara, Guaimbê, Guarantã, Iacanga, Lençóis Paulista, Lucianópolis, Paulistânia, Pirajuí, Piratininga, Pongaí, Presidente Alves, Promissão, Reginópolis, Sabino, Ubirajara e Uru.

Christiane Rocha

Programa Geração de Renda

O programa Geração de Renda tem o objetivo de apoiar os municípios na implantação de projetos que capacitam, geram renda e emprego. Os projetos são elaborados pelos Fundos Municipais que detectam as prioridades regionais. Os recursos, provenientes da venda de inservíveis do Estado, são repassados pelo Fundo Social de Solidariedade aos Fundos Municipais por intermédio de convênios para a aquisição de material permanente e implantação do projeto. Todos os municípios já receberam R$ 8 mil reais e agora contarão com os R$ 10 mil que serão liberados.

Padarias Artesanais

O projeto Padarias Artesanais nasceu como uma das principais iniciativas do Programa de Geração de Emprego e Renda do Fundo Social. Tem como objetivos principais a capacitação profissional, a melhoria na qualidade da alimentação e a geração de emprego e renda. A panificação artesanal consiste na elaboração de pães por processos caseiros, sem a utilização de equipamentos especiais ou conservantes.

Para a viabilização do projeto são capacitadas, em todo o Estado, pessoas indicadas pelos Fundos Sociais e entidades cadastradas. Posteriormente, são entregues os Kits de Padaria Artesanal, compostos por um forno de inox, batedeira, liqüidificador, balança, assadeiras de alumínio e um botijão de gás, doados pela iniciativa privada, ao custo unitário de R$ 700,00 a R$ 1.200, dependendo da fornecedora e da negociação do parceiro.

Na prática, cada entidade ou escola indica dois participantes que, após um dia de curso no Fundo Social, recebem um certificado da Secretaria da Agricultura e tornam-se multiplicadores nas suas comunidades, repassando as instruções recebidas. Ao todo, já foram capacitados mais de 13 mil agentes multiplicadores no Estado. Atualmente, há quase 7 mil padarias implantadas em todo o Estado e em 1.900 entidades sociais e associações de favelas da Capital, cadastradas no Fussesp. Também já estão capacitadas mais de 4.000 escolas do Programa Escola da Família que permanecem abertas nos fins de semana com atividades culturais, esportivas, de lazer e profissionalizantes. “O objetivo é levar para todas as escolas. Essas programações são fundamentais, pois levam os pais para dentro das escolas, o que evita a entrada de drogas e a violência”, destacou a presidente do Fundo Social.