Lu Alckmin anuncia liberação de recursos para região da Grande São Paulo

Reunião com presidentes de Fundos Municipais avalia os programas de capacitação e geração de renda.

qua, 10/08/2005 - 11h49 | Do Portal do Governo


A presidente do Fundo Social de Solidariedade de São Paulo, Lu Alckmin, realizou na última terça-feira, dia 09, na cidade de Carapicuiba, uma reunião de avaliação dos projetos de Geração de Renda implantados em 18 municípios da Grande São Paulo. Na ocasião, ela anunciou a liberação de R$ 10 mil reais para cada cidade ampliar ou implantar programas que possam capacitar a população carente. Estavam presentes o prefeito da cidade, Fuad Chucre, a presidente do Fundo Municipal de Solidariedade, Sônia de Castro Valois, além de presidentes de Fundos Municipais da região que apresentaram suas ações.

Avaliação e troca de experiências

Além da avaliação dos resultados obtidos com o programa de capacitação, geração de emprego e renda do Fundo Social, o encontro promove a troca de experiências das presidentes de fundos municipais, por meio de relatos de atividades e conhecimento dos programas criados em cada cidade para seus moradores.

A presidente do Fundo Municipal de Barueri, Sonia Furlan, desenvolve, em parceria com a prefeitura, o programa Inclusão pela Moradia. O trabalho começou com uma equipe ouvindo os moradores de um bairro carente, chamado Parque Imperial. A meta era implantar o conceito de morar com dignidade, mesmo que de forma simples. O local foi reurbanizado com a participação da comunidade. Hoje, parte do lixo é reciclada e as ruas estão sendo arborizadas.

Foi neste bairro que o Fundo Municipal implantou vários programas de capacitação e geração de renda. Entre eles o Núcleo de Moda, que hoje está sendo ampliado e remodelado. As instrutoras estão recebendo o treinamento do Senai São oferecidos cursos, desde a criação de marcas até a produção das peças, além de conhecimentos básicos sobre gestão de negócios, em parceria com a Fundação Alphaville. A meta é que as pessoas ganhem autonomia em seu próprio sustento.

Entre vários casos de sucesso está o de Maria Madalena da Silva, 47 anos, que a partir da metade do curso vem obtendo renda de aproximadamente R$ 250,00 por mês. Ela faz pequenos consertos em roupas para os moradores da região. Mãe de quatro filhos, hoje sustenta sua família com esses recursos. Já Bruna Martins, 35 anos, ao iniciar o aprendizado já fazia pequenos consertos e recebia em torno de R$ 150,00. Atualmente, com a reforma de roupas para parentes e colegas já ampliou a renda para R$ 300,00 mensais.

Ainda em Barueri, o programa de Padaria Artesanal gera emprego e renda. Existem Kits em locais fixos e outros itinerantes. Relato de uma história bem sucedida é o de Maria de Lourdes Koga, 53 anos, aposentada. Ela fez o curso de panificação e está vendendo os pães na comunidade, ganhando cerca de R$ 250,00 por mês. Esse dinheiro ajuda a sustentar seus filhos e a dar um padrão de vida digna para sua família.

Antônio da Cruz dos Anjos, 62 anos, fez o curso de panificação no início deste ano e conseguiu um emprego em uma pequena padaria na comunidade em que mora. Agora, ele completa a renda de sua família e ainda ajuda os netos. Ele orgulha-se de, após tantos anos, voltar ao mercado de trabalho.

Em Guarulhos, o programa Café-Escola Aprendiz ensina mulheres e jovens desempregados a fazer pão e demais produtos de confeitaria, o que lhes possibilita a capacitação para uma nova profissão e provimento de suas famílias. Mais de 3 mil pessoas já foram capacitadas, e muitas delas abriram seus próprios negócios. Os 5 Kits de Padaria Artesanal estão instalados em cinco locais. Segundo Ênio Vicentino de Almeida, 31 anos, coordenador do programa, os Kits também se tornam itinerantes e são levados para bairros mais afastados e escolas da rede pública, o que proporciona maior acesso à capacitação.

O programa Renda-Mulher Mulher-Rendeira capacita e qualifica a mão de obra em máquinas de costura industrial, abrindo possibilidades para que as pessoas arrumem empregos em fábricas de tecelagem ou montem oficinas em suas próprias residências. Já foram capacitadas mais de 180 mulheres.

O programa Mãos na Massa, das padarias artesanais do município de Mogi das Cruzes, funciona em forma itinerante nos bairros periféricos. O objetivo é atender as pessoas de baixa renda e sem condições de arcar com despesas de transportes. Atende a mulheres arrimos de família, desempregados e líderes comunitários com função de multiplicadores dentro das comunidades. Os espaços são cedidos por entidades, igrejas, associações e centros esportivos. Desde sua implantação, em 2002, já foram capacitadas quase 2 mil pessoas.

