Lu Alckmin anuncia liberação de recursos para Região do Vale do Paraíba

Reunião com presidentes de Fundos Municipais avalia os programas de capacitação e geração de renda.

qua, 24/08/2005 - 15h08 | Do Portal do Governo

A presidente do Fundo Social de Solidariedade de São Paulo, Lu Alckmin, realizou na última terça-feira, dia 23, em Queluz, uma reunião de avaliação dos projetos de Geração de Renda implantados em 18 municípios da região do Vale do Paraíba. Na ocasião ela anunciou a liberação de R$ 10 mil reais para cada cidade ampliar ou implantar programas que possam capacitar a população carente. Estavam presentes o prefeito de Queluz, Mário Fabris Filho, a presidente do Fundo Municipal de Solidariedade, Maria José Souza Fabris, além de presidentes de Fundos Municipais da região que estarão apresentando suas ações.

Avaliação e troca de experiências

Além da avaliação dos resultados obtidos com o programa de capacitação, geração de emprego e renda do Fundo Social, o encontro promove a troca de experiências das presidentes de fundos municipais, por meio de relatos de atividades e conhecimento dos programas criados em cada cidade para seus moradores.

Com os R$ 8 mil liberados anteriormente pelo Fussesp, o Fundo Municipal de Aparecida adquiriu duas máquinas de fabricação de pizza, uma de batatas fritas e outra de sorvete. A finalidade é ajudar as pessoas que passam por dificuldades financeiras. Em sistema de revezamento, as pessoas são capacitadas e passam a produzir e comercializar seus produtos no período de seis meses. Como a cidade recebe muitos turistas, o tempo pré-estabelecido tem sido suficiente para que as famílias reorganizem seus orçamentos. O resultado positivo motivou o Fundo a buscar novas parcerias e comprar uma máquina para a fabricação de bolas de futebol e uma mini sorveteria para o Centro Integrado de Formação ao Adolescente e Criança. Os recursos obtidos com a venda da produção são revertidos para o próprio programa, com reposição de matéria prima, material escolar e uniforme escolar para as 530 crianças e adolescentes atendidos.

Ainda em Aparecida, os três Kits de Padarias Artesanais proporcionam capacitação profissional e geração de renda em três regiões carentes. Até o momento, já foram capacitadas cerca de 600 pessoas. Agora, será implantado o programa A Padaria Vai à Comunidade. Os Kits serão utilizados em sistema itinerante percorrendo as regiões mais distantes e atendendo as pessoas mais necessitadas, que sequer têm dinheiro para pagar o transporte. O programa de panificação faz tanto sucesso que, na festa de aniversário da cidade, o grupo da Melhor Idade desfilou com os uniformes das Padarias Artesanais.

Em Guaratinguetá, o que gera renda atualmente é o projeto de fabricação de vassouras Pet. Para implantá-lo, o Fundo Municipal firmou parceria com a Cooperativa Amigos do Lixo, que recicla e destina todas as garrafas Pet´s para a fabricação das vassouras. Os produtos já são vendidos para o comércio local, para a Prefeitura e, recentemente, foi firmado um contrato com a empresa de ônibus São Manoel, que também irá adquirir a mercadoria. Hoje são doze famílias beneficiadas, que recebem um salário mínimo por mês. A meta é ampliar a produção e, conseqüentemente, o número de trabalhadores.

Já a confecção de Corte e Costura do município enviou 10 multiplicadoras para o Fundo Social de Solidariedade da Capital. Elas fizeram os cursos de capacitação para a confecção de edredons, almofadas, jogos americanos, patchwork, bordados em linha e pedrarias e caixas forradas em tecidos. O resultado foi imediato: o Fundo irá fornecer 5 mil flores em crochê e fuxico para a loja Vítor e Vitória e 900 caixas forradas em tecido para a loja Quinta Geração, ambas da Capital. Para atender essa demanda até o final de setembro, as 10 mulheres já capacitam outras 55 que participarão do empreendimento. Segundo a presidente do Fundo Municipal, Adriana Vaz Pinheiro, o seu objetivo é ampliar a oferta desses produtos de alta qualidade e atender a pedidos de várias outras lojas, o que dará oportunidade de capacitação e trabalho para muitas outras pessoas.

Com os R$ 10 mil a serem liberados pelo Fussesp, Adriana pretende adquirir equipamentos para implantar uma Oficina de Marcenaria. Lá ocorrerá capacitação na fabricação de bases para tamancos, artigos de jardinagem e objetos de decoração.

Em Piquete, o programa Cozinha Cidadã surgiu da necessidade de ampliar o trabalho desenvolvido em um dos cinco pontos de capacitação nas Padarias Artesanais. Voltado para a fabricação de alimentos, o programa já capacitou mais de 200 pessoas. Os demais Kits estão em pontos estratégicos para atender a comunidade. Por exemplo, um deles está na instituição Salesianos, que atende crianças carentes e suas famílias. Nesse local, todos são capacitados na arte de fabricar pães, o que proporciona a união familiar, além de uma alimentação nutritiva e aumento na renda familiar. Os outros Kits estão na Casa Abrigo para Idosos São Vicente de Paula, Casa Abrigo para Meninas e numa Associação localizada em um bairro rural. Nesses pontos já foram capacitadas mais de 300 pessoas.

Reciclando o Lixo é o programa de geração de renda implantado em Queluz com os R$ 8 mil que o Fussesp liberou anteriormente. São 23 famílias que, com seus carrinhos, recolhem o material reciclável do município, prensam e vendem. Este ano, o projeto passou a vender seu material diretamente para um comprador do município, sem que o Fundo precisasse auxiliá-los. E isso representou uma evolução: a conquista de espaço e independência.

Dona Maria é exemplo dessa conquista. Todos os dias ela ia ao Fundo Municipal pedir auxílio, até que foi tratada de uma forma diferente. Apesar de desconfiada e envergonhada, ela foi esclarecida que passaria a ser uma agente ambiental e que integraria o Reciclando o Lixo. Após seu primeiro pagamento, dona Maria foi até a igreja e agradeceu ao padre por todo o tempo que ele lhe enviou uma cesta básica. E, com muito orgulho, explicou-lhe que não precisava mais da sua ajuda e que a cesta deveria ser doada para outra família necessitada. Há também o senhor Sebastião, que ficava constrangido por ser o único homem a participar do programa. Mesmo assim insistiu e, após três anos, conseguiu passar de vendedor do produto reciclado para comprador. E com sua renda já adquiriu um terreno.

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    Adriana Fares