Da Agência Imprensa Oficial
A Imprensa Oficial e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo lançam nesta sexta-feira, dia 21, às 19 horas, na Capital, reedição fac-similar da coletânea Imprensa Negra. A obra contempla reprodução de capas e textos dos principais jornais, produzidos por jornalistas negros em São Paulo, que circularam entre 1915 e 1963. O coquetel de lançamento será na sede do sindicato.
Com estudo crítico de Clóvis Moura e legendas de Miriam N. Ferrara, a edição sai com cinco mil exemplares que serão distribuídos gratuitamente para bibliotecas públicas, estudantes e pesquisadores da questão racial. Quem comparecer ao evento receberá a obra.
Interessados na publicação devem procurar a sede do sindicato ou solicitar por e-mail (jornalista@sjsp.org.br). Embora a imprensa negra se restringisse a jornais de pequena tiragem e duração precária, conseguiu traçar boa parte da trajetória social e política da comunidade negra paulista.
Entre os periódicos mais significativos que retrataram a vida, o pensamento e a luta do negro estão O Menelick,1915, – iniciador do jornalismo negro no Estado -, A Voz da Raça, A Liberdade, O Clarim da Alvorada e o último, Correio d´Ébano, de 1963.
Reflexão histórica
A primeira publicação, em 1984, foi disputada e tornou-se editorial notável. Passadas quase duas décadas, muitos assuntos e problemas abordados ainda estão na ordem do dia aguardando solução.
Os parceiros da edição – incluindo a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), que sugeriu o relançamento – esperam que essa divulgação contribua para reforçar a auto-estima dos negros, auxilie na reflexão histórica desse segmento populacional (que representa 45% dos brasileiros), corrija falhas que vedam o acesso a uma vida digna e possa levar o Brasil a construir uma verdadeira democracia racial.
O presidente da Imprensa Oficial, Sérgio Kobayashi, refere-se à publicação como “instrumento para servir a estudiosos e aos interessados em descobrir que País é este”. Já o presidente do sindicato, Fred Ghedini, considera a reedição “obra de referência imprescindível para pesquisadores e trabalho importante para a comunidade afro-descendente, que resgata a memória desse segmento de nosso povo, tal como foi registrada sob a ótica dos jornalistas negros”.
Data: Sexta-feira, 21 de março de 2003
Horário: às 19 horas
Local: Rua Rego de Freitas, 530, sobreloja, no Centro (em frente à Igreja da Consolação).
Claudeci Martins
(AM)