Mogi, Adoçando a Vida é um programa novo que passa orientações teóricas e aulas práticas para a produção de doces cristalizados, bem como noções de gerenciamento e cidadania. Já estão matriculadas 225 pessoas. Tereza de Melo Aguiar, após ter realizado o curso, comercializa seus produtos e já aumentou sua renda mensal em cerca de R$ 200,00.

Em Santana de Parnaíba, foi implantado o programa Vivendo da Beleza, com 7 unidades em pontos diversos. Nesses locais são ministrados cursos de capacitação em serviços desenvolvidos em salões de beleza. Com duração de 3 meses, os cursos são realizados duas vezes ao dia e forma 20 mulheres. Muitas delas trabalham em casa, ou atendem em residências. Outras colocam-se no mercado de trabalho. Um exemplo é Maria de Fátima Santos que, após capacitar-se, saiu em busca de especialização e hoje trabalha no Salão Stúdio Aprendiz, em Aldeia da Serra. Ela ganha R$ 380 por mês, sem contar a percentagem. Outro exemplo é o de uma senhora que fez o curso para trabalhar em casa por ter que cuidar de seu filho, portador de deficiência física. Ela passou a ter renda própria e dispensou a cesta básica que recebia da Assistência Social, um verdadeiro resgate da auto-estima e exercício da cidadania.

Outro programa do município é a Cooperativa Esperança. Contando com a parceria da Fundação Alphaville, o programa busca o desenvolvimento das comunidades em risco social por meio de capacitações e incentivos ao empreendedorismo. São ensinadas técnicas de confecção de peças com material 100% reciclado por antigos catadores do lixão de Santana de Parnaíba. Por exemplo, colares produzidos com papel que se assemelham a sementes naturais. Contando com a etiqueta Projeto Comunidade sustentável, as peças já foram levadas até para a Alemanha. E há grande possibilidade de exportação.

O programa de Padarias Artesanais de São Bernardo do Campo atende três grupos produtivos. Um deles é o Grupo Arco Íris, implantado no Jardim Industrial. Ele adquiriu novos equipamentos industriais para ampliar o número de capacitações e produção. Outro é o Grupo Estrela da Manhã, em fase inicial. O terceiro está na Casa de Integração Social que atende moradores de rua. Lá, as multiplicadoras em panificação capacitam essas pessoas que têm suas vidas modificadas. Muitos deles formam grupos, produzem os pães e vendem para a comunidade. Outros chegam a abrir seus próprios negócios ou conseguem empregos. São vidas “sem esperanças”, que resgatam a auto-estima e passam a ter uma vida digna, direito de todas as pessoas, que só precisam de uma oportunidade.

Outra iniciativa do Fundo Social é o projeto Araçari, uma oficina de reciclagem de papel. A oficina é um espaço de sociabilidade, convivência, integração e capacitação para o trabalho e geração de renda. Com as técnicas de reciclagem, os jovens aprendem a confeccionar cartões, porta-lápis, capas de cadernos e agendas, bolsas, luminárias, porta-retratos, entre outros produtos. Com a renda obtida, eles auxiliam no sustento da família.

Mulheres costureiras foram para o Fundo Social de Solidariedade em busca de aperfeiçoamento e capacitação em patchwork. Já multiplicadoras, retornaram para Carapicuíba e estão capacitando mais 30 mulheres. Uma delas é Sineli Ferreira Vieira, 50 anos, cujo relato traduz muito entusiasmo e esperança. Ela conta que tem muita facilidade para aprender e ensinar. E justamente por isso quer repassar o que aprendeu a outras pessoas, para que elas também possam ter uma melhor qualidade de vida. Já passou pela roça, foi empregada doméstica e hoje costura e ensina. Diz ela que o segredo para ser empreendedora é fabricar três peças, vendê-las e reinvestir parte do lucro. “É isso que também ensino. Fabricar, vender, reinvestir e ir aumentando, aumentando, um sucesso!”, diz ela.

As Padarias Artesanais do município são itinerantes, ficam seis meses em cada entidade carente, com cursos de 20 dias para a população. Até o final de julho já foram capacitadas quase mil pessoas.

Lu Alckmin aproveitou a ocasião para informar que a Receita Federal repassou 200 toneladas de tecido para o Fundo Social. Os municípios que adquirirem máquinas de costura com a verba repassada podem receber parte dessa doação. Assim, o programa atinge duas metas: capacitar pessoas e utilizar a produção para atender os necessitados de cada cidade.

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    Adriana Fares