Justiça: Secretaria encerra hoje Seminário Internacional contra o Tráfico de Mulheres

Parceria firmada com a ONU prevê a criação de um escritório no Estado para o combate a esse tipo de crime

ter, 07/10/2003 - 14h46 | Do Portal do Governo

No Brasil, o tráfico de mulheres é hoje uma indústria que movimenta milhões de reais e escraviza meninas e mulheres. O País já figura como um dos mais ‘atraentes’ roteiros sexuais do planeta.

Para estabelecer mais um canal de discussão e tentar encontrar uma solução para o problema, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania encerra hoje, dia 7, o Seminário Internacional Tráfico de Mulheres. O encontro vai buscar meios para combater essa atividade, que atinge em sua maioria jovens pobres na faixa dos 15 aos 25 anos, que sonham com uma oportunidade de trabalho ou casamento no exterior.

A abertura do encontro, realizada nesta segunda, dia 6, contou com a presença do vice-governador, Cláudio Lembo, da primeira-dama do Estado, Maria Lúcia Alckmin, do secretário de Justiça, Alexandre de Moraes, da embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, da secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas, e da secretária especial de Assuntos da Mulher, Emília Fernandes.

O vice-governador Cláudio Lembo destacou a importância do encontro para o combate ao tráfico de mulheres no País, e lembrou que, apesar das conquistas, ainda há muito por se fazer: ‘A revolução feminina no século XX foi muito tardia, o que acabou colaborando para estimular, no Brasil, o comércio de seres humanos, principalmente mulheres. Até hoje elas são tratadas como objetos na mídia e em campanhas publicitárias. Esse seminário é um passo importante para a solução desses problemas.’

Para o secretário de Justiça, Alexandre de Moraes, a conscientização é a maior arma a ser usada contra esse tipo de crime, mas que até que a população se una em torno do tema, o poder público deve usar de todos os recursos disponíveis para combater o tráfico de mulheres: ‘o Código Penal brasileiro foi escrito numa época marcada pelo preconceito contra as mulheres, e deve ser revisto.’ Alexandre de Moraes também lembrou da importância da parceria firmada com a Organização das Nações Unidas (ONU), para a criação de um escritório no Estado para o combate a esse tipo de crime. ‘com isso, vamos dar mais visibilidade ao tema, o que, certamente, será um fator de desestímulo à essa atividade’, afirmou.

Já a embaixadora dos Estados Unidos, Donna Hrinak, enfatizou a necessidade da criação de uma legislação mais forte, que facilitaria o combate desses crimes no País: ‘a aprovação de leis de combate ao tráfico de mulheres é um ato humanitário, e o governo dos Estados Unidos se compromete a se unir ao governo do Estado de São Paulo nessa luta.’

Emília Fernandes, secretária especial de assuntos da mulher, disse que a exclusão social é o fator determinante para o crescimento do tráfico de seres humanos e afirmou que ‘esse evento pode desencadear a mobilização da sociedade não só no Brasil mas em diversos países.’

Da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania