Justiça: A partir de 2005 carros vão ter de mudar extintores de incêndio

Novos modelos serão mais eficazes no combate a incêndios na parte interna do veículo

seg, 16/08/2004 - 22h23 | Do Portal do Governo

Faltam quatro meses para os extintores de carros no Brasil mudarem. A partir de janeiro, de 2005, carros de passeio só poderão sair da fábrica com extintores da classe ABC, capazes de apagar princípios de incêndio na parte interna dos veículos, quando as chamas atingem bancos de couros, carpetes, estofamentos, espumas, entre outros itens. Atualmente, o extintor utilizado, do tipo “BC” é capaz de apagar apenas incêndios no sistema elétrico ou de combustível dos veículos.

A resolução para a mudança foi tomada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), em 2003, baseada em estudos do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP), órgão vinculado à Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania.

Em 2001, o Ipem-SP coletou, por doze meses, extintores de 59 oficinas de manutenção, que comercializavam no estado paulistano; e de dois fabricantes de extintores para carro (Resil e Kidde, antiga Yanes). O objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade do extintor oferecido no comércio e a qualidade das oficinas de manutenção, que são os responsáveis pela recarga e inspeções dos extintores.

A conclusão foi que 58 oficinas foram reprovadas nos ensaios de funcionamento dos produtos. Apenas uma oficina de manutenção e os dois fabricantes passaram nos testes aplicados. No Brasil, há 16 fábricas de extintores, mas apenas três produzem extintores de um quilograma para carros.

Dicas

Segundo dados coletados junto ao Ministério dos Transportes por meio do Grupo de Estudos para a Integração da Política de Transportes havia no país, em 2000, uma frota de mais de 23 milhões de carros de passeio. No estado de São Paulo, este número era superior a 9 milhões de veículos.

Relacionando os números do Ministério dos Transportes aos dados encontrados pelo Ipem-SP, em 2001, foi possível concluir que o total de extintores com problemas (fora da conformidade), no Brasil, seria superior a 11 milhões. Só no estado de São Paulo este percentual chegou a 49,42%, ou seja, 4,5 milhões de extintores teriam problemas.

O levantamento do Ipem-SP concluiu, ainda, que não funcionaram de forma alguma 7,88% dos extintores analisados. Em números, isso significa que, em todo o País, quase dois milhões de veículos teriam extintores absolutamente ineficazes.

A partir do resultado das análises técnicas realizadas e com as devidas comparações, o Ipem-SP propôs, em 2002, na câmara temática de assuntos veiculares, em Brasília, mudanças ao setor. Em resumo elas foram:

1) A adaptação dos extintores à nova realidade do mercado automobilístico, ou seja, capazes de conter princípio de incêndio na parte interna do carro e não só nas partes elétrica e de combustível;

2) Extensão para cinco anos da garantia dos extintores;

3) Fim da manutenção nos extintores veiculares de um quilograma.

A nova lei prevê, ainda, a mudança, nos próximos cinco anos, de todos os extintores que estão em circulação no país, os do tipo “BC”. Tecnicamente os extintores usados em carros de passeio são chamados de P1 – pó químico de um quilograma. Os extintores ABC, que substituirão os atuais, são compostos, em sua maioria, por monofosfato de amônia.

Outra importante característica dos extintores veiculares que será alterada, a partir de 2005, é o prazo de validade. A do atual extintor é de três anos. Essa validade passará para cinco anos. E no final do período da validade o extintor deverá ser trocado. A recarga não será mais permitida. Apesar da mudança de lei, algumas dicas continuam sendo fundamentais na compra de extintores:

Verifique o selo de conformidade. Todos os extintores devem ter o selo visível e vem identificado com a letra N do Inmetro.
Verifique o fornecedor. O nome da empresa fabricante com certificação aparece no selo. Em caso de dúvida da veracidade do fabricante, denuncie.

Verifique o lacre de inviolabilidade. Não adquira extintores com o lacre rompido. Caso isso aconteça, procure uma empresa autorizada para fazer uma inspeção e, se necessário, fazer uma manutenção.
Exija a nota fiscal. Ela é a garantia na defesa dos direitos dos consumidores.

Por fim, verifique as instruções de uso. Todas as formas de usar o extintor devem estar escritas claramente no cilindro do extintor. Caso elas estejam rasuradas, apagadas, rasgadas ou com propagandas que as encubram, não compre o produto.

Extintores são itens de segurança e por tanto é importante que tenham uso adequado. Em caso de dúvida, reclamação, sugestão ou denúncia ligue para a ouvidoria do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo. O telefone é 0800 13 05 22. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer cidade do Estado, das 8h às 17 horas, de segunda a sexta-feira.