Justiça: Assentados reflorestam lixão em Cordeirópolis

Antigo aterro será reaproveitado com o plantio de 400 mudas de espécies nativas

seg, 24/02/2003 - 12h27 | Do Portal do Governo

Da Agência Imprensa Oficial


A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, por meio da Fundação Instituto de Terras (Itesp), e produtores rurais assentados vão promover nesta segunda-feira, dia 24, às 14 horas, um mutirão para o plantio de mudas de espécies nativas. O local será a área do antigo lixão no assentamento 20 de Novembro, em Cordeirópolis, região central do Estado.

O objetivo é recuperar a área que era utilizada como aterro sanitário pela prefeitura da cidade. A falta de reflorestamento no local prejudica o meio ambiente e coloca em risco a saúde da comunidade pela contaminação das nascentes d´água e pela propagação de doenças.

Criado em 1991, o lixão foi interditado pela Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) depois que a comunidade bloqueou a entrada do local, no dia 8 de outubro de 2001.

O assentamento, em Cordeirópolis, abriga 21 famílias, cada uma em seu lote. Fundado em setembro de 1998, tem área total de 261 hectares. O domínio da terra é estadual, fazendo parte de antiga área do horto florestal.

Assistência técnica

O Grupo de Gestão Ambiental (GGA) do Itesp faz o planejamento ambiental de todo Estado, com a participação da comunidade e apoio dos Grupos Técnicos de Campo (GTCs). O GTC de Araras estruturou o assentamento de Cordeirópolis e colocou à disposição um profissional treinado que oferece assistência técnica de extensão rural no local. O intuito é a capacitação das famílias na produção agropecuária.

Segundo o analista de desenvolvimento agrário Luis Fernando Marinho, o trabalho é sempre participativo. Antes de qualquer projeto, as famílias se reúnem com os técnicos para discussão e aprovação de cada projeto.

Em Cordeirópolis, na semana passada, todos concordaram em realizar o plantio das mudas produzidas por eles próprios. As plantas são espécies florestais nativas: ipê, peroba, cedro e sansão do campo. “O local está contaminado pelo lixo ali depositado, principalmente plástico. Esse material expele um líquido marrom, o chorume, altamente tóxico e prejudicial à saúde.”

O projeto de recuperação ambiental tem a parceria da prefeitura de Cordeirópolis, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Cetesb, Ministério Público e Esalq (USP).

Marcia Bitencourt