O lançamento do concurso nacional Semente Patrimônio da Humanidade, dirigido às escolas vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), marcou o último dia do III Encontro dos Sem-Terrinha, que aconteceu em São Paulo entre os dias 3 e 5 de novembro. O evento contou com o apoio da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo.
De acordo com os organizadores, o objetivo do concurso é estimular a criatividade e a percepção das crianças do campo por intermédio do desenho, da escrita e da música. O resultado dos trabalhos dará origem a um livro que levará o mesmo nome do concurso: Semente Patrimônio da Humanidade.
O encontro reuniu cerca de 750 pessoas, a maioria crianças na faixa de 7 a 12 anos, representantes de assentamentos e acampamentos de diversas regiões do Estado de São Paulo, no Conjunto Desportivo Baby Barioni, na Água Branca. A meta do MST foi dar continuidade às atividades pedagógicas e culturais desenvolvidas no campo.
Na avaliação da Educadora Márcia Mara Ramos, do Coletivo Estadual de Educação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o evento foi um sucesso. ‘Fomos recebidos na Secretaria da Educação, o que não acontecia desde 1996’ disse ela. Segundo Márcia, a intenção dos representantes do movimento era reivindicar políticas públicas para a promoção de educação de qualidade, tanto no campo pedagógico como no estrutural.
Para a educadora, a escola tem de oferecer mais ao aluno do que apenas a capacidade de ler e escrever: é preciso oferecer arte e cultura, oficinas que tratem as questões pedagógicas e professores com formação para lidar com o estudante do campo.
Durante o encontro, as crianças participaram de oficinas de capoeira, contos infantis, pintura, desenho, grafite etc. Muitas das atividades culturais foram programadas pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, que também arrecadou alimentos e conseguiu a doação de brindes, como lápis de cor, canetas, kits de escova e pasta de dente e outros.
