O Projeto de Unidades Móveis (Prumo) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) completa quatro anos em março. Atendeu neste período a mais de 360 consultas de micro e pequenas empresas paulistas, do setor de plástico, e este ano está levando o serviço também para outros Estados. No final de 2002, o instituto firmou convênio com o Ministério de Ciência e Tecnologia para colocar vans (peruas) equipadas à disposição de indústrias do Ceará, Pernambuco, Paraíba, Bahia e Paraná.
Como funciona
Numa visita preliminar de diagnóstico à empresa, em mais ou menos duas horas, um profissional do IPT conversa com o responsável e conhece as instalações da indústria. Faz levantamento dos problemas da produção, como matéria-prima, processo, custos, equipamentos desregulados, devolução de produtos, refugos e outros. E elege um ou dois destes fatores para inspecionar e corrigir.
Na fase seguinte, a do atendimento tecnológico, um engenheiro e um técnico do instituto ficam dois dias na empresa, utilizando os 11 equipamentos instalados na van. Fazem análises para detectar problemas e avisam o cliente sobre a necessidade de saná-los.
“Às vezes pode ser uma máquina injetora de plástico que esteja trabalhando fora da temperatura indicada ou tem contrapressão incorreta, prejudicando o processo; matéria-prima inadequada; ou mesmo falta de treinamento de funcionários”, explica o engenheiro Vicente Mazzarella, do IPT, um dos criadores do Prumo. Três meses depois, o instituto fará avaliação dos resultados.
Aumento de produtividade
“O que fazemos é mais que consultoria técnica, pois no mesmo momento em que detectamos o problema na produção, indicamos o que corrigir e acompanhamos a realização das modificações para verificar se o caso foi sanado”, assegura o engenheiro. Ele informa que o objetivo do Prumo é melhorar a produtividade, garantir qualidade ao que é fabricado, reduzir custos e refugo e atender às especificações técnicas.
Entre os aparelhos das vans, encontram-se balanças analíticas, estufas e equipamentos para ensaios de tração, impacto, dureza e plastômetro (índice de fluidez). Realizam mais de uma dezena de análises em matéria-prima, produto e aferição de máquinas do cliente. “Nosso trabalho é ideal para indústrias de pequeno porte que não têm condições de comprar os instrumentos que carregamos nas peruas.”
Serviço em expansão
Desde o ano passado, o Prumo passou a atender também às indústrias do ramo de tratamento de superfícies (zincagem, cromagem, niquelagem), com um veículo equipado para este serviço. Há duas vans atendendo fábricas de plástico. Uma delas, deslocada agora para os Estados do Nordeste. Atualmente, o IPT possui outras cinco unidades aguardando instalação dos equipamentos. No futuro, prevê o técnico, o projeto irá se estender às indústrias de couro e calçados e a de móveis.
Há oito anos, ele chefiou missão técnica da Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas à Colômbia. Nesse país, sua equipe visitou 16 fundições em diversas cidades. “Chegamos à conclusão que somente unidades móveis equipadas poderiam realizar trabalhos objetivos para melhorar a produtividade daquelas indústrias, bem como de outras.” De volta, expôs o plano para diversos departamentos do IPT. O de Química, ao qual pertence o laboratório de plástico, foi o primeiro a se interessar e iniciou o trabalho de especificação dos aparelhos instalados nas peruas.
Trabalho conjunto
O Prumo tem ainda participação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Ao primeiro cabe cobrir parte do custo do serviço, que atualmente é de R$ 2,9 mil por visita técnica. Desse valor, a empresa paga R$ 900. A Fapesp foi a financiadora na aquisição das vans e dos equipamentos instalados.
SERVIÇO
As empresas interessadas no projeto Prumo devem entrar em contato com o IPT, pelos telefones 0800-557790, (11) 3767-4281/4282 e fax (11) 3767-4280 ou e-mail prumo@ipt.br
Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial
