Lu Alckmin faz balanço das Padarias Artesanais e convida sociedade a participar do Programa

Objetivo é aumentar o alcance do programa

qui, 09/12/2004 - 14h33 | Do Portal do Governo


Os parceiros do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp) que doaram kits de Padarias Artesanais em 2004 estiveram no Palácio dos Bandeirantes nesta quinta-feira, dia 9, para o balanço anual do programa. Cada um dos cerca de 200 parceiros recebeu uma lista e pôde saber o nome e endereço da entidade que recebeu os equipamentos adquiridos por ele. Além de prestar contas, a presidente do Fussesp, Lu Alckmin, convidou a sociedade a continuar participando do programa, doando mais kits. O objetivo é ampliar o alcance das Padarias Artesanais e atingir mais favelas e as quase 6 mil escolas estaduais que abrem as portas nos fins de semana para atividades esportivas, culturais e de lazer, pelo Programa Escola da Família. “Se mais gente participar, poderemos levar dignidade para mais pessoas”, afirmou a presidente do Fussesp.

Ela destacou que, embora seja um programa simples, têm transformado a vida de muita gente. No evento, foram apresentados depoimentos de pessoas que aprenderam a fabricar pães a partir do programa e hoje vivem da venda dos produtos, como o caso de uma dona de casa, que paga a faculdade da filha com a produção, e um morador do município de São Bernardo do Campo, que pediu empréstimo no Banco do Povo e abriu um pequeno negócio onde vende pães e salgados.

Em três anos, Lu Alckmin implantou mais de 6,5 mil Padarias Artesanais nas 1.900 entidades assistenciais cadastradas no Fundo Social do Estado, em cerca de 50 favelas, nos 645 municípios do Estado e em mais de 3 mil escolas do programa Escola da Família. Todas as Padarias foram viabilizadas com kits doados pela sociedade civil. Entre eles, instituições financeiras, comerciantes e empresas, como Santander, Safra, Bovespa, Camargo Correia, Cia Brasileira de Alumínio, Grupo Melhoramentos, Schincariol, Escola Morumbi, Natura e membros do corpo consular.

A presidente do Fussesp enfatizou que não são apenas empresas que fazem as doações de kits, mas pessoas físicas também. “As pessoas juntam dinheiro, cada uma entra com R$ 50,00, e compram um kit para doar. Isso é lindo. É união”, afirmou. Cada kit é composto por um forno de inox, batedeira, liqüidificador, botijão de gás, balança e assadeiras de alumínio.

Ela lembrou que o Fundo Social de Solidariedade não aceita dinheiro, mas apenas os equipamentos. Assim, os interessados em participar do Programa Padarias Artesanais devem procurar o Fussesp, pelo telefone (11) 3874-6952 ou pela internet, no site www.fussesp.sp.gov.br. Como os kits obedecem a um padrão, o Fundo Social dispõe de uma lista de fornecedores. Os preços variam de acordo com o fornecedor e a negociação é feita pelos compradores, mas, em média, custam cerca de R$ 850,00. O processo é totalmente transparente e cada doador sabe exatamente qual a entidade beneficiada com os equipamentos.

Os kits não são entregues para pessoas físicas, apenas para entidades assistenciais cadastradas no Fundo Social de Solidariedade do Estado. A instituição beneficiada deve mandar duas pessoas, que atuarão como multiplicadoras na comunidade, para o curso de capacitação na sede do Fussesp. Além de ensinar a fabricar o pão, os multiplicadores aprendem a transmitir noções de ética, saúde, higiene e cidadania na comunidade.

“O fabricante recebe uma lista, nós pagamos e ele manda diretamente para o recebedor. Não transita pelo Governo, o que faz com que o programa seja mais eficiente. Não tem burocracia”, explicou o vice-presidente do Grupo Santander, Miguel Jorge. Ele também elogiou o fato das Padarias Artesanais não serem um programa assistencial, mas que ensina as pessoas a fazerem a comida, não apenas para o próprio consumo, mas também para vender, gerando renda. “As pessoas aprendem e trabalham”, enfatizou.

O Grupo Santander contribuiu, desde a implantação do programa, com a doação de 2,5 mil kits de Padarias Artesanais. De acordo com Miguel Jorge, essa parceria deverá continuar nos próximos anos. “O retorno do programa é ir ao Interior, por exemplo, e ver que as pessoas estão fazendo pão e vivendo dele. Estão se tornando cidadãs”, disse.

Entre as comunidades beneficiadas estão favelas, assentamentos, comunidades quilombolas e indígenas, unidades da Febem, penitenciárias, unidades do S.O.S. Bombeiros, conjuntos habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), fundos municipais, além de hospitais, creches e entidades assistenciais cadastradas na Capital pelo Fussesp. No Interior, são beneficiados os Fundos Municipais, que avaliam as condições e necessidades de cada entidade.

Ultrapassando os limites do Estado

Lu Alckmin destacou que o programa está sendo implantado também em outros Estados, como Piauí, Minas Gerais e Santa Catarina, que deverá inaugurar a primeira Padaria Artesanal em março do ano que vem, no município de Florianópolis. E chegou até o Paraguai. Há cerca de dez dias, a presidente do Fussesp esteve em Assunção para a inauguração de cinco Padarias Artesanais. Além de disponibilizar o know-how, o Fussesp também capacita os multiplicadores enviados a São Paulo pelos responsáveis pela implantação do programa no Estado ou País. No caso do Paraguai, quem passou pela capacitação foi a consulesa Maria Graciela Narváez.

Campanha institucional de 2005

No evento, também foi lançada a Campanha Institucional para 2005. As peças da campanha foram desenvolvidas gratuitamente pela agência Lew Lara e tem como objetivo ampliar as parcerias com a sociedade civil e o alcance do programa.

Cíntia Cury