Adolescentes da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) em regime de semi-liberdade ou liberdade assistida, no município de Jandira, região da Grande São Paulo, terão oportunidade de participar do Programa de Profissionalização. Convênio firmado entre a Febem, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), vinculada à Secretaria Estadual da Educação, e a organização não-governamental Fênix, vai possibilitar que estes jovens aprendam a recuperar mobiliário escolar, a exemplo do que já acontece desde o início do ano passado com garotos da Capital, na sede da FDE, que fica no bairro do Brás.
Durante seis meses, dez adolescentes com idade entre 16 e 17 anos, que cumprem medidas socioeducativas em meio aberto e freqüentando a escola, recebem bolsa-auxílio de R$ 180,00 para aprender uma profissão. Com carga horária de oito horas diárias, o curso oferece aulas práticas e teóricas, incluindo normas de segurança dos equipamentos que manejam, técnicas industriais e habilidades básicas, como disciplina, organização e apresentação pessoal, além de noções de ética e cidadania, com palestras sobre direitos humanos, saúde e higiene, entre outros temas. A verba para o programa é proveniente da FDE, que paga R$ 1,50 por carteira recuperada.
De acordo com o supervisor de Educação Profissionalizante da Febem, Laurence Casagrande Lourenço, os resultados obtidos na Capital podem ser verificados pela produção. ‘Os meninos recuperam cerca de seis mil carteiras escolares por mês. É o equivalente a cerca de 150 salas de aula’, afirmou. Além disso, Lourenço destaca que algumas empresas têm procurado o programa para contratar jovens que passaram pelo curso.
As oficinas de recuperação de mobiliário escolar para adolescentes infratores devem aumentar este ano. Neste primeiro semestre, está prevista a instalação de uma unidade no bairro de Interlagos, para atender a Zona Sul da Capital. O programa também deverá ser estendido ao Interior do Estado.
Cíntia Cury
