Itesp: Curso de artesanato inclui quilombolas no mercado

Alunos vão aprimorar os trabalhos que realizam, adequando seu produto às necessidades do mercado

ter, 24/08/2004 - 16h22 | Do Portal do Governo

O Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) promove nos dias 25, 26 e 27 de agosto, das 13h às 17 horas, o primeiro módulo de um curso de artesanato para a comunidade quilombola Sapatu, do município de Eldorado. Com o nome de Gestão da Atividade Artesanal, o curso possui 30 vagas e é dividido em três módulos. O primeiro é o Artesanato 2 – Finanças. A iniciativa faz parte de um projeto que tem como objetivo o aprimoramento do trançado em fibras de bananeira, que já é uma das principais atividades dos quilombolas.

Os alunos vão aprimorar os trabalhos que realizam, adequando seu produto às necessidades do mercado e tendo não apenas o contato com os comerciantes, mas também a noção de como negociar. Além disso, saberão como produzir em larga escala, tendo em vista que os pedidos dos lojistas são sempre em grande número e nas medidas-padrão. Aprenderão também a gerir seu negócio.

Com apoio da Fundação Instituto de Terras (Itesp), entidade vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, o curso completo possui outros dois módulos, o Artesanato 1 – Mercado, que acontece nos dias 8, 9 e 10 de setembro, e o Artesanato 3 – Qualidade, que ocorre nos dias 16 e 17 do mesmo mês.

Esses módulos fazem parte da segunda fase do projeto, a capacitação gerencial. A primeira fase foi de capacitação técnica, que durou cerca de 60 horas e foi ministrada por uma moradora do quilombo Sapatu. A terceira fase é a Oficina de Design, que dura cerca de 40 horas e vai fazer com que os alunos aprendam a direcionar suas peças não apenas para lojistas, mas para designers e decoradores. Eles tentarão agregar um pouco de sua cultura aos trabalhos.

Após os cursos, haverá o lançamento do quilombolas no mercado, o que acontece em feiras, exposições, e eventos em geral. Desse momento em diante, o Sebrae acompanha os aprendizes de perto por dois anos, e, passado esse tempo, fica à disposição para esclarecer eventuais dúvidas.

A geração de renda nos quilombos é essencial para sua sobrevivência e independência, e o resultado das aulas vem a longo prazo. A comunidade quilombola Mandira, em Cananéia, está nesse projeto há cinco anos e hoje consegue manter seus negócios sozinha, sem precisar da assistência do Sebrae.