A máquina desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) simula o movimento de mastigação humana. A finalidade é medir a resistência e o afrouxamento do parafuso que segura uma prótese no implante dentário depois de períodos contínuos de mastigação. Nos testes utiliza-se uma solução que simula a ação da saliva, reproduzindo as condições a que estaria submetido o material na boca humana. Os movimentos da máquina têm a freqüência de 1 Hertz e imprime uma força de 12 Newtons sobre o parafuso. Esta não é a primeira vez que é feita a simulação da mastigação pelo laboratório. Pichler lembra que há cerca de cinco anos foi feito um teste para avaliar a resistência da madeira a mordidas de crianças.
Ernesto Pichler, coordenador dos testes mecânicos, diz que a máquina servirá também para testar a resistência das alças de sacolas plásticas, como as de supermercado. Segundo o pesquisador, a oscilação da alça da sacola tem a mesma freqüência do movimento de mastigação, o que permite essa dupla finalidade aplicativa. “Será preciso apenas uma adaptação para adicionar hastes que segurem as alças da sacola.”
Lilian Hitomi Nakamura, autora da tese de mestrado em desenvolvimento, explica que há dois tipos de conexão entre o implante dentário e a coroa: o hexágono externo e o hexágono interno. A máquina testa o diferencial entre parafusos de ouro e de titânio para hexágono externo e outro parafuso também de titânio para hexágono interno.
A tese de Nakamura se iniciou em agosto do ano passado. Mas esta parceria com o IPT surgiu apenas no final de 2003, com intermediação do Gabinete Odontológico do Instituto. Isto tornou-se possível desde maio de 2003, em função de um programa que envolve acadêmicos da área odontológica e profissionais do IPT. Segundo Luciana Aguilar, dentista do Instituto, a divulgação e a prestação dos serviços especializados para a área de saúde alcança outras faculdades além da USP e empresas de materiais odontológicos.
