Itesp: Entreposto de Itaberá gerenciado por assentados apresenta bons resultados

Renda líquida oferecida pelo entreposto chega a R$ 360 mil

seg, 24/05/2004 - 10h20 | Do Portal do Governo

As primeiras 46 caixas de quiabo foram comercializadas em novembro de 2002. Hoje, são negociadas entre 1,2 mil e 3 mil caixas por semana no entreposto comercial do Assentamento Pirituba, município de Itaberá, o primeiro do Estado. Cerca de 240 produtores participam do projeto, inclusive agricultores familiares da região que se juntaram aos assentados.

A idéia do entreposto, ou Centro de Comercialização da Agricultura Familiar do Sudoeste Paulista, como foi batizado, surgiu numa reunião na Igreja Agrovia II do assentamento, há três anos. A comunidade estava preocupada com os baixos preços pagos na região pelo quiabo que começava a produzir. Na ocasião, a Fundação Instituto de Terras (Itesp), da Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania, sugeriu a criação do Mini-Ceasa, como o projeto é conhecido. Um galpão de mil metros quadrados instalado no local oferecia alguma infra-estrutura. O Itesp reformou o prédio e proporcionou um centro de eventos aos assentados.

Habituados ao plantio de grãos (arroz, feijão e milho), eles visitaram projetos de horticultura no município de Guapiara, para conhecer as técnicas utilizadas e os resultados obtidos. Também realizaram excursões, com apoio da prefeitura de Itaberá, à Ceasa (Central de Abastecimento S.A.) em Campinas, e à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp), na capital.

Hoje, a renda líquida oferecida pelo entreposto, desde o início das atividades, chega a R$ 360 mil. Além do sucesso comercial, o empreendimento desempenha importante papel social no município. Já foram doados mais de mil quilos de alimentos ao Instituto de Formação e Apoio à Criança (Ifac), entidade assistencial de Itaberá.

Sem intermediários

Marcio Vilela, assentado e gerente do Centro de Comercialização, afirma: “Com o entreposto deixamos de pagar intermediários. Quando vendíamos a terceiros não sabíamos o preço dos produtos. Nosso rendimento aumentou cerca de 30%”. Segundo o técnico em desenvolvimento agrário do Itesp, Paulo Gomes Rodrigues, o entreposto é gerenciado por assentados, eleitos pelo voto direto dos produtores. “Eles vêm administrando o centro de comercialização de forma brilhante e merecem nosso aplauso, pois não tinham conhecimentos nessa área”, elogia.

“O projeto mostra que reforma agrária é mais do que dar a terra. É preciso capacitar os produtores para que sejam capazes de gerenciar seu lote agrícola em todas as etapas, da produção à comercialização. O entreposto oferece canal de comercialização garantido ao assentamento”, analisa o diretor-executivo do instituto, Jonas Villas Bôas.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)