Jovens jardineiros buscam parceiros para realizar projeto paisagístico em favela

Formandos do Programa Jardim Escola querem melhorar a região onde vivem.

qui, 14/07/2005 - 16h04 | Do Portal do Governo


A partir de um curso de jardinagem, uma turma de jovens do Jardim Lurdes, na periferia da Capital, decidiu melhorar o bairro onde moram. Desempregados, a maioria começou a fazer o curso do Programa Jardim Escola, promovido pelo Fundo Social de Solidariedade do estado de São Paulo, buscando capacitação profissional. “Tivemos a idéia durante o curso. Pensamos: ’antes de buscar trabalho nós podemos melhorar nosso bairro”, relatou Joice Alvarenga durante a cerimônia de formatura do curso, nesta quinta-feira, dia 14 de julho, no Palácio dos Bandeirantes.

Essa é a segunda turma do curso de jardinagem e horticultura do Jardim Escola, que integra o programa de capacitação profissional, geração de renda e emprego do Fundo Social de Solidariedade. É desenvolvido em parceria com o Jardim Botânico do Estado de São Paulo e tem como principais objetivos formar mão-de-obra especializada na área e promover o resgate da cidadania e da auto-estima.

O curso tem duração de seis semanas e para participar basta ter mais de 18 anos de idade, ser alfabetizado e residir na região metropolitana de São Paulo. A seleção dos participantes é feita pelo Fundo Social e o material didático é fornecido pelo instituto de botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

De acordo com a presidente do Fussesp, Lu Alckmin, o programa conta com a ajuda de diversos parceiros tanto do setor público, quanto da iniciativa privada. “Eles estão contribuindo para a inclusão, melhoria da qualidade de vida dos alunos e também da cidade”, afirmou.

E justamente a possibilidade de melhorar a cidade foi o que reuniu os nove jovens do Jardim Lurdes, que agora buscam parcerias para viabilizar um projeto paisagístico que vai alterar a situação em que se encontra o bairro. Por lá passa um córrego poluído, existem praças e terrenos sem cuidados. Eles estão desenvolvendo um trabalho de conscientização junto à comunidade antes de realizarem a interferência paisagística. É uma forma de todos participarem e cuidarem do espaço que é público, que é do povo.

Segundo o diretor geral do Instituto de Botânica, Luiz Mauro Barbosa, o curso qualifica pessoas para um mercado de trabalho cada vez mais crescente, que é o da jardinagem e dos negócios relacionados ao paisagismo. Um exemplo disso é a empresa Pé da Serra Paisagismo, parceira do programa, que sempre que precisa de mão-de-obra qualificada procura os alunos do curso. Ela já empregou cinco pessoas que se formaram na 1a turma do Jardim Escola.

Lu Alckmin destacou também que vem aumentando o número de participantes que chegam ao fim do curso. Na 1a turma, no ano passado, se formaram 17 pessoas. Agora, nesta 2a turma, são 27 formandos. “Um dos principais objetivos do curso é a inclusão social por intermédio da capacitação profissional”, ressaltou.

“Por conta da minha deficiência, tive que me esforçar um pouco mais, porém aprendi tanto quanto os outros”, conta Paulo Ricardo da Silva. Ele, que é portador de deficiência visual e já trabalhou com animais, decidiu buscar uma capacitação profissional numa área também ligada a natureza. “Agora quero buscar emprego como jardineiro”, diz ele.

Parcerias

O Programa Jardim Escola conta com a parceria do Grupo Carrefour, Grupo Bayer, Bosch, Corneta Ferramentas, De Nadai Alimentação com Tecnologia, Fast Shop, Fiaflora, Escola Morumbi, Secretaria dos Recursos Hídricos (Sabesp), Amaral Sign’s Comunicação Visual, Imprensa Oficial, Rede Brasileira de Jardins Botânicos, Pindorama Paisagismo, Sinal Verde Consultoria Ambiental, Itograss, Departamento de Parques e Áreas Verdes, entre outras.

Cíntia Cury / Adriana Fares