‘João Paulo II foi o papa da compreensão e do entendimento’, diz Alckmin

Na missa solene em memória ao Papa, governador destaca que João Paulo II foi um amigo do Brasil

dom, 03/04/2005 - 19h17 | Do Portal do Governo


‘Quero dizer do nosso sentimento de profunda tristeza e ao mesmo tempo o nosso carinho por nosso Papa João Paulo II, o papa missionário, o papa da catequese, o papa que percorreu o mundo levando a palavra de Deus e a evangelização, o papa da compreensão, do entendimento.’

Com estas palavras, o governador Geraldo Alckmin participou da missa solene em memória ao Papa João Paulo II, realizada na Catedral da Sé, na tarde deste domingo, dia 3.

Convidado a fazer um pronunciamento em nome do povo e do Estado de São Paulo, diante de bispos, padres, seminaristas e representantes de outras religiões que lotaram a Catedral da Sé, Alckmin lembrou que ouviu do rabino Henri Sobel frases sobre o ‘coração do Papa João Paulo II, tão grande que nele estavam presentes todos os cristãos, os que professam o judaísmo, os ortodoxos, todas as religiões, porque o diálogo do papa era a mistura das culturas, das raças, dos credos religiosos’.

O governador destacou que o papa ‘era amigo do Brasil, tanto que aqui esteve três vezes e canonizou a primeira santa brasileira, Santa Madre Paulina. ‘Ele foi o papa da família, dos jovens, do carisma, da coragem’.

Perguntado após a missa solene, sobre a possível indicação do cardeal Cláudio Hummes para a sucessão do papa, o governador disse que este é um assunto interno da Igreja. ‘Mas é evidente que todos nós brasileiros, latino-americanos receberíamos como uma graça, uma benção.’

O governador compareceu acompanhado de Lu Alckmin, presidente do Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo, do vice-governador Cláudio Lembo, além do prefeito de São Paulo José Serra.

No final da cerimônia, foi lida uma nota oficial do cardeal D. Cláudio Hummes, impedido de comparecer em consequência de uma gripe. ‘O papa João Paulo II foi um dos maiores papas da Igreja e marcou profundamente, de forma extraordinária e construtiva, a história da Igreja e do mundo no seu longo pontificado’, diz o comunicado. ‘Será sempre lembrado por seu dinamismo apostólico, por sua sabedoria pastoral e seu amor ao povo, de quem quis sempre estar próximo.’

A nota oficial destaca ainda a importância do papa ‘na derrubada do muro de Berlim e do socialismo no leste europeu, pelo seu diálogo com as religiões, em especial com o judaísmo, pelo seu programa de nova evangelização em todo o mundo. Ele será lembrado muito especialmente, pelo seu amor e dedicação aos pobres, solidariedade para com todos os que sofrem, sua luta pela ética, pelos direitos humanos e pela vida e dignidade do ser humano.’

Referindo-se às três visitas do papa ao Brasil, a nota destaca que ‘vamos lembrar sempre seu amor pelo nosso povo, seu apoio aos trabalhadores, aos desempregados, a todos os pobres excluídos, seu apoio a reforma agraria e a luta contra miséria e a fome.’

Takao Miyagui

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